TRAGETÓRIA URUGUAIA: DESENVOLVIMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO ATRAVÉS DA HISTÓRIA.
Por: Sara • 26/12/2017 • 2.770 Palavras (12 Páginas) • 347 Visualizações
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Em 27 de junho de 1973 através do rádio e televisão, o discurso feito por Bordaberry, presidente da época, é o marco do início da ditadura no país. Neste dia, o presidente da época, Juan María Bordaberry com o apoio das Forças Armadas, fechou o Senado e a Câmara de deputados e indicou a criação de um Conselho de Estado para substituir as funções legislativas, alegando ter como objetivo projetar uma reforma constitucional que reafirme os princípios republicanos-democráticos.
Num âmbito econômico, o governo militar, sob uma visão liberal, abriu a economia para o mercado externo, incentivando a entrada de capitais estrangeiros e limitando a intervenção do Estado. Essa mudança fez diminuir os salários reais e, de forma inesperada, forçou a entrada da mulher no mercado de trabalho, sendo esta uma ótima saída encontrada pelas classes média e popular para manter a sobrevivência familiar.
Outros Grupos de extrema-direita como o Esquadrão da Morte e a Juventude Uruguaia de Pé também entraram em ação mais tarde.
- TRANSIÇÃO POLÍTICA: POVO RECLAMA A DEMOCRACIA
A primeira manifestação durante a pré-democratização contra o regime, por parte da sociedade como um todo, produziu-se no plebiscito de 1980, num contexto em que os indicadores manifestavam um considerável crescimento da produção, uma importante diminuição do desemprego, mehorias nos níveis de ingresso dos assalariados e um maior acesso à moradia e bens de consumo duráveis. A segunda manifestação foram as eleições de 1982, que ocorreram no momento em que o modelo econômico monetarista caía definitivamente. E a terceira manifestação foram as eleições nacionais de 1984, que se realizaram no momento de maior significação da crise econômica, com uma aguda queda da produção e da renda e níveis de desemprego sem precedentes no país.
A população, que foi se incrementando simultaneamente à oposição ao sistema ditatorial, foi progressiva entre as três datas assinaladas, sendo que, na última (1984), corresponderia relacionar a deterioração econômica com o apoio maciço da população à causa antimilitarista. Isso permite presumir que o impulso democrático respondeu a importância do sistema político na identidade da sociedade e a mobilização desta para recuperar o Estado como sua expressão nacional.
Em agosto de 1984 fecha-se um acordo chamado de "Pacto do Clube Naval" entre Gregorio Álvarez, a Frente Ampla, o Partido Colorado e a União Cívica. Os representantes do Partido Nacional uruguaio se retiraram das negociações por não assentir com o plano militar de realizar as eleições com partidos e pessoas pré-determinadas (entre elas Wilson Ferreira Aldunate), representando a nova coalisão democratica.
Como vemos, a República Oriental do Uruguai tem uma economia bem instável, com períodos de crescimentos sucedidos de retração e até mesmo de várias crises, já que o PIB chegou a ter taxas negativas.
Estas crises são bem marcadas pela inflação e o aumento do desemprego. Elas também apresentam parâmetros, a tendência de crescimento após uma crise. Como exemplo, temos a crise de 1982, seguida de sua recuperação em 1985. Esta crise não afetou apenas o Uruguai conforme observa o grupo CINVE(2005. P 3)
Além desta, ocorreu a crise de 2002 a última sofrida até então. Este processo foi muito significativo para a economia uruguaia, pois nesse período o Uruguai já possuía ligações comerciais oficializadas com os países pertencentes ao bloco.
- CRISE ECONÔMICA DE 2002 E SUA RELAÇÃO COM O MERCOSUL
Em 1998, depois de um crescimento significativo, a economia uruguaia entra em recessão culminando numa aguda crise em 2002, conforme observa o FMI (2007) : “Depois de um crescimento anual em torno de 5 %, durante 1996-98, em 1999-2002 a economia uruguaia sofreu com os problemas econômicos dos vizinhos Brasil e Argentina”. Tais países começaram a retirar depósitos bancários em 2002 e promoveram uma crise financeira. “Esta crise foi marcada pelo déficit fiscal, aumento da inflação, queda das importações e o aumento do desemprego”.(SICE,2006.)
A flutuação na economia Uruguaia está intrinsecamente relacionada às movimentações no PIB dos seus grandes parceiros de mercado, Argentina e Brasil. Um outro dado a acrescer é o fato das flutuações do PIB desses países incidirem, por vezes, no mesmo período, tendo durações aproximadas.
A Argentina é, sem dúvida, o país cujas relações econômicas com o Uruguai se configuram de forma mais estreita, seja em comércio ou em relações financeiras em geral, como investimentos.
Assim, as crises na Argentina, ou qualquer impacto no crescimento, estagnação ou retração desta economia repercutem no pequeno Uruguai.(CINVE, 2005.p 14)
Em 2003, o Uruguai retoma o crescimento da economia, e isso só foi possível por meio de uma política macroeconômica que recebeu crédito do FMI por três anos a partir de 2002. No período da crise, o comércio do Uruguai com o Brasil e Argentina caiu bastante
Por meio desses dados começamos a entender o interesse do Uruguai em estreitar as relações comerciais com os EUA, e também o temor do Mercado Comum do Sul, de o primeiro desrespeitar algumas das premissas de participação do bloco para favorecer-se. Com maior negociação com os EUA, quem mais perde são os países do MERCOSUL, que neste caso, deixariam de ser beneficiados, pois, apesar de os EUA constituir-se num mercado em potencial para o Uruguai, os países do MERCOSUL ainda são os maiores compradores de suas exportações.
Por conseguinte, é compreensível toda a articulação do Uruguai para negociar fora do MERCOSUL, sobretudo com os EUA, pois além de manter-se menos vulnerável aos problemas econômicos dos países fronteiriços, tenha a possibilidade, mediante esse processo, de fortalecer a economia e impor-se politicamente no MERCOSUL, enfim, obter mais influência e poder beneficiar-se mais no comércio intra-bloco.
- CRISE INTRA BLOCO – CONFLITOS ENTRE MEMBROS – URUGUAY x ARGENTINA
A sérios desentendimentos entre Uruguai e Argentina, um dos quais o motivo foi a instalação de uma fábrica de celulose em Fray Bentos, no Uruguai.
Para o Uruguai, tal mobilização prejudica a harmonia do bloco, que deveria, “obviamente”, estar aliado ao Uruguai, pois o empreendimento acrescentaria 10% do PIB Uruguaio, o que, na visão do país, traria benefícios não só para o si mesmo,
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