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A Relação dos Batedores de Açaí em Santana Com Internacional

Por:   •  19/12/2018  •  3.036 Palavras (13 Páginas)  •  331 Visualizações

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O açaí constitui a alimentação de milhões de pessoas em todo mundo, principalmente dos países em desenvolvimento incluindo o Brasil, sua cultura é amplamente difundida por todo o território nacional, tanto para consumo da população em diversos meios culinários, quanto para o setor econômico nacional.

O presente artigo tem como problemática: por que os batedores de açaí em Santana não estão diretamente ligados com o processo de exportação?

O fruto do açaí, Euterpe oleácea Mart, é a principal fonte de renda para uma pequena classe de trabalhadores, os batedores de açaí, que fazem do seu produto uma das iguarias mais consumidas em toda região norte. Para Poullet apud (1990) o açaí é um dos produtos mais importante da vida alimentar e cultural da população.

Devemos compreender que o trabalho familiar extrativista, principalmente relacionada à atividade do açaí, se constitui como parte fundamental da cultura das populações locais, que exercem relação intima com a natureza. Não podemos esquecer que além de comercializar seus produtos, essas populações fazem uso, do consumo, deste produto que é retirado da natureza, fazendo parte do habito alimentar deste povo.[1]

A exportação do açaí é a última etapa de um longo processo, que começa no cultivo e no manejo, ao longo dessas etapas muitos trabalhadores se envolvem de forma informal, como os agricultores, apanhadores[2], atravessadores[3] e carregadores[4]. Os batedores fazem o comercio local, compram o açaí dos atravessadores que chegam cedo ao porto de Santana, depois o fruto é levado para os seus estabelecimentos espalhados por toda a cidade, e lá acontece a retirada da polpa que misturada com água forma o vinho do açaí, assim o açaí é comercializado pelos batedores.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Analisar a relação dos batedores de açaí em Santana com o comércio Internacional.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Entender como os batedores de açaí podem se envolver diretamente com o processo de exportação do produto;

- Levantar os problemas e dificuldades encontrados pelos pequenos produtores;

- Relacionar o aspecto cultural e a comercialização do açaí.

METODOLOGIA

O projeto foi realizado inicialmente por pesquisa de campo e posteriormente através da aplicação de questionário com natureza quantitativa, voltado para os batedores de açaí, do município de Santana. Este questionário foi aplicado com o intuito de realizar a coleta de informações que fizessem entender como os batedores de açaí podem se envolver diretamente com o processo de exportação do produto, assim como analisar os problemas e dificuldades encontrados pelos pequenos produtores, através dos dados obtidos. Também buscamos interagir com os sujeitos da pesquisa para obtermos dados que vão além do questionário.

RESULTADOS ALCANÇADOS

Na aplicação do questionário, foi utilizado um número de 60 pessoas (amostra). E segundo dados do IBGE, o município de Santana conta com 115.471 pessoas (população), sendo a amostra 0,05% da população Santanense.

A partir das respostas obtidas, observou-se que 23,3% dos batedores afirmam que o açaí ganha mais credibilidade no âmbito global em cosméticos, enquanto 65% declaram o ganho em alimentos e 11,66% atesta o ganho em bebidas. É evidente a expansão do açaí em âmbito global, isso muito se deve pela forma que acontece o seu consumo, forma pela qual o açaí se popularizou Brasil a fora. O ato de consumir o açaí pode diferenciar de um lugar para o outro, mas o açaí não deixa de ser um dos principais alimentos da culinária nortista e também brasileira.

Segundo Fontes e Ribeiro (2012) “Uma bebida e cultura alimentar da floresta agora é exportada para locais distantes e consumida por pessoas que não sabem de sua origem. Beber açaí deixou de ser um ato cultural de moradores ribeirinhos e de moradores das cidades da Amazônia”.

[pic 1]

Observou-se também que 70% dos batedores afirmaram que a sua participação direta no processo de exportação do açaí lhe traria maiores benefícios financeiros, enquanto 30% negaram à afirmativa. O questionamento foi feito com o intuito de saber a percepção dos batedores com relação aos ganhos obtidos com a exportação.

[pic 2]

Constatou-se que 31,66% dos batedores substituiriam o fruto pela polpa industrializada, enquanto 68,33% tem preferência pela forma tradicional de produção do açaí. Aos que optaram em substituir a fruta pela polpa industrializada, acreditam que a redução dos gastos com a produção seria o principal benefício obtido com a troca, tendo o percentual de 52,63%, enquanto 31,57% afirmam que o benefício seria a redução do tempo de produção. Outros 10,52% e 5,26% responderam respectivamente, que teriam a redução no valor da venda, e aumentaria a qualidade do produto final.

O fator cultural é bastante influente na negação dos batedores pela preferência da polpa industrializada, ou seja, o povo santanense e nortista, em geral, está acostumado a consumir o açaí fresco que é vendido pelos atravessadores e comprado pelos batedores de açaí, se a troca fosse feita, poderia haver uma insatisfação por parte dos clientes, o que geraria o enfraquecimento das vendas. “sinceramente, eu não colocaria minha mão no fogo, eu não posso mudar a forma de produzir o meu açaí, também, porque a polpa industrializada perde muitos nutrientes, sem contar que eu não vejo a necessidade em mudar uma coisa que está boa”. [5]

[pic 3]

[pic 4]

Perguntamos aos batedores qual a principal barreira que impede a sua participação de forma direta na exportação do açaí. 38,33% responderam que a falta de informação é o principal fator que dificulta a sua entrada no processo de exportação, também, 35% afirmaram a falta de possibilidades como principal barreira, seguida da falta de interesse por parte dos batedores com 15% e a logística com 11,66%. Eis que o principal problema dentre os apresentados é a falta de informação, ou seja, isso mostra que os pequenos batedores não estão hábitos a atuar nesse mercado, dessa forma, deveria haver políticas de capacitação para os

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