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Distúrbios Osteomusculares em trabalhadoras rurais

Por:   •  30/5/2018  •  5.209 Palavras (21 Páginas)  •  266 Visualizações

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Assim gênero não deve ser visto como sinonímia de mulher e nem como diferenciação sexual mas sim como uma construção social que influencia na relação entre os sexos e que também dar significados as relações de poder e não deve ser considerado como um conceito neutro pois está ligado a opressão e igualdade.

O movimento feminista que não busca apenas espaço para mulher no mercado de trabalho e mas também em outras esferas das quais eram restringidas (PINTO, 2010).

Através dos movimentos feministas tornou-se claro a existência de uma grande quantidade de mulheres que assumem trabalhos considerados invisíveis (HIRATA; KERGOAT, 2007) identificando que homens e mulheres possuem características distintas assim devem ser tratadas como indistinguíveis (NARVAZ; KOLLER, 2006).

No campo teórico-epistemológico encontramos várias fases do feminismo conhecidas como ondas do feminismo da qual ocorrem destaque para os estudos de gênero e as formas de opressão sobre as mulheres da qual sustenta práticas discriminatórias envolvendo a exclusão de grupos e que ocorrem em épocas distintas da história construídas de acordo com as necessidades políticas e social (NARVAZ; KOLLER, 2006).

O movimento feminista é composto por três grandes ondas da qual foi marcada por suas conquistas e interesses: a primeira onda feminista ocorreu no final do século XIX desenvolvida na Inglaterra, Estados Unidos e Brasil, as mulheres envolvidas conhecidas como sufragetes buscaram lutar pela igualdade de direitos entre homens e mulheres envolvendo direitos políticos (sufragismo) destacando em primeiro o voto, perdeu força em 1930 e só retornando em 1960 sendo marcado a nova onda com o livro O segundo sexo, de Simone de Beauvoir, publicado em 1949 que estabelece uma frase marcante do feminismo: “não se nasce mulher, se torna mulher” (PINTO, 2010).

A segunda onda entre 1960 e 1970 é marcada por vários acontecimentos como o lançamento da pílula anticoncepcional e do livro de Betty Friedan em 1963 que se tornou base para o novo feminismo: A mística feminina (PINTO, 2010). Essa onda envolvia a resistência a opressão masculina (MATOS, 2010), liberdade e autonomia sobre o próprio corpo e a libertação de uma mulher representar a outra pois acreditava-se que cada mulher tem suas características específicas (PINTO, 2010).

A terceira onda aponta as diferenças existentes entre as próprias mulheres e sobre os sexos materializando a ideia de múltiplas masculinidades, feminilidades e homossexualidades havendo a necessidade para o estudo das relações de gênero relacionando-a como categoria de análise (NARVAZ; KOLLER, 2006).

Dessa forma o conceito de gênero surge para opor-se ao determinismo biológico e ao caráter social assim a necessidade de considerar gênero como uma categoria de análise da qual homens e mulheres não poderiam ser analisados separadamente (SCOTT, 1995) devem identificar dentro do caráter social características e diferenças entre homens e mulheres ao que podemos chamar de valores socioculturais (CAIRES et al 2014).

Assim os espaços públicos e privados que a mulher participava passam a ser questionados e reforçado pelo marxismo sendo que a divisão sexual do trabalho trouxe discussões inclusive com relação a reprodução material (produtivo) que estava ligada ao homem e que tinha mais valia e a atividade reprodutiva com menos valia sendo que a mulher está incluída nas duas esferas, contudo de forma reprimida (AMORIM., et al 2015)

Ao exposto o conceito de gênero não deve ser visto meramente como questão biológica entre homens e mulheres e nem como espaços separados, mas sim como grupos sociais que podem ser distintos e em processo contínuo inclusive no ambiente de trabalho deixando de lado a existência do trabalho masculino e feminino (FRANÇA; SCHIMANSKY, 2009).

É importante identificar que quando existem diferenças entre os sexos e que está ligada a questão biológica envolvendo força física e reprodutiva e que perpassa ao espaço trabalho leva-se a crer que há interferência de questões culturais e biológicas reforçando que o conceito de sexo está relacionado meramente a força física e biológica determinando papéis para homens e mulheres (CAIRES et al 2014).

Assim as relações sociais de sexo promovem a divisão do trabalho social e a divisão sexual do trabalho e a sua construção ocorre na sociedade de acordo com o espaço e o tempo da sociedade e a essa divisão pode apresentar dois preceitos, o da separação, indicando que existe trabalho para o homem e para a mulher, e o da hierarquização da qual o trabalho do homem é mais valioso do que a da mulher (KERGOAT, 2009).

As mulheres, nos últimos anos, vem crescendo a sua posição de chefe de família mas ainda são visíveis as desigualdades encontradas nas questões relacionadas a gênero inclusive sobre valorização ao trabalho feminino sendo que uma das ferramentas utilizadas para este tipo de análise é a descrição do perfil sociodemográfico da qual é possível identificar condições específicas relacionadas a gênero como também questões de morbimortalidade (CORDEIRO et al., 2011) e trabalho incluindo algumas condições específicas como faixa etária, situação conjugal, filhos e escolaridade que podem afetar na inclusão da mulher no mercado de trabalho (CAMARGOS et al., 2014).

O setor da agricultura apesar das suas particularidades sofre com as modificações impostas pelo capitalismo não só pelas transformações nas práticas de trabalho envolvendo questões de gênero, mas na autoexploração das trabalhadoras, como exemplo podemos citar a situação do banco de horas (horas extras) na tentativa das mesmas aumentarem seus ganhos para garantir uma melhor condição de vida não só para elas mas também para a família (CAVALCANTI et al., 2012).

Nesse setor podemos identificar as condições de trabalho identificadas por Hirata (2009) envolvendo a existência da divisão sexual do trabalho que deve ser entendida como distinção entre homens e mulheres no mercado de trabalho envolvendo espaço, tempo e profissões direcionando o homem para trabalhos produtivos e a mulher reprodutivo (CAIRES; SANTANA, 2014) da qual as mulheres são mais atingidas pela precariedade em serviços que exigem trabalhos repetitivos e monótonos o que pode trazer consequências de adoecimento tanto físico como psíquico e os homens em trabalhos que envolvem autonomia e criatividade (HIRATA, 2009).

Com relação a adoecimento as atribuições que são conferidas nas atividades profissionais envolvendo as mulheres somando as atividades doméstica e cuidados com filhos tem demonstrado processos

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