Fichamento o principe

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- deve-se considerar que não á coisas mais difícil a fazer, ne mais duvidosa a conseguir, nem mais perigosa de conduzir do que se dispor a introduzir novas instituições. (fl. 45)

- Esta fraqueza, surge, em parte por medo dos adversários que têm as leis conformes a seus interesses, em parte pela incredulidade dos homens que, na verdade, não acreditam nas inovações, se não as perceberem como resultantes de uma experiência segura. (fl. 45)

- Crueldades mal usadas ou bem usadas. Bem usadas podem ser chamadas aquelas – de do mal é licito falar bem – que se fazem instantaneamente pela necessidade de se firmar e, depois, não se insite mais nelas, mas são transformadas, no máximo possível, em utilidade para os súditos. (fls (63)

-Mal usadas são aquelas que, mesmo poucas a princípio, com o decorrer do tempo aumentam em vez de se extinguirem. (fl. 63)

-Por isso deve-se notar que, ao ocupar um Estado, o coupante deve considerar todos aqueles danos que é necessário para ele causar, praticando-os todos de uma só vez, para nõ ter de renová-los a cada dia e poder, sem repeti-los, dar segurança aos homens e conquista-los com benefícios. (fls. 63)

- As injúrias, portanto, devem ser feitas todas de uma só vez, a fim de que, pouco degustadas, ofendam menos. Os benefícios devem ser feitos aos poucos, para que sejam degustados melhor. (fl. 63)

- aquele que chega ao principado com a ajuda dos grandes se mantém com mais dificuldade do que aquele que chega ao posto do povo. (fl. 66)

- o objetivo do povo é mais honesto que aquele dos poderosos, querendo estes oprimir enquanto aquele apenas quer não ser oprimido. (fl. 66)

- o pior que um príncipe pode esperar do povo hostil é ser abandonado por ele; mas dos poderosos, quando inimigos não só deve temer ser abandonado, como també recear que se voltem contra ele, porque havendo neles mais visão e maior astucia, se empenham de antemão para salvar-se e procura adquirir prestigio junto daquele que esperam que venha a vencer. (fl. 66)