Controle de Artrópodes
Por: Carolina234 • 23/3/2018 • 1.786 Palavras (8 Páginas) • 362 Visualizações
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Alguns sinais deixados por roedores auxiliam na sua identificação, tais como: fezes, danos ocasionados, marcas deixadas no local, trilhas, pegadas, tocas e constatação visual de roedores vivos ou mortos. A determinação do nível de infestação irá auxiliar no dimensionamento do controle a ser realizado, podendo ser realizado através de armadilhas para captura, alimento consumido ou avaliação da presença de sinais de atividade dos roedores.
Elaboração de um programa de controle de roedores:
Um programa de controle de roedores deve ter como base o diagnóstico do município ou parte dele quanto à prevalência das espécies existentes, grau de incidência de doenças por eles transmitidas, assim como as condições socioeconômicas e sanitárias da cidade em questão.
O objetivo primordial é a redução no número de agravos à saúde, bem como, nos prejuízos econômicos que certamente causam:- queda na oferta de alimentos, severos danos às estruturas e materiais em virtude do hábito de roer, assim como, altos custos médicos no tratamento de doentes, quando da ocorrência de doenças transmitidas por roedores nas comunidades.
Para que se possa dar início ao programa deve-se dispor de algumas informações que servirão de base a esta proposta:
1. Caracterização da área:
1.1: Dados demográficos:
→ População urbana e rural;
→ Taxa de crescimento da população;
→ Densidade demográfica;
1.2: Dados geográficos e pluviométricos:
→ Extensão territorial total ou da área proposta para o controle;
→ Área urbana e rural, número de distritos, número de bairros e número de imóveis;
→ Bacia hidrográfica − para avaliação de áreas inundáveis (se existirem), considerando-se a veiculação hídrica da leptospirose;
→ Índices pluviométricos − para identificação dos meses de ocorrência de maior volume de chuvas, o que determinará o direcionamento das ações do programa e o dimensionamento do raticida a ser empregado, de acordo com sua aplicação.
→ Topografia da região − áreas íngremes, de difícil acesso, etc., que influenciarão os parâmetros para a distribuição das equipes nos bairros;
Área de risco de leptospirose pós-enchente – Osasco, São Paulo.
1.3: Condições socioeconômicas, saneamento e habitação:
• Nível socioeconômico e grau de instrução da população;
→ Percentual de área saneada (água, lixo e esgoto) e limpeza pública − estas informações são de extrema importância, considerando-se que são fatores essenciais a infestação e a proliferação de roedores (% da população com água canalizada, em relação à rede de esgotos, qual o tipo e o destino dos dejetos; % da população atendida pela coleta de lixo, qual é o tratamento e o destino final do lixo na região e sistemas de drenagem presentes, por exemplo);
→ Número de imóveis − por este, pode-se dimensionar e distribuir as equipes;
→ Tipos de edificação existentes (comercial, residencial e industrial);
→ Logradouros públicos e terrenos baldios;
→ Presença e tipos de núcleos subhabitacionais (cortiços, favelas, etc.);
→ Mercados de distribuição de alimentos − normalmente, em virtude de grande luxo de pessoas que por ali transitam, bem como pela farta quantidade de alimentos a serem vendidos, estes locais são potencialmente alvos para a instalação e proliferação de roedores;
→ Feiras permanentes ou móveis − pelos mesmos motivos descritos no item anterior.
Fezes de roedores de acordo com a sua respectiva classificação.
1.4: Levantamento de dados de agravos transmitidos pelos roedores:
Deve-se buscar em todas as fontes disponíveis oficiais e não oficial de informação (hospitais, laboratórios, centros de vigilância epidemiológica secretarias de saúde e agricultura, clínicas veterinárias, etc.) os casos humano e/ou animais de leptospirose e outros agravos transmitidos pelos roedores ocorridos nos últimos anos, a fim de orientar a detecção de áreas problema e direcionar áreas para controle. De posse das informações preliminares pode-se prosseguir com a proposta de controle, considerando-se que este “controle” consiste em reduzir a níveis toleráveis a incidência de roedores; algumas cidades estabelecem como meta, reduzir de 90% a 95% as infestações iniciais (para apurar a infestação inicial vide capítulo 2), bem como a redução do índice de incidência das doenças ocasionadas pelos roedores.
2. Recursos Humanos:
2.1: Gerencial
O gerente do programa deve ser preferencialmente, um profissional de nível superior com formação na área das ciências biológicas (biólogo, veterinário, médico e outros) com aptidão para este trabalho ou que já tenha participado dessa atividade ou semelhante.
2.2: Operacional:
As atividades de um operador de controle de roedores poderão ser realizadas por indivíduos de ambos os sexos, recomendando-se escolaridade mínima de 4ª série do ensino fundamental. Este profissional poderá ser também um agente de saúde, agente comunitário, guarda de endemias ou assemelhado, desde que devidamente treinado para tal.
Os operadores de campo deverão, preferencialmente, compor equipes de no mínimo três pessoas que, bem treinadas, realizem em média 75 a 90 inspeções/tratamento/oito horas de trabalho em controle de roedores. Deve-se, porém, considerar que a produtividade diária poderá variar de acordo com a região onde o controle esteja sendo executado e de fatores dela decorrentes como áreas íngremes, de difícil acesso, etc. Em grandes municípios, poderá ocorrer uma considerável redução na produtividade decorrente das dificuldades de deslocamento e trânsito local da sede às áreas de trabalho.
Os
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