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Controle da calcemia

Por:   •  30/1/2018  •  2.197 Palavras (9 Páginas)  •  259 Visualizações

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A diminuição da concentração intracelular de cálcio nas células da paratireoide estimula a secreção de PTH, assim como um aumento na concentração plasmática de cálcio inibe a síntese e secreção do PTH.

O mecanismo no qual o cálcio exerce seus efeitos nas células principais ainda não está totalmente esclarecido, contudo, estudos apontam que receptores acoplados a proteína G da membrana plasmática medeia o mecanismo por ativar a fosfolipase C e provavelmente inibindo a Adenil-ciclase nos tecidos alvos. Quando o receptor entra em contato com íons Ca2+ ou Mg2+ é desencadeado um aumento no cálcio instracelular proveniente de compartimentos citoplasmáticos, com inibição da secreção do PTH.

A participação do cAMP no controle de PTH também é sugerida, mas não esclarecida. O que se sabe é que fatores que elevam o cAMP intracelular, eleva também a secreção de PTH, mesmo na ausência de cálcio extracelular.

Acredita-se também que o magnésio regula a secreção de PTH, uma vez que demonstra possuir um comportamento bifásico. Tanto concentrações elevadas como extremamente baixas inibem a secreção de PTH. Acredita-se que a baixa concentração de magnésio interferem nas reações enzimáticas intracelulares de geração de energia, prejudicando a função das células da paratireoide, também com redução da secreção de PTH como resultado final.

Sabe-se também que o metabólito ativo da vitamina D inibe diretamente a síntese de PTH, devido a presença de receptores de vitamina D presentes nas paratireoides. Inversamente, os glicocorticoides parecem estimular a síntese de PTH.

Controle da Calcitonina:

Existem ao menos três vias de controle da secreção aguda da calcitonina.

A primeira é a elevação aguda dos níveis de cálcio intracelular. Os canais de Ca2+ voltagem dependentes parece desempenhar papel importante neste controle, uma vez que agonistas desses canais, assim como elevações das concentrações de K extracelular, aumentam a secreção da calcitonina pelas células C. Contudo, elevações crônicas dos níveis de cálcio não levam à subida dos níveis de calcitonina, este fenômeno ocorre devido uma dessemsibilização das células C.

Uma outra via também envolvida na secreção de calcitonina é a do cAMP. Um aumento dos níveis de cAMP se acompanha de elevação paralela dos níveis de calcitonina. O cAMP exerce seu efeito regulatório por ativar quinases proteicas intracelulares como a proteinoquinase A (PKA), com consequente ativação da transcrição gênica de calcitonina.

A terceira via de controle da secreção de calcitonina se faz, provavelmente, pelo metabolismo dos inositóis-lipídicos contidos na membrana celular. O diacilglicerol (DAG) atua ativando a proteinoquinase C que por sua vez contribui para a secreção da calcitonina, enquanto que o inositol-1,4,5-trifosfato (IP3) ativa quinases proteico dependentes de cálcio que vão atuar na liberação da calcitonina. Ambos são formados da degradação pela fosfolipase C do fosfatidil-inositol-4,5-difosfato.

ABSORÇÃO E EXCREÇÃO DO CÁLCIO 6; 7; 8; 9; 10

A absorção do cálcio se faz no intestino sob influência da vitamina D ou calcitriol (forma ativa). A fração não absorvida é eliminada nas fezes junto com o cálcio secretado na bile e nos sucos digestivos. A maior parte da vitamina D existente no organismo humano é proveniente da conversão cutânea do 7-deidrocolesterol (pró-vitamina D) à pré-vitamina D. O restante da vitamina D é obtido através da ingestão de alimentos contendo tal vitamina ou com ela enriquecidos.

A concentração de cálcio sérico ([Ca++]) é determinada pela taxa de absorção do cálcio pelo trato gastrointestinal, pela formação e reabsorção ósseas e pela excreção renal. Os principais hormônios fisiológicos que regulam as [Ca++] são o paratormônio (PTH) e a 1,25-di-hidroxivitamina D (calcitriol). O fluxo de Cálcio para dentro e para fora dos ossos é determinado pelas atividades relativas de osteoblastos (células que promovem a formação de osso) e osteoclastos (células que promovem a reabsorção de osso).

Qualquer variação na concentração do Cálcio no sangue deve ser imediatamente corrigida, e aí entra em ação um mecanismo de controle onde o Rim - que filtra do sangue o excesso de Cálcio - o intestino - por onde se absorve o cálcio da alimentação - e do osso - o maior reservatório de Cálcio do organismo, agem.

Aproximadamente 100 mg do cálcio ingerido diariamente é excretado pela urina. Esta excreção é realizada de acordo com a concentração do íon Ca++ no sangue – quando ela está baixa, a filtração dos rins até a bexiga é maior, e vice-versa. Não por coincidência, 100 mg é o saldo positivo da absorção de Cálcio pelos intestinos, configurando uma relação de equilíbrio entre a ingesta e a saída do elemento pelo organismo.

O PTH (paratormônio), hormônio secretado pelas glândulas paratireóides, afeta diretamente o processo de excreção renal de cálcio, pois aumenta a reabsorção nos túbulos renais após a primeira filtragem. Não fosse o efeito do PTH sobre os rins, a perda contínua de Cálcio na urina provocaria grande queda nos níveis sanguíneos e, em seqüência, também nos ossos.

RELAÇÕES CLÍNICAS DO DESEQUILÍBRIO DA CONCENTRAÇÃO DE CÁLCIO13; 14; 15

Usualmente, os níveis séricos de cálcio total são mantidos entre 8,8 e 10,4mg/d. Considera-se hipercalcemia quando o cálcio total ou ionizado encontra-se no limite superior da normalidade, esses valores são usualmente 10,5 mg/dl (2,6 mmol/L) para o cálcio total e 5,3 mg/dl (1,32 mmol/L) para o cálcio ionizado. A principal causa de hipercalcemia em pacientes ambulatoriais é o hiperparatireoidismo primário. A incidência desta moléstia aumenta com a idade e com o sexo feminino. A maioria dos casos de hiperparatireoidismo primário é causada pelo aumento na produção do hormônio da paratireoide (PTH) devido a um adenoma isolado desta glândula.

A etiologia da hipocalcemia é vasta, podendo ser paratormônio dependente – como no desenvolvimento deficiente das paratireoides, destruição das paratireoides, distúrbios no controle da secreção e resistência periférica. A hipocalcemia paratormônio independente pode se dar pela deficiência de vitamina D, reação a medicamentos, hiperfosfatemia, pancreatite, mineralização óssea acelerada ou septicemia.

Efeitos fisiológicos das alterações das concentrações

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