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A Crise Financeira de 2008

Por:   •  31/3/2018  •  3.354 Palavras (14 Páginas)  •  403 Visualizações

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internet, em que de seguida fez-se a análise minuciosa das informações colhidas, e finalmente

a síntese que culminou com o enquadramento das ideias básicas para o trabalho.

1. A crise financeira de 2008

Tal qual aquela famigerada crise, a de 2008 também eclodiu no centro financeiro e político do

mundo, ou seja, os Estados Unidos da América. É uma profunda crise de confiança decorrente de

uma cadeia de empréstimos originalmente imobiliários baseado, em devedores insolventes que,

ao levar os agentes económicos a preferirem a liquidez e assim liquidar seus créditos, está

levando bancos e outras empresas financeiras à situação de quebra mesmo que elas próprias

estejam solvents (Pereira, 2009: 1).

Diferentemente da crise ocorrida no século XX, que se deu essencialmente ao excesso de

produção agrícola e industrial, que somando aos baixos salários, levou á queda vertiginosa no

consumo, e á especulação com acções na bolsa, a crise de 2008 ocorreu devido á desestruturação

do sistema imobiliário norte-americano, o que afectou toda economia (REBELO, s/d: 2).

1.1 Como é que isso aconteceu?

Para melhor perceber isto, tudo nos leva a analisar algumas praticas corriqueiros nos EUA

(estados Unidos da América).

Pode se notar uma pratica singular nos EUA: as famílias recorrem á hipoteca de seus imóveis, a

fim de obter financiamentos para o pagamento das prestações e, assim, manter o seu padrão de

consumo (REBELO, s/d: 2).

De acordo com CONCEICAO (2009: 32), os bancos norte-americanos ofereciam os chamados

créditos subprime para os interessados nas operações a juros altos, mais precisamente, a pessoas

com um histórico desagradável no tocante ao aspecto creditício. No meio desse comércio de

créditos subprime, companhias hipotecárias recorreram ao dinheiro de investidores de Wall Street

para ampliar as concessões de empréstimos. Realizou-se, em seguida, a securitizacao do

processo, expressa pela transformação das hipotecas em papéis negociáveis no mercado.

Infelizmente, muitos bancos de investimentos acabaram por negociar tais papéis no mercado

internacional, o que um bom número de investidores e grandes bancos a adquirir esses papeis a

titulo de investimento rentável.

Após essa linearidade histórica, começou a se firmarem os alicerces finais da crise financeira.

Verificou-se a alta dos imóveis nos Estados Unidos, que, mesmo chocando-se com taxas de juros

convidativos e sem a necessidade de pagamento da entrada, levaram a alarmantes índices de

inadiplencia: criou-se, por consequência, o que os economistas chamam de bolha habitacional.

Os proprietários relutaram por muito tempo em não baixar os preços referentes aos imóveis, o

que foi um factor determinante para a crise, pois, quando resolveram efectivar a baixa após muito

tempo, o sistema dos empréstimos subprime já estava comprometido (REBELO, s/d, 3).

2. Causas da crise

2.1 O colapso da Bolha do imobiliário nos EUA

A maior crise económica e financeira desde a década de 1930 teve origem num sector específico

do mercado de crédito hipotecário americano, o mercado de alto risco. O crédito hipotecário de

alto risco (sub-prime) é um tipo de empréstimo que facilita o acesso à habitação por aqueles que

não têm as garantias necessárias para serem elegíveis para empréstimos normais (prime). O subprime

é um crédito hipotecário de alto rendimento que implica um risco considerável de

incumprimento por parte do mutuário. Os mutuantes contavam com o aumento de preços dos

bens imóveis para limitar os riscos. Em caso de incumprimento, poderiam sempre revender a um

preço mais elevado. Em 2006, este tipo de empréstimo representava 10% do mercado de crédito

hipotecário americano. O colapso da bolha do sector imobiliário nos EUA traiu a lógica do subprime.

A taxa média de incumprimento aumentou, passando de cerca de 11% no início de 2006,

para mais de 20% em 2008. (SCHUMAN, 2013: 17)

2.2 A Titularização do Suprime que facilitou o contagio no sistema financeiro

A titularização é uma operação financeira que permite partilhar riscos. As carteiras de

empréstimos são integradas em conjunto num único produto que é dividido em valores

mobiliários de níveis de risco variáveis. Por conseguinte, o risco de incumprimento é partilhado

entre muitos credores. É uma garantia efectiva enquanto os incumprimentos se mantiverem como

casos isolados. Todavia, se se verificar um incumprimento maciço e simultâneo, tal como foi o

caso na crise do crédito hipotecário de alto risco, a titularização alastra o risco a todo o sistema

financeiro. O grau de complexidade e de opacidade das operações de titularização torna difícil

avaliar com segurança a exposição real aos activos tóxicos (SCHUMAN, 2013: 17)

2.3 A Desconfiança Mutua que congela o intercambio

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