As Embalagens de Alimentos no Brasil
Por: Ednelso245 • 7/3/2018 • 2.694 Palavras (11 Páginas) • 481 Visualizações
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Os agentes antimicrobianos podem ser incorporados diretamente à matriz polimérica em rótulos, etiquetas ou estar contidos em sachês. Sua adição nos filmes poliméricos pode ser feita de duas maneiras: incorporação e imobilização. No primeiro caso, há liberação do agente antimicrobiano para o alimento, enquanto na imobilização o composto atua somente em nível de superfície (SOARES, et al.2009).
Alguns fatores podem afetar a efetividade da embalagem antimicrobiana, como as características do antimicrobiano (solubilidade e tamanho da molécula) e do alimento, condições de estocagem e distribuição (tempo e temperatura), método de preparo do filme (extrusão ou casting) e interação entre antimicrobiano e polímero. Diversos estudos têm demonstrado eficiência e aplicabilidade das embalagens ativas antimicrobianas (SOARES, et al.2009).
EMBALAGENS ANTIOXIDANTES
A oxidação constitui um dos mecanismos mais frequentes de deterioração e redução da vida útil dos alimentos. Além de alterar o gosto (rancificação) e a qualidade nutritiva (perda de vitaminas e ácidos graxos essenciais) dos alimentos, a oxidação resulta em compostos reativos e tóxicos que representam um perigo para os consumidores (SOARES, et al.2009).
Esse sistema consiste na incorporação de substâncias antioxidantes em filmes plásticos, papéis ou sachês, de onde serão liberadas para proteger os alimentos da degradação oxidativa, inibindo as reações de oxidação ao reagirem com radicais livres e peróxidos e, consequentemente, estendendo a sua vida de prateleira (SOARES, et al.2009).
As embalagens antioxidantes apresentam potencial para aplicações comerciais, entretanto é necessário que elas satisfaçam critérios de segurança alimentar. A difusão dos antioxidantes para os alimentos causa preocupações aos consumidores no que diz respeito à sua segurança. Por essa razão, existe crescente preferência pelo uso de substâncias naturais. Alguns antioxidantes naturais que podem ser utilizados em embalagens para alimentos incluem ácidos fenólicos (á-tocoferol), ácidos orgânicos (ácido ascórbico), extrato de plantas (alecrim, chá etc.) e poliaminas (espermina e espermidina). As substâncias naturais são normalmente caras, logo o desenvolvimento de novas embalagens ativas empregando quantidades mínimas destes compostos é desejável para aplicações práticas (SOARES, et al.2009).
EMBALAGENS ABSORVETES DE ETILENO
O etileno é o gás natural liberado por frutas e hortaliças o qual acelera a respiração destes alimentos. Quando estes produtos estão embalados, o excesso de etileno acelera o processo de maturação destes vegetais. Sendo assim, os absorventes de etileno são sistemas ativos utilizados para frutas e hortaliças para minimizar perdas pela maturação.
Os sistemas utilizados como absorventes de etileno são sachês contendo permanganato de potássio, o qual oxida o etileno a etileno glicol. Além destes, também podem ser incorporados ao material da embalagem, compostos porosos, como zeólitas, argilas e sílica gel.
EMBALAGENS AROMÁTICAS
As embalagens aromáticas constituem um tipo de embalagem ativa para alimentos, atrativas no que diz respeito, principalmente, à melhoria da aceitação sensorial dos produtos acondicionados. Elas são produzidas pela incorporação de aromas voláteis na matriz polimérica. A característica de volatilidade de uma embalagem aromática é fundamental para a sua aplicação. A volatilidade dos aromas é ampla- mente dependente do peso molecular desses químicos, a maioria apresentando entre seis e 18 carbonos (SOARES, et al.2009). A incorporação de aromas às embalagens melhora a qualidade organoléptica do produto.
Outra aplicação das embalagens aromáticas inclui a possibilidade de minimizar um fenômeno denominado “scalping”, ou seja, sorção de aromas dos alimentos pelos materiais poliméricos das embalagens que resultam na mudança do perfil sensorial. Geralmente, o fenômeno “scalping” é detrimental à qualidade dos alimentos, mas pode ser usado positivamente para seletivamente absorver odores indesejáveis (SOARES, et al.2009).
As embalagens aromáticas têm demonstrado possuírem excelentes propriedades para aplicações em produtos de panificação, biscoitos, vegetais frescos, cereais, produtos lácteos e bebidas (SOARES, et al.2009).
Como ilustração das possibilidades de aplicação da tecnologia de embalagens ativas, a figura 1 apresenta uma relação de sistemas de embalagens ativas e suas aplicações no setor de alimentos.
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EMBALAGENS INTELIGENTES
Os sistemas de embalagens inteligentes podem ser compostos por rótulos, etiquetas ou filmes que proporcionam maiores possibilidades de monitoramento da qualidade do alimento acondicionado (SOARES, et al.2009).
Do ponto de vista prático, a embalagem está verdadeiramente em contato com o alimento e, portanto, pode ser considerada a ferramenta mais simples e viável de fornecer informações sobre a qualidade do alimento nela embalado durante as etapas de transporte e acondiciomento. Além disso, o monitoramento do produto por meio da embalagem permite que o consumidor final tenha acesso às reais condições do alimento imediatamente antes do consumo (SOARES, et al.2009).
Diferentes tipos de embalagens inteligentes têm sido desenvolvidos. De acordo com Yam et al. (2005) essas embalagens podem ser divididas em dois grandes grupos: embalagens carreadoras de dados, onde estão inseridos o código de barras e as etiquetas de identificação por frequência de rádio (RFID), e embalagens indicadoras, merecendo destaque os indicadores do binômio tempo-temperatura, indicadores de gases, como oxigênio e etileno, e os indicadores de microrganismos patogênicos e toxinas (SOARES, et al.2009).
EMBALAGENS CARREADORAS DE DADOS
Novos modelos de código de barras, com maior capacidade de armazenar dados, vêm surgindo, o que pode facilitar a associação com embalagens indicadoras, como os indicadores do binômio tempo-temperatura. As etiquetas RFID são uma tecnologia emergente para armazenamento de dados, identificação automática de produtos e rastreabilidade, e vêm sendo utilizadas principalmente no gerenciamento logístico de produtos (SOARES, et al.2009).
O sistema consiste basicamente de um microchip conectado a uma antena fina. Um leitor emite ondas de rádio que capturam os dados armazenados na etiqueta
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