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Teoria economica de Keynes

Por:   •  23/10/2018  •  2.605 Palavras (11 Páginas)  •  233 Visualizações

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e socialistas no mesmo sistema econômico o Keynesianismo provou-se fundamental na recuperação do mundo capitalista pós crise de 29 e segunda grande guerra, a aplicação de suas ideias serviram como precursor do conceito de estado de bem estar social que vigorou até meados dos anos 70 quando foi enfraquecido pelo crescimento do pensamento neoliberal.

2.1 Seus Princípios

Eram preceitos fundamentais da teoria de Keynes: o protecionismo econômico, a intervenção estatal em áreas econômicas onde a iniciativa privada não pode ou não tem interesse de atuar, a intervenção do estado através de políticas fiscais e a necessidade do Estado para aquecer a economia em tempos de crise. Keynes jamais advogou a estatização da economia nos moldes soviéticos, como atacavam seus críticos, para Keynes a função do estado na economia não era concorrer com a iniciativa privada e sim suprir sua ausência quando necessário.

O princípio básico da economia keynesiana é de que os consumidores aplicam uma proporção de suas rendas em bens e poupanças e que com o aumento de renda ocorre o aumento de poupança que cresce de forma inversamente proporcional ao investimento levando ao desnivelamento da demanda em relação à oferta, os mercados então tenderiam a retornar ao ponto de equilíbrio entre poupança e investimentos e para que seja alcançado tal equilíbrio índice de empregos seria o reduzido.

Além do problema da poupança excessiva Keynes aponta como outro fator determinante das crises econômicas a incerteza de investimento por parte do empresariado já que estes seriam controlados por seus “espíritos animais”, uma tendência de tomar decisões de maneira impulsiva com mais frequência do que decisões pensadas, tal incerteza impede que o princípio de auto regulação dos mercados seja efetivo.

Seria, então, nesses ciclos recessivos que o Estado deveria atuar para não só frear o aumento do desemprego, mas também manter a situação de emprego pleno, outro dogma da teoria keynesiana, para tanto seria necessário trabalhar sobre déficit das contas públicas, situando as despesas governamentais acima do nível de arrecadação aumentando a demanda efetiva, tais despesas devem ser com obras públicas e infraestrutura de forma que seja possível manter o emprego pleno.

A outra faceta da solução keynesiana para momentos de crise é o corte nas taxas de juros, função que ele atribuía essencialmente aos bancos centrais, o corte de juros permitiria que financiamentos e compras que com taxas mais altas fossem vistos como não econômicos tornassem-se viáveis estimulando o investimento e, portanto, aquecendo o mercado. Investindo sobre o déficit o governo também dependeria das baixas taxas de juros para emprestar verbas do mercado financeiro.

Conclui-se então que os dois pilares da economia keynesiana tratam exclusivamente da atuação governamental através de suas duas esferas econômicas: a de políticas fiscais, aumento dos gastos e redução de impostos, e a de políticas monetárias, com a redução de juros, nenhuma das quais adentra a esfera de atuação da iniciativa privada como preconizava John Keynes (1926, The end of laissez-faire) “[...] Para o governo, o mais importante não é realizar coisas que os indivíduos já estão fazendo, e fazê-las um pouco melhor ou um pouco pior, mas fazer aquelas coisas que atualmente deixam de ser feitas [...]”.

No aspecto social o Keynesianismo expandiu as ideias de concorrência justa dos liberais, segundo estes o estado deveria apenas garantir que não houvessem barreiras discriminatórias que impedissem a livre concorrência e igualdade dos indivíduos, Keynes foi além e afirmou que aspectos como ausência de um sistema de saúde igualitário, de um sistema de ensino acessível a todos bem como garantias de dignidade aos trabalhadores eram empecilhos tão grandes à livre concorrência quanto as barreiras legais que os liberais buscavam eliminar. Pode ser então atribuído à Escola Keynesiana o surgimento de benefícios sociais como seguro desemprego, salário mínimo e redução de jornada de trabalho, além da responsabilização do Estado por áreas como saúde e educação.

3 A MACROECONOMIA

O grande resultado da escola keynesiana deu-se na forma do desenvolvimento da teoria macroeconômica, utilizada ao lado da microeconomia liberal como o segundo grande aspecto de um sistema econômico complexo, a macroeconomia é estudo dos efeitos microeconômicos em larga escala levando em consideração não pontos isolados da curva econômica mas regiões, cidades ou países inteiros e a forma como as escolhas individuais quando tomadas em conjunto como um grupo podem ter grandes impactos na economia de uma nação.

Foi da teoria macroeconômica que extraímos conceitos como PIB (Produto Interno Bruto) e PNB (Produto Nacional Bruto) também são atribuídas à teoria macroeconômica, embora não sendo de criação de Keynes, a ideia de contabilidade social, ou contabilidade nacional. As principais metas da macroeconomia são: o crescimento da economia, o pleno emprego, a estabilidade de preços e o controle inflacionário.

O modelo desenvolvido por Keynes visava a utilização de práticas macroeconômicas durante ciclos de recessão como forma de reverter o quadro decadente mas não como forma duradoura de planejamento econômico, tanto que afirmava que o déficit gerado em um ciclo de crise jamais deveria ser levado ao próximo ciclo, e foi portando chamado de macroeconomia de curto prazo, futuramente os neoclássicos utilizaram as ideias de Keynes para cunhar seu próprio modelo macroeconômico que foi chamado de macroeconomia de longo prazo.

4 AS RAMIFICAÇOES DO KEYNESIANISMO

Os pensamentos originados por Keynes difundiram-se rapidamente não só entre os governos, mas também entre outros economistas que estudaram suas obras e acrescentaram a elas, especialmente os que frequentaram suas aulas na Universidade De Cambridge. Após o enfraquecimento da Escola Keynesiana perante o Neoliberalismo surgiram várias novas correntes que buscam revitalizar os conceitos do economista britânico como o Novo-Desenvolvimentismo e os Pós-Keynesianos.

Ambas as escolas citadas fazem uma releitura dos ensinamentos keynesianos com base no atual contexto com ênfase especial à globalização, principal motivo da adoção em massa por parte das nações ao neoliberalismo, visando opor-se aos preceitos do neoliberalismo assim como Keynes confrontou os ideais clássicos em seu tempo. Tais escolas fortaleceram-se após a crise de 2008 que foi atribuída a falhas dos neoclássicos, porém diferente do que ocorreu após 1929 não receberam adesão

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