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MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Por:   •  3/3/2018  •  1.382 Palavras (6 Páginas)  •  351 Visualizações

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Baseado nessa perspectiva de transformação social, o MST além de lutar por direitos diversos, preza acima de tudo por manter a cultura do campesinato e proporcionar uma vida digna para os mesmos.

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), traz em sua história características e acontecimentos significativos para o campesinato, com vários acontecimentos de acordo com o seu desenvolvimento. A gênese do MST relaciona-se às lutas pela terra desde os séculos passados, quando indígenas se manifestaram para defender o seu espaço territorial, dessa forma sucederam lutas e movimentos baseados na divisão de terras em diversos contextos e épocas.

No início de dezembro de 1980 iniciou-se um novo embate, surge um acampamento no Estado do Rio Grande do Sul, próximo das áreas de Ronda Alta, Sarandi e Passo Fundo, local denominado de Encruzilhada Natalino, a mesma era um símbolo de resistência à ditadura militar instaurada no país que foi duramente cruel e violenta com o movimento organizado pelos camponeses desde essa época. A Encruzilhada, foi constituída por famílias que não conseguiram ocupar assentamentos em movimentos anteriores, decidiram continuar a luta e acamparam no local denominado de Encruzilhada Natalino, mesmo com as condições precárias do acampamento, organizaram grupos, comissões e uma estrutura para compor uma coordenação.

A partir dessa luta sucede-se o chamado “Boletim Sem Terra” foi uma espécie de órgão pioneiro de comunicabilidade do movimento, importante instrumento que serviu para divulgar a Encruzilhada e os objetivos daqueles camponeses, tornou-se algo preocupante para as autoridades tendo em vista que ganhou grande repercussão e apoio da intervenção militar que pretendia extinguir o acampamento.

Porém em 1982, a 5° Romaria da Terra preconiza que as áreas ocupadas pelo acampamento teriam sido adquiridas pela Igreja Católica que abrigaria provisoriamente as famílias sem-terra. Tem-se assim o fim da Encruzilhada e do ideal de Reforma Agrária que não foi alcançado mesmo diante da repercussão do movimento e toda resistência à ditadura.

Após diversos momentos e contínuas lutas, foi somente em janeiro de 1984, que o MST se fideliza oficialmente como movimento camponês nacional. Protagonizados na luta pela democracia da terra, foi no 1° Encontro Nacional, ocorrido em Cascavel no Paraná, que os ideais foram fortemente firmados, e a categoria se organiza melhor. Os trabalhadores rurais que estavam à frente das lutas pela terra e pela democratização passaram a lutar pela terra, pela reforma agrária e por mudanças sociais no âmbito de dignidade de vida camponesa.

O 1° Congresso do MST, organizado a partir do 1° Encontro Nacional em Cascavel, no Paraná, aconteceu no início do ano de 1985, resultou em uma ampliação de objetivos, ações e de expansão da abrangência territorial do movimento, que tinha como lema “Terra para quem nela trabalha” e “Ocupação é a Única Solução”. Tem-se, portanto o fortalecimento do mesmo, e a conquista de uma nova legião de grupos para o movimento.

Surge outra ferramenta importante para a comunicação deste movimento, foi o Jornal Sem Terra, baseado no formato do Boletim de 1981, porém com novos aspectos, e se torna um dos principais instrumentos articuladores, motivadores e de formação política a ser realizado nos trabalhos de base do movimento.

De acordo com o site do próprio movimento http://www.mst.org.br/>, com vinte e cinco anos de existência, o MST abrangia 23 estados, integrando 1,5 milhões de pessoas, 350 mil famílias assentadas e 100 mil mantendo-se em acampamentos. Fundaram associações de produção, comercialização e serviços, além de cooperativas associadas e de agroindustrialização. Na esfera de educação no ano 2000 o MST elencava 1.500 escolas públicas nos assentamentos, 150 mil crianças matriculadas e cerca de 3.500 professores em escolas onde se desenvolve uma pedagogia específica para o campo.

Em vista dos aspectos mencionados, conclui-se que o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra – MST é um movimento de amplitude e organização nacional, com participação em debates que aprofundam e trazem base para a continuidade da luta, é um dos movimentos camponês mais antigo, traz em sua conjuntura histórica, um patrimônio diversificado de persistências e lutas incansáveis. Mesmo tendo surgido nos fins da ditadura militar no país e sendo duramente repreendido, o movimento permanece atuante e possui conquistas significativas de forma geral, sobretudo, para a categoria do campesinato.

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REFERÊNCIAS

MST. Movimento Dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Disponível em: . Acesso em: 28 de abril de 2016.

STÉDILE, J. P. O MST e a questão agrária: entrevista com João Pedro Stédile, depoimento. [27 de agosto de 1997], entrevista concedida ao professor

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