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AÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR EM UNIDADES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Por:   •  21/11/2018  •  6.018 Palavras (25 Páginas)  •  342 Visualizações

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Com o objetivo de reduzir, em âmbito nacional, os casos de Infecções Relacionadas Assistência à Saúde (IRAS) e resistência microbiana a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou no ano de 2012, a Portaria nº 1218, que partir de janeiro de 2014, todos os serviços de saúde que possuem UTI, obrigatoriamente, devem notificar mensalmente à ANVISA sobre seus dados referentes à infecção primária de corrente sanguínea associada a um cateter venoso central e infecção em cirurgia: cesariana, além dos indicadores de resistência microbiana identificada (BRASIL, 2013).

A Infecção Hospitalar é considerada como uma das grandes preocupações encontradas dentro das unidades hospitalares, em especial nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), são as mais frequentes e importantes complicações ocorridas em pacientes hospitalizados (PUCCINI, 2011).

Verifica-se na realidade dos serviços de saúde que a redução de infecções adquiridas no âmbito hospitalar, é um dos mais importantes desafios, apesar dos avanços científicos e das iniciativas do Ministério da Saúde (MS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O sistema hospitalar brasileiro apresenta diversos empecilhos que contribuem para essa atual situação, evidenciando a fragilidade na vigilância epidemiológica dos casos, associada também a uma estruturação principiante das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), em termos de recursos físicos e humanos (BARBOSA; SIQUEIRA; MANTOVANI, 2012).

As complicações destas infecções hospitalares são decorrentes do desequilíbrio entre os mecanismos de defesa anti-infecciosos do organismo relacionado a uma doença de base e da agressão terapêutica ou diagnóstica e aos patógenos oportunistas que constituem a microbiota residente ou transitória do hospedeiro, portanto todas as complicações locais ou sistêmicas, anatômica ou funcional do organismo humano são potencialmente facilitadoras do surgimento do processo infeccioso (OLIVEIRA et al.,2008)

Carvalho et al. (2011) retrata em seu estudo que no Piauí, esta realidade é semelhante, pois um levantamento epidemiológico realizado nos seis primeiros meses do ano de 2011, em um hospital público de referência de alta complexidade, evidenciou uma taxa de prevalência de IH nas UTIs de 24%. Sendo a UTI 1 a responsável pelo maior índice de infecção 64,1%, enquanto a UTI 2 teve uma prevalência de 18,9%, muito acima dos padrões de tolerância preconizado pelo Ministério da Saúde.

A responsabilidade na prevenção e controle da IH em um estabelecimento de saúde cabe a todos os profissionais integrantes de uma equipe multiprofissional e interdisciplinar. É adequado ressaltar a importância da atuação da equipe de enfermagem nesse processo, em virtude dessa categoria profissional estar em constante contato com os usuários, prestando assistência direta e indireta (GUEDES; MIRANDA; MAZIERO et al, 2012).

A utilização da informação, o treinamento, o comprometimento e a sensibilização da equipe médica e colaboradores, quanto à importância do uso diário das normas preconizadas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), é possível de se obter resultados significativos e satisfatórios na diminuição dos casos de infecção hospitalar, melhorando a qualidade de assistência à saúde (ABEGG; SILVA, 2011).

A relevância desse tema pauta-se no âmbito que vem sendo observados os altos índices de infecção hospitalar, e apresenta-se como um agravo de grande significado epidemiológico dentro do contexto da assistência hospitalar, e suas consequências tanto do ponto de vista humano como econômico. Além disso, na área hospitalar, os profissionais dessa categoria representam cerca de 60% do quadro de pessoal, sendo um quantitativo significativo em relação às demais categorias profissionais de saúde.

Enfermeiros e técnicos assinalaram a educação permanente como a principal ferramenta no enfrentamento das IH’s. A Educação Permanente em Saúde (EPS) é reconhecida como uma prática de aprendizagem no local de trabalho em que o aprender e ensinar são incorporados nas instituições como um processo integrante da estrutura organizacional (BRETAS; SILVA; PRADO et al, 2013).

Com base nessa vertente, define-se com objetivo geral deste estudo: Conhecer as intervenções de enfermagem para a prevenção e controle de infecção hospitalar em urgência e emergência de acordo com a literatura e como objetivos específicos: descrever as ações da Equipe de Enfermagem que atuam nestes serviços de urgência e emergências e identificar as dificuldades da equipe de enfermagem em atuar no processo de prevenção de infecção hospitalar.

É importante provocar o debate sobre essa temática, e percebe-se a necessidade de outras publicações científicas para esclarecer o impacto dessa problemática, sendo urgente o desenvolvimento de uma política de enfrentamento para as infecções hospitalares. Nesse contexto a Educação Permanente em Saúde configura-se como importante ferramenta transformadora da realidade, nas ações direcionadas a prevenção e controle da IH.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Controle de Infecção Hospitalar em Urgência e Emergência

No Brasil, a IH constituiu-se um problema de Saúde Pública, necessitando de intervenções, através do Ministério da Saúde, instituindo medidas especificas. Assim organizou-se políticas de saúde para a área hospitalar como a criação de Comissões de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) e ações educativas como treinamentos e cursos específicos, centrados nos aspectos técnicos e biológicos, voltados para os profissionais de saúde (SILVA, LACERDA, 2011).

Os hospitais, além de equipamentos adequados, adotam medidas habituais de prevenção e controle de infecções, mas devem lembrar que toda a comunidade hospitalar é um agente importante e determinante neste controle. Ressaltamos aqui o profissional de enfermagem por ser o principal agente do cuidado direto com o cliente (BRASIL, 2004).

Apesar de todos os esforços, do desenvolvimento e de investimentos dos vários segmentos: laboratórios, empresas e indústrias de tecnologias, instituições hospitalares, profissionais de saúde e órgãos governamentais, no controle e prevenção da IH, observa-se que os seus índices persistem elevados, em uma realidade pouco modificada, e ainda com o surgimento de novos problemas, tais como: multirresistência de microorganismos, seleção de flora hospitalar, antimicrobianos que não são mais utilizados, por não mais atuarem, entre

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