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Educação Física na escola: possíveis meios de superar a exclusão oportunizando a inclusão.

Por:   •  19/4/2018  •  3.305 Palavras (14 Páginas)  •  305 Visualizações

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No entanto, a inclusão deve colocar as crianças e adolescentes nas escolas regulares e auxiliar os professores a receberem a responsabilidade quanto à aprendizagem desses. Isto se refere a aqueles que não estão favorecendo com a escolarização e não apenas àquelas que são rotuladas com o termo “necessidades educacionais especiais” (MITTLER, 2003).

Assim, quando se fala em inclusão, não se refere somente aos alunos com deficiência, mas a outros, independentemente de raça, cor ou condição física (gênero, biotipo, cor, raça, deficiência, etnia, sexualidade), ou seja, que são excluídas por vários motivos.

A escola tem um ambiente sociocultural extenso, pois há uma diversidade presente e constante. Sendo assim, se as diferentes presentes forem garantidas aumenta as possibilidades da escola ser um dos instrumentos para a constituição de uma sociedade mais tolerante, com respeito ao outro, o reconhecer as diferenças como e falar sobre as elas sem preconceito ou discriminação. (Gomes, 1999)

Para Cavalleiro (2006, p. 21):

Silenciar- se diante do problema não apaga magicamente as diferenças, e ao contrário, permite que cada um construa, a seu modo, um entendimento muitas vezes estereotipado do outro que lhe é diferente. [...] É imprescindível, portanto, reconhecer esse problema e combatê-lo no espaço escolar. É necessária a promoção do respeito mútuo, o respeito a outro, o reconhecimento das diferenças, a possibilidade de se falar sobre as diferenças sem medo, receio ou preconceito.

Para Stainback (1999), as práticas excludentes que ocorriam no passado podem nos proporcionar a oportunidade de atender a todos os alunos de forma para terem suas necessidades educacionais incluídas na educação regular.

Percebemos que aumenta as campanhas para diminuir as desigualdades sociais, inclusive as voltadas para educação. No entanto, para que as escolas realmente consigam oportunizar essas mudanças é preciso reconhecer e tomar uma série de medidas que possam construir de forma homogênea as práticas pedagógicas inclusivas.

Então, para que a inclusão escolar ocorra precisa-se adotar comumente como prática pedagógica que possa decompor o sentimento de superioridade em relação ao outro, reconhecendo que as diferenças nas salas de aula produz uma infinita gama das manifestações culturais, sociais, biológicas e religiosas da natureza humana. (MANTOAN, 2005)

Conforme Oliveira e Poker (2002), a escola inclusiva implica uma educação adequada e de qualidade, onde o trabalho pedagógico deve ser desenvolvido de modo que todos os alunos tenham acesso e oportunidade indiscriminadamente. Assim, a prática da inclusão de todos, independente de sua deficiência, de seu talento, origem social ou étnico.

Nesse sentido, a Educação Física pode fornecer aos alunos experiências que auxiliem no processo de inclusão, promovendo a humanização das relações sociais, permitindo que todos se beneficiem do processo ensino-aprendizagem, independentemente de serem diferentes apresentando deficiência ou não, com a finalidade de desenvolverem postura inclusiva voltada aos menos talentosos, menos habilidosos, ou seja, acolhendo os que demonstrarem limitações.

Sendo assim, a perspectiva de inclusão escolar está atrelada a Educação Física que incentiva nos alunos a desenvolver competências tais como a colaboração, o respeito, a importância da diferença, da solidariedade, das limitações e das dificuldades, dando a todos as mesmas condições para que possam participar de forma plena, evitando assim a exclusão.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física para o Ensino Fundamental (BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, 1997) indicam as atitudes que devem ser desenvolvidas:

- A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos. Nesse sentido, cabe assinalar que os alunos portadores de deficiências físicas não podem ser privados das aulas de Educação Física. (p. 19)

- A Educação Física permite que se vivenciem diferentes práticas corporais advindas das mais diversas manifestações culturais e se enxergue como essa variada combinação de influências está presente na vida cotidiana [...] Além disso, esse conhecimento contribui para a adoção de uma postura não-preconceituosa e discriminatória diante das manifestações e expressões dos diferentes grupos étnicos e sociais e às pessoas que dele fazem parte.(p. 19)

- No que tange à questão do gênero, as aulas mistas de Educação Física podem dar oportunidade para que meninos e meninas convivam, observem-se, descubram-se e possam aprender a ser tolerantes, a não discriminar e a compreender as diferenças, de forma a não reproduzir estereotipadamente relações sociais autoritárias... No âmbito da Educação Física, os conhecimentos construídos devem possibilitar a análise crítica dos valores sociais, tais como os padrões de beleza e saúde, que se tornaram dominantes na sociedade, seu papel como instrumento de exclusão e discriminação social e a atuação dos meios de comunicação em produzi-los, transmiti-los e impô-los; uma discussão sobre a ética do esporte profissional, sobre a discriminação sexual e racial que existe nele, entre outras coisas, pode favorecer a consideração da estética do ponto de vista do bem-estar, as posturas não-consumistas, não-preconceituosas, não-discriminatórias e a consciência dos valores coerentes com a ética democrática.(p. 25)

A inclusão de alunos com deficiências e diferentes condições físicas nas aulas de Educação Física, pode estar relacionada com aspectos atitudinais e procedimentais. O aspecto atitudinal se refere à formação, preparação e experiência profissional, à atitude de anuência e promoção da diversidade humana. O aspecto procedimental faz referência aos meios de abordar os objetivos, a metodologia de ensino e avaliação dos processos didáticos.

Os objetivos da Educação Física, indicados nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física para o Ensino Fundamental (BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, 1998), definem que os alunos sejam capazes de:

- compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;

- posicionar-se de maneira crítica, responsável

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