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TEORIA POLÍTICA – NAZIFASCISMO.

Por:   •  9/2/2018  •  4.613 Palavras (19 Páginas)  •  343 Visualizações

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A situação da ruína conduz à quebra da Bolsa de valores de Nova York, em outubro de 1929. A crise levou à falência diversas instituições bancárias norte-americanas e por conta desse cenário de dependência, terminou arrastando consigo os países ligados à economia americana. Essa situação de instabilidade leva os governos a se precaverem, adotando uma postura protecionista nos anos 30, através da elevação das taxas alfandegárias e contenção dos gastos com importações.[7]

E é nesse cenário de caos econômico e de vontade de “colocar ordem na casa” que os regimes totalitários encontram espaço para ascender. A Europa do entre guerras era um campo aberto para ideias revolucionárias. Os valores liberais começam a ser contestados e os governos se mostram impotentes frente às crises econômicas, principalmente na Alemanha e na Itália que por conta de sua unificação tardia e de sua precária situação no pós-guerra, não conseguiram concretizar o liberalismo.

Os setores sociais predominantes se sentiam ameaçados pelos grupos revolucionários e por conta disso, os capitalistas se viram na necessidade de uma autoridade central forte, que agisse de acordo com os seus interesses. Ou seja, o objetivo era evitar uma revolução socialista e, para isso, era necessário que as forças militantes das classes trabalhadoras fossem esmagadas. Assim, está montado um cenário propício para o surgimento dos governos totalitários e das ideias nazifascistas na Europa do século XX.

Origem do Nazi-fascismo – etimologia, ideologia e propaganda.

- A Ideologia Fascista

O Estado Fascista, totalitarista, é regado por ideologias, que o compõe e sustenta. Vale-se salientar que as ideologias não residem apenas nas ideias, não constituem somente um “sistema conceitual”, no sentido próprio do termo. Entende-se, como salienta Gramsci, por ideologia, aos costumes, hábitos, ao “modo de vida” dos agentes de uma formação. Ela concretiza-se nas práticas de uma formação social.[8]

No Regime Fascista, viu-se tentativas de construção e aplicação, de uma ideologia, cuja missão seria dar a recém-formada nação italiana, um guia de costumes, hábitos, “modo de vida”, afim de unificar não somente politicamente, a Itália, mas ideologicamente. Assim busca-se tais elementos nos ancestrais romanos (evocando o espírito nacionalista), na imagem do partido (através da grande quantidade de propagandas, típicas dos regimes totalitários) e de seu Líder maior– o Duce Benito Mussolini.

A Adoção de símbolos e ritos romanos, por parte do Regime fascista, como a típica saudação, a Águia Romana, a marcha cadenciada, tornaram-se elementos-símbolo da ordem e disciplina em que Mussolini e o fascismo italiano, germe dos demais fascismos, se sustentavam, inicialmente estritos ao partido, e com a posterior difusão propagandística, como elementos da nação.

O “fasces lictoris”, Instrumento Romano – trata-se de um cilindro, composto por feixes de varas ligadas à volta de um machado – simbolizava, quando utilizado em cerimônias oficiais, jurídicas e militares, dentre outras a união em torno do chefe. Foi amplamente utilizado como símbolo Fascista, a tal ponto de sugerir o próprio nome do partido, derivado da tradução italiana do latim “fasces lictoris”: fascio littorio, sugerindo, assim, o termo “Fascismo”.

O “Fascio” foi empregado, posteriormente, como símbolo maior da sociedade que se intentava criar, unida, disciplinada e ordenada em torno de seu Líder, Mussolini.

- Totalitarismo, Nacionalismo e Militarismo

O Nacionalismo exacerbado é característica forte no Estado Fascista, assim como no Regime Nazista, que será posteriormente apresentado. Entre os fascistas, o nacionalismo era a ideologia baseada na ideia de que só o que é do país tem valor: Há uma valorização extrema da cultura do próprio país em detrimento das outras, que são consideradas inferiores, inflamada através do constante incentivo de propagandas.

A construção de tal sentimento nacionalista, de exaltação da cultura da nação e muitas vezes da “raça” superior, em detrimento do indivíduo e suas vontades, desemboca, quase que naturalmente, em xenofobia e certa apatia para com os imigrantes. Em uma de suas mais conhecidas frases, Benito Mussolini resume a necessidade do ideal nacionalista para o funcionalismo do Estado Fascista: “Tutto nello Stato, niente al di fuori dello Stato, nulla contro lo Stato" ("Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado").

Assim como no Regime Nazista – ambos os regimes apresentam diversos pontos congruentes, apesar de serem ideologicamente distintos – o culto à força física estava atrelado propositalmente à força do exército, em que altos investimentos bélicos e preparação militar – dos chamados “camisas pretas” – conviviam com o desenvolvimento físico dos jovens italianos, no caso da Alemanha Nazista, na chamada “juventude Hitlerista”.

Os investimentos militares sugeriam a constante possibilidade de guerra, assim como reafirmavam a necessidade de crescimento do Estado, em busca de expansão para subsistência.

Em suma, a ideologia fascista consistia na conservação e valoração do Estado, fim maior do ajuntamento social, pelo qual os agricultores plantavam e os soldados marchavam: “é o arado que traça o sulco, mas é a espada que o defende. E a relha e a lâmina são ambos de aço temperado, como a fé de nossos corações” (Mussolini, 1953, v.XXVI (18.12.1934), p.402). Afim de proteger e expandir o Estado, este não democrático e antissocialista, cabia, ao mesmo, a tutela do povo, censurando a voz crítica da oposição, e veiculando através dos rádios, cinemas, revistas e jornais exaltações ao seu líder.

- A Ideologia Nazista

Como supracitado, há muitas convergências entre o Nazismo e o Fascismo: o culto à força física, o poderio militar, a presença de uma figura centralizadora no poder, o incentivo propagandístico ao nacionalismo.

Dedicar-se-á, pois, aqui, às singularidades do Estado Nazista, considerando as já supracitadas características do Regime Fascista, em muitas partes semelhante à Alemanha Nazista.

- O Antissemitismo, Unipartidarismo e a Anticultura.

Diversas são as fontes em que bebeu a ideologia Nazista, como a Teoria do Estado totalitário, de Hegel, os postulados de determinismo geográfico de Friedrich Ratzel, O “Super-Homem”,

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