As Implicações da Crise Financeira Internacional na Balança de Pagamentos do Brasil
Por: Juliana2017 • 26/12/2018 • 4.349 Palavras (18 Páginas) • 527 Visualizações
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desenvolver o trabalho na base do método histórico, estatístico e monográfico. O método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para através de alterações de suas partes componentes ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época (Lakatos, 2003: 106). Esse método facilitou a compreensão causas da crise financeira tendo em conta os seus antecedentes.
Método Estatístico, de acordo com Andrade (2009: 123), este método consiste em obter representações simples de partes que perfazem um todo, transforma fenómenos sociais em números, a partir de representações complexas obter-se representações simples. O método estatístico facilitou a análise de dados obtidos durante a realização do trabalho e por seu turno a análise das implicações da crise financeira internacional na balança de pagamentos do Estado Brasileiro.
Técnicas
Em relação às técnicas, recorreu-se a técnica bibliográfica e a técnica documental. Uma das características da técnica bibliográfica é de que, a fonte da colecta de dados está restrita a material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, (Gil, 2002: 43). Essa técnica permitiu a recolha detalhada da informação baseada em algumas obras de Relações Internacionais, fazendo uma crítica interpretativa sobre os dados recolhidos sobre o tema em estudo.
CAPÍTULO 1: CAUSAS DA CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL
Neste capítulo procura-se identificar as causas da crise financeira internacional. Antes de tecer considerações mais detalhadas, importa referir que esta crise financeira internacional teve causas múltiplas, daí que se viu necessário apresentar as mais importantes para a compreensão do trabalho.
1.1. República Federativa Brasileira
A República Federativa do Brasil é o maior país da América do Sul e da região da América Latina, sendo o quinto maior do mundo em área territorial (equivalente a 47% do território sul-americano). Em termos populacionais ocupa a sexta posição, com mais de 200 milhões de habitantes. É o único país na América onde se fala maioritariamente a língua portuguesa e o maior país lusófono do planeta, além de ser uma das nações multiculturais e etnicamente diversas, em decorrência da forte imigração oriunda de variados locais do mundo, (Pimentel, 2013: 23).
Para além da localização geográfica importa dizer que a República Federativa Brasileira possui a maior economia da América Latina e do Hemisfério Sul, a nona maior do mundo por Produto Interno Bruto (PIB) nominal e a sétima por paridade do poder de compra (PPC). Reformas económicas deram ao país novo reconhecimento internacional, seja no âmbito regional ou global. O país é membro fundador da Organização das Nações Unidas (ONU); G20; Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP); União Latina, Organização dos Estados Americanos (OEA); Mercado Comum do Sul (MERCOSUL); e da União de Nacões Sul-Americanas (Ibid: 24).
1.2. Panorama da Crise Financeira
Esta crise originou-se, principalmente, com a política monetária expansionista dos EUA valendo-se de sucessivos cortes na taxa de juros que, segundo Marques (2009: 36), era de 16% em 1981, passando para taxas entre 2,5% e 4% no período compreendido de 1992 a 2001, reduzidas a menos de1% em 2003, gerando a concessão indiscriminada de créditos, principalmente para a aquisição de imóveis.
Para conter a febre especulativa, as taxas de juros foram elevadas em até 3% no ano de 2007, momento em que a in adimplência tornou-se insustentável, chegando a 15,5%, segundo dados do IPEA (2008: 78), arrastando o sistema financeiro norte-americano, complexamente interligado, para uma crise de liquidez, que se tornou uma crise financeira e posteriormente, económica. O boom de in adimplência causada, em parte, pela alta nas taxas de juros pode ser compreendida a partir de uma análise simplificada da natureza dos financiamentos imobiliários nos EUA, (Idem).
Os mutuários sem comprovação de renda ou com histórico de crédito duvidoso (até mesmo imigrantes) passaram a ter ampla participação no recebimento de financiamentos. Na sequência, a ilustração do gráfico a seguir demonstra o crescimento do financiamento subprime no mercado dos EUA
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Gráfico 1. Evolução do Financiamento Subprime no Mercado dos EUA
FA (US$ BI) P M (%)
Fonte: Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
O gráfico acima representado revela que a partir do ano de 2003 começou-se a verificar uma evolução acentuada do financiamento subprime no mercado dos EUA. Esse financiamento era feito pelos bancos, ou seja, durante esse período, o governo dos EUA incentivava os bancos a conceder este tipo de financiamento.
1.3. Causas da Crise Financeira
Na presente subsecção apresentou-se as causas da crise financeira internacional. De acordo com Allen e Gale (2007:24), as causas da crise financeira são múltiplas e merecem uma análise cuidadosa para evitar-se futuras crises. Em vez disso, precisa-se compreender os tipos de estrutura que causam crise, procurar criar mecanismos para prever a chegada de novas crises e reestruturar a regulamentação para responder em momentos de crise. A crise financeira de 2007-2009 foi considerada por muitos economistas como a mais grave depois da grande depressão de 1929.
Esta crise, com origem nos EUA generalizou-se para todo mundo tendo-se traduzido na necessidade de resgate de instituições, na falência de instituições financeiras e em profundas quedas dos mercados bolsistas, (Abreu et al, 2012:322). A crise financeira é causada por vários factores, entre tanto, esta crise derivou duma combinação de inovações financeiras não reguladas, excesso de liquidez global e um período prolongado de desequilíbrios macroeconómicos e financeiros que permitiram um insustentável aumento da alavancagem financeira.
Duma forma geral, as crises financeiras manifestam-se quase em períodos e em economias que revelam fracos fundamentos: períodos de crescimento fraco, deterioração das contas públicas, deterioração das contas externas ou contextos macroeconómicos negativos. De acordo com Lazarou
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