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Brasil: estrutura política e social da Primeira república, 1889 - 1930.

Por:   •  7/5/2018  •  2.154 Palavras (9 Páginas)  •  397 Visualizações

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“Paralelamente ao estabelecimento de grande número de imigrantes europeus no Centro-Sul nas últimas décadas do século XIX, houve importante movimento migratório interno entre o Nordeste e o Norte.(...) A partir da década de 1870, o desenvolvimento de atividades associadas à extração da borracha na bacia amazônica atraiu migrantes do Norte. Outro fator importante que contribuiu para o deslocamento da população foram os períodos de seca que assolaram a região nordestina nas décadas de 1870 e 1880” (p.767)

“(...) por volta de 1912, a produção brasileira, diante da concorrência da borracha produzida nas colônias inglesas e holandesas da Ásia, entrou em colapso, produzindo um rápido efeito sobre a migração interna” (p.767)

“Nos últimos anos do século XIX, e na verdade antes de 1920, a migração interna para o Centro-Sul, e dentro da região, foi limitada. Seus focos mais importantes foram as áreas urbanas e, particularmente, a capital da República (...)” (p.767)

“A parti do início da década de 1920, as condições que haviam limitado a migração interna no Centro-Sul durante a fase de sua expansão econômica começaram a mudar. Os imigrantes de Minas e do Nordeste começaram a entrar no Estado de são Paulo em números cada vez maiores. (...)Embora o índice e imigração tenha se mantido grande na década de 1930, as características do movimento imigratório iriam alterar-se definitivamente, passando os migrantes de origem brasileira a desempenhar papel importante na oferta de mão-de obra tanto nas zonas rurais do Centro-Sul quanto na indústria, que então iniciava sua expansão. Essa tendência foi reforçada, no âmbito internacional, pela crise de 1929 e , no âmbito nacional, pelas medidas adotadas para “nacionalizar” a força de trabalho e estabelecer um sistema de cotas para a entrada de imigrantes.” (p.768)

“Durante todo o período da Primeira, o Brasil continuou sendo um país predominantemente rural.” (p.769)

- As Estruturas Sociais e políticas.

“Durante todo o período da Primeira República, a vida social e a vida política eram dominadas por relações clientelistas(...)particularmente forte nas zonas rurais, porque nelas havia condições ideais para assegurar a manutenção de relações sociais baseadas na troca desigual de favores entre homens situados nos lados opostos da escala social. (...)e as condições geralmente precárias de sobrevivência não permitiam às classes dominadas fazer outra coisa se não procurar individualmente a proteção dos elementos mais poderosos. A proteção, em forma de terra, ajuda financeira ou emprego, era trocada por uma garantia de lealdade, que dependendo dos casos individuais, significava estar pronto a defender fisicamente o coronel, ou a obedecer à sua vontade nas urnas” (p. 772)

“Institucionalmente, a Republica fortaleceu o poder dos coronéis, na medida em que a descentralização deu maior poder aos municípios, as menores unidades políticas e administrativas de cada Estado. Os municípios não só ganharam maior autonomia nominal, como também maior controle sobre a renda pública.” (p.773)

“Naqueles Estados que não faziam parte da poderosa constelação centrada em São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, o governo federal desempenhava primordialmente um papel de árbitro, ora emprestando seu apoio à oligarquia política local, ora negociando diretamente com os coronéis” (p.774)

“Tem-se afirmado com frequência que a chamada aliança Café- com – leite entre São Paulo e Minas Gerais controlou efetivamente a Primeira República. (...) isso é verdade até certo ponto . No entanto, é importante ter em mente que houve áreas de conflito dentro da aliança, particularmente depois de 1910, quando a entrada na cena política de um terceiro Estado, o Rio grande do Sul, desestabilizou seu equilíbrio. Finalmente, quase no final da década de 1920, a ruptura entre as oligarquias de São Paulo e minas desencadeou a cadeia de acontecimentos que desembocou na Revolução de 1930.” (p.777)

“(o poder político de cada unidade regional dependia em grande medida de seu poder econômico. No entanto, era de fundamental importância o grau de coesão das classes dirigentes estaduais e dos partidos regionais. Pode-se ilustrar esse ponto com um a breve análise das estruturas políticas de São Paulo, de minas Gerais e do Rio Grande do Sul. (...) Em São Paulo a burguesia política emprestou seu apoio político ao PRP(...). a industrialização nascente não deu origem a uma classe que se opusesse de forma radical aos empresários do café.(...) O investimento industrial foi muitas vezes uma opção paralela ao investimento no complexo afeeiro e ajustou-se às condições da economia do cfé . Estas circunstancias facilitaram a fusão do proprietário rural e do industrial numa única pessoa, ou pelo menos num grupo familiar” (p.778)

“Em Minas, a estreita aliança entre o PRM e o Estado através do patronato foi sempre o meio mais seguro pelo qual os interesses de classe poderiam expressar-se ou pelo qual o indivíduo poderia progredir na arena política” (p.779)

“Em contrapartida, no Rio Grande do Sul a unidade da classe dirigente regional foi sempre problemática. (...) as disputas entre fações expressavam-se predominantemente através de partidos concorrentes, mais do que através de rivalidades dentro de um único partido. (...) Desde o começo da Republica assumiu o poder no plano regional, o partido regional, embora tenha sido obrigado a enfrentar a oposição dos partidos rivais.”(p.779)

“Um fator potencial de desestabilização durante a primeira República foi o fracasso do sistema político em integra as forças armadas, especialmente o exército. Até a década de 1880, o exército desempenhara papel secundário na tomada de decisões políticas nacionais.” (p. 780)

“Após a Guerra do Paraguai (1865-1870), o exército tornou-se mais consciente de seu potencial e ao mesmo tempo mais cônscio de seu papel subordinado.” (p.781)

“(...)o corpo de oficiais não era um grupo homogêneo. De um lado, estavam os oficiais jovens que haviam frequentado a Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, que se notabilizado mais como um centro de estudos de matemática, filosofia e letras do que das ciências militares. (...) Foi neste círculo de oficiais que nasceram o conceito de “soldado cidadão”, bem como as críticas ao império em favor da modernização e contra o regime escravista. Do outro lado, estavam os Tarimbeiros, um grupo de oficiais mais velhos, quase todos veteranos da Guerra do Paraguai

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