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RESUMO TRABALHO FERNANDO HOFFMANN

Por:   •  11/10/2018  •  1.123 Palavras (5 Páginas)  •  244 Visualizações

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– Terceiro ponto: refutar a religião das lutas contra opressão, o que historicamente era comum entre grupos tradicionais de esquerda, só garantiu a cegueira em relação a como vivem e por que lutam os oprimidos. Para além dos exemplos trazidos no livro, que revelam como as teologias progressistas, como a Teologia da Libertação, foram e são fundamentais à luta contra a opressão e contra a globalização contra-hegemônica, lembro-me aqui do exemplo do ativista, advogado e professor Fábio Alves dos Santos. Incansável defensor dos direitos humanos das comunidades pobres de Belo Horizonte, o professor Fábio participou da organização e mobilização de centenas de pessoas sem nunca precisar ensina-los sobre as gerações de direitos, mas ao partilhar palavras de fé, esperança e comunhão;

– Quarto ponto: há fundamentalismos e teologias progressistas nas mais diversas matrizes religiosas. A reaproximação da religião do espaço público pode tanto reforçar a intolerância e a perpetuação das injustiças sociais quanto pode servir à superação delas. Assim como não há garantia de que a religião seja emancipatória, não pode haver juízos prévios sobre qual delas tenha um potencial mais progressista, pois tais juízos devem ser feitos nas práticas concretas de diálogo intercultural;

Quinto ponto: a reapropriação da religião no espaço público, sobretudo na política de direitos humanos, tende a propiciar o que discurso racional nos impede de ver, ouvir e sentir. Ela permite preencher os entre-lugares do diálogo intercultural onde a presença precede o sentido; o sofrimento humano é tão imenso que não pode ser expresso em palavras, mas apenas compartilhado no encontro de corpos; onde o sentido de comunidade pode resgatar o conteúdo ético que o individualismo moderno negou.

Por fim, gostaria de destacar que este livro é pequeno demais para as reflexões que provoca e os desafios que propõe. Como seu próprio autor reconhece, a obra está focada nas religiões monoteístas que tiveram um papel mais evidente nas políticas de direitos humanos do Ocidente. Há muito o que se incluir aqui sobre as perspectivas não ocidentais, as religiões politeístas, as cosmologias indígenas.

Que bom que é um livro incompleto, nos incomoda por suas falhas, não nos dá respostas definitivas. Afinal, como pessoas que se inspiram na figura de Boaventura de Sousa Santos, não devemos nós confrontar, ir para além do seu pensamento, pensar nossos próprios lugares, buscar as nossas próprias perguntas, formular nossas metáforas?

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