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Serviço Social No Brasil

Por:   •  23/12/2017  •  1.546 Palavras (7 Páginas)  •  416 Visualizações

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Logo após os anos de 1964 os assistentes sociais se dedicaram com maior profundidade à crítica interna. Foram realizados importantes encontros profissionais, em níveis regionais, nacionais e latino-americanos, debatendo as questões profissionais e educativas do Serviço Social. A partir desses encontros, foram se definindo novas tendências no seu interior, tendo sido incrementada a produção intelectual e científica da área, em revistas, documentos e livros.

Nos anos de 1960 e 1970 nasceu e cresceu a reconceituação, onde a mesma serviu de estímulo para a produção de vários documentos na área, com importante contribuição para a revisão da teoria, da prática e do ensino de Serviço Social. Esses anos foram inovadores para a profissão em função de revisões críticas no campo das ciências sociais e “pela apropriação de correntes filosóficas vinculadas ao pensamento cristão progressista e pela interlocução com a tradição marxista, posta pela reconceituação (BARROCO, 2001, p. 108).

O ano de 1970 marca o início do período do chamado "milagre econômico brasileiro". Empréstimos e investimentos estrangeiros alavancam o processo de desenvolvimento. Novos empregos e inflação baixa trazem euforia à classe média e ao empresariado. Ao mesmo tempo, vive-se o auge da repressão, com censura à imprensa e violência contra a oposição.

Entre 1968 e 1973 o estouro de crescimento econômico onde ficou conhecido como "Milagre Econômico". Mas, ao lado da euforia da classe média, que teve seu poder aquisitivo ampliada naquele momento, existia outro país, que não era atingido por esse milagre.

No ano de 1970 continuaram com maior vigor os questionamentos em relação à formação para o Serviço Social, articulados às críticas à Educação e à Universidade. Apesar de todo o aparato policial repressor, surgiram novos movimentos sociais de reivindicação salarial, que se ampliaram, assumindo caráter contestatório em relação às condições sociais e políticos de País.

No fim de 1980, com a redemocratização do País e com a nova Constituição (Brasil, 1988) ocorreu uma importante mudança na área do Serviço Social, que acompanha todo um movimento da sociedade brasileira. As políticas sociais passaram a direcionar-se para a universalização e garantia dos direitos sociais, para a descentralização político-administrativa e para a participação popular.

O Serviço Social, como disciplina profissional, profissão e prática educativa, foram levados aos encontros regionais e às convenções nacionais da então Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social (ABESS) e foi elaborada uma nova proposta de formação profissional que, após a aprovação pelo Conselho Federal de Educação, foi sendo implantada a partir de 1984, em todas as Unidades de Ensino do País.

Já em 1990 discutia-se no Serviço Social a conjuntura brasileira, face às mudanças no cenário mundial: a globalização da economia, o neoliberalismo, a reestruturação produtiva, o desemprego, o aprofundamento da desigualdade social e o aumento da exclusão social, em nossa sociedade, que causam uma crescente precarização da qualidade de vida de vários segmentos da sociedade. Essa realidade propunha ao profissional de Serviço Social novos desafios, que deviam ser enfrentados no cotidiano de sua prática profissional, pois as “modificações estruturais vividas pela sociedade brasileira, rebatem diretamente no conjunto de segmentos que configuram a clientela ou os usuários dos serviços profissionais” (Quiroga, 1999, p. 159).

A inserção do Serviço Social na sociedade e sua associação às lutas e movimentos políticos sempre foi uma característica da profissão, desde os primeiros tempos, sempre que se tratava de questões sociais. Cita-se como exemplo, mais recente, a grande participação dos Assistentes Sociais na discussão e na aprovação da Lei da Assistência (LOAS, 1993) e na Municipalização da Assistência.

A profissão de assistente social foi regulamentada como profissão liberal e apesar de não se apresentar como uma profissão de autonomia a mesma têm como existência uma relação especial no contato direto com as pessoas possibilitando a reorientação de sua forma de intervenção, a definição de sua atuação possibilita ao assistente social apresentar propostas de trabalho que ultrapassem meramente a demanda institucional e amplia seu campo de autonomia, de acordo com a concepção social do agente sobre sua prática do Serviço Social abre possibilidades de seu exercício independente.

O Serviço Social historicamente vinculou-se a práticas religiosas da Igreja Católica, de assistência aos pobres e desamparados, dentro de uma perspectiva voluntarista e filantrópica, de caráter positivista-funcionalista, passou a ganhar notoriedade com o advento das relações entre capital e trabalho, com a ampliação de seu mercado de trabalho durante o padrão taylorista-fordista de produção, mediante uma regulação econômica keynesiana.

O Serviço Social como profissão historicamente construída se encontra entrelaçado por todas essas tramas, que marcam os sinais do tempo na realidade em que o Serviço Social se efetiva, que favorecem contradições internas no próprio sistema que as fecundam, que, paradoxalmente, favorecem o surgimento de fatos e de comportamentos suscitadores de ações que vão de encontro aos próprios interesses da estrutura que os produz.

O serviço social brasileiro, que nasceu e se desenvolveu nos marcos do pensamento conservador, como um estilo de pensar e de agir na sociedade capitalista, vivenciou os sinais de erosão das bases do Serviço Social tradicional diante de um cenário de desenvolvimentismo, onde jovens profissionais, inseridos em trabalhos nas comunidades, começaram a questionar “a histórica subalternidade da profissão, reivindicando um novo padrão cultural e teórico, tendo em vista as mudanças sociais em curso” (BARROCO, 2001, p. 108).

CONCLUSÃO

Neste trabalho pode-se concluir que o serviço social ao longo dos tempos vem ampliando suas praticas junto

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