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O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO E SUA IMPÔRTANCIA PARA SUPERAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZADO NAS ESCOLA PÚBLICAS DE MINAS GERAIS

Por:   •  18/10/2018  •  5.150 Palavras (21 Páginas)  •  407 Visualizações

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dos processos humanos envolvido no seu desenvolvimento, na interação social e na aquisição da aprendizagem.

Nessa perspectiva, dentre todas as dificuldades pelas quais passa a educação no Brasil, destaca-se, atualmente, um grande contingente de alunos, que apresentam defasagem de aprendizagem, principalmente no domínio da leitura e da escrita, não conseguindo superar suas dificuldades e realizar qualquer atividade escolar. Frequentam as aulas, sem, contudo, participar das atividades básicas. Ficam frustrados, pois não adquiriram os conhecimentos mínimos desejados pela escola, o que é um direito de todos os alunos. Segundo Vygotsky (2011,:

Quando a partir do momento em que a memória da criança progrediu o suficiente para lhe permitir memorizar o alfabeto, a partir do momento em que o seu espírito atingiu uma maturidade suficiente, a ponto de poder apreender a conexão existente entre o signo e o som – então, pode começar-se a ensinar a criança a escrever [...] O desenvolvimento tem que cumprir determinados ciclos antes da instrução poder começar. (VYGOTSKY 2011 s/d, p. 67).

Contraditoriamente a isso, a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB), determina que: os docentes devem incumbir-se de: “III - zelar pela aprendizagem dos alunos e estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento”. (BRASIL, 2011, Art. 13º)

O sucesso da alfabetização requer a superação da visão estreita, que considera a aprendizagem inicial da leitura e da escrita como uma técnica, pois o fato de conhecer todas as letras e sons do alfabeto não assegura a ninguém o acesso à leitura ou à escrita, isto é, de estar alfabetizado.

Até poucas décadas atrás, recebia pouca atenção dos educadores o significado da escrita embutida nos rabiscos artísticos das crianças, nem havia preocupação em identificar os processos cognitivos infantis subjacentes à aquisição da escrita. Segundo os PCNs:

A pesquisa sobre a psicogênese da língua escrita chegou ao Brasil em meados dos anos 80 e causou grande impacto, revolucionando o ensino da língua nas séries iniciais e, ao mesmo tempo, provocando uma revisão do tratamento dado ao ensino e à aprendizagem em outras áreas do conhecimento. (BRASIL, 1997, p. 32)

Hoje, além da preocupação em como ensinar a ler e a escrever, como estabelecer a correspondência entre a oralidade e a escrita ou decodificar as grafias em sons, é preciso atentar-se em acompanhar o processo ou obter informações sobre o que a criança já domina em relação à escrita e suas hipóteses antes de iniciar a aprendizagem escolar. Weisz destaca que:

As propostas pedagógicas de alfabetização vêm sendo elaboradas [...], dentre as quais, uma das mais importantes é a de que as crianças, em seu processo de alfabetização, constroem hipóteses sobre o que a escrita representa. Hipóteses estas que evoluem de uma etapa inicial, em que a escrita ainda não é uma representação do falado (hipótese pré-silábica) para uma etapa em que ela representa a fala por correspondência silábica (hipótese silábica) e, por fim, chegando a uma correspondência alfabética, esta sim adequada à escrita. (WEISZ, 2000, p. 112).

As pesquisas sobre o processo de alfabetização vêm mostrando que há a necessidade de trabalhar ambos, leitura e escrita, com base na compreensão de suas funções na sociedade, evitando ao máximo a fragmentação do conhecimento.

A mudança na concepção pedagógica provoca, de imediato, uma transformação na oferta de informações aos alunos. Desse modo, cabe ao profissional de educação criar situações que permitam aos alunos vivenciar os usos sociais que se faz da escrita, as características dos diferentes gêneros textuais, a linguagem adequada a diferentes contextos, além do sistema pelo qual a língua é escrita, ou seja, o sistema alfabético. Segundo Elias:

Para alguém ser capaz de ler com autonomia é preciso compreender o sistema alfabético, mas isso apenas lhe confere autonomia. Qualquer um pode aprender muito sobre a língua escrita mesmo sem poder ler e escrever autonomamente. Isso depende das oportunidades de ouvir a leitura de textos, participar de situações sociais nas quais os textos reais são utilizados, pensar sobre os usos, as características e o funcionamento da língua escrita. (ELIAS, 2000, p. 169).

Dessa forma, o aluno passa a ser o protagonista do seu próprio processo de aprendizagem, alguém que vai produzir a transformação, que gera informação em conhecimento próprio.

Essa construção não se dá por si mesma e no vazio, mas a partir de situações nas quais ele possa agir sobre o que é objeto de seu conhecimento, pensar sobre ele, recebendo auxílio, sendo desafiado a refletir e interagindo com outras pessoas. Ferreiro (2011, p. 73) destaca que: “[...] as crianças são facilmente alfabetizáveis desde que descubram, através de contextos sociais funcionais, que a escrita é um objeto interessante que merece ser conhecido”.

Muitas vezes os profissionais de educação assumem uma sala de aula e sentem-se totalmente perdidos, pois alguns alunos avançam e outros não aprendem no mesmo ritmo, causando-lhes angústia e desespero. Neste contexto é necessário que tais profissionais saibam que não existem classes homogêneas porque as crianças são sempre diferentes, o desenvolvimento da aprendizagem de cada uma é impar, e eles são os responsáveis em conhecer como cada aluno aprende como pensam nesse período de construção do conhecimento da leitura e escrita, para que assim possam organizar seu planejamento a favor da aprendizagem de seus alunos.

3 SUPERAR AS DIFICULDADES É RESPONSABILIDADE DE TODOS

A questão do fracasso escolar, em todas as suas vertentes (evasão, retenção ou não aprendizagem) constitui um problema histórico da educação brasileira.

No Brasil, ao longo de décadas, diversas iniciativas foram tomadas no sentido de enfrentar esse problema escolar e social que atinge uma parcela significativa da população, principalmente a população econômica e socialmente menos favorecida.

A medida mais recente tomada com o objetivo de alterar este quadro de fracasso escolar, acabando com a exclusão e tendo como foco principal a democratização e a qualidade do ensino, foi o Regime da Progressão Continuada. A nova LDB determina que:

Art. 32 Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema

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