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PERPECTIVAS DO CONCEITO DE ÉTICA EMPRESARIAL

Por:   •  25/10/2018  •  3.025 Palavras (13 Páginas)  •  350 Visualizações

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O ensino da ética em faculdade de administração e negócios tomou impulso nas décadas de 60 e 70, principalmente nos Estados unidos, quando alguns filósofos vieram trazer sua contribuição. Ao complementar sua formação com vivência empresarial, aplicando os conceitos de ética a realidade dos negócios, uma nova dimensão surgiu a ética empresarial. (ARRUDA et. al 2005).

Esta questão passou a ganhar importância na segunda metade do século XX em função das manifestações sociais nos países desenvolvidos.

“Nos anos 70 tornou-se notória a pesquisa realizada nos Estados Unidos pelo Professor Baumhart, sobre ética nos negócios residia na conduta ética pessoal e profissional”. (ARRUDA et. al 2005 p. 53).

Para Arruda et. al (2005), no mesmo período, ocorreu a expansão das empresas multinacionais vindas principalmente dos Estados Unidos e da Europa, com a abertura de subsidiárias em todos os continentes. Nos novos países em que passaram a operar choques culturais e outras formas de fazer negócio conflitavam por vezes com os padrões de ética das matrizes dessas companhias, fato que incentivou a criação de códigos de ética corporativos. Durante a década de 80, observou se ainda, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa esforços isolados, principalmente de professores universitários, que se dedicaram ao ensino da ética nos negócios em faculdade de Administração, e em programas de MBA (master of business administration).

Os anos 90 caracterizaram-se por uma ampliação do escopo da ética empresarial, universalizando o conceito. Visando a formação de um fórum adequado para essa discussão, foi criado a International Society for Business, Economics, and Ethics (ISBEE). O Prof. Georges Enderle, então na universidade de de St. Gallen, na Suiça, iniciou a elaboração da primeira pesquisa em âmbito global, apresentada no 1° Congresso Mundial da ISBEE, no Japão em 1996, a rica contribuição de todos os continentes, regiões ou Países, deu origem a publicações esclarecedoras, informativas e de profundidade cientifica. Com base em sua ampla experiência internacional, Enderle e outros procuraram sistematizar os vários enfoques perseguidos nos estudos de ética nos negócios nos cinco continente, e sintetizaram uma forma de tratar a ética nos negócios, para facilitar os estudos acadêmicos e empresariais, ressaltaram a existência de três modos inter-relacionados de abordagem, a semântica (falar sobre a ética), a teoria (pensar sobre ética), e a pratica (atuar eticamente). No âmbito de empresas, a ética depende, para seu desenvolvimento do esforço conjunto de professores universitários e executivos. (ARRUDA et. al 2005).

Para arruda et.al (2005), no final da década de 90, alguns desafios puderam ser identificados a ética foi vivida numa enorme variedade de ambientes empresariais em que a importância do clima moral pode diferir de País para País além disso, abordagens não ocidentais demandam forma apropriada de aplicação da ética. Alguns temas específicos de ética empresarial se delinearam com um foco de preocupação internacional, nesse fim da década e século a corrupção, a liderança e as responsabilidades corporativas.

Sendo assim um novo sistema econômico a mola mestra das empresas, naturalmente seu desenvolvimento, em vários aspectos, coincide com os sistemas políticos e sociocultural, em que estão inseridas as organizações. Ampliando a atividade econômica, a interseção de duas esferas aumenta. Fica patente, assim, que a contribuição da empresa à sociedade e ao governo cresce, a medida que aumentam por exemplo, seus rendimentos, as linhas de produtos, a qualidade desses produtos. Notou -se então a criação de muitas organizações não governamentais (ONGs), com um papel importante no desenvolvimento econômico, social e cultural de todos e cada um dos Países. Certamente o novo século verá como prioridade, no estudo e na aplicação da ética nos negócios, o desempenho das ONGs. Mais recentemente a abordagem aristotélica dos negócios vem sendo recuperada. A boa empresa não é apenas aquela que apresenta lucro mas também a que oferece um ambiente moralmente gratificante, em que as pessoas boas podem desenvolver seus conhecimentos especializados e também suas virtudes.

Nem sempre os membros de uma organização, no dia-a-dia, atém-se aos aspectos éticos de seus atos e a verificar, avaliar, se os mesmos podem vir a prejudicar o outro, o cliente, interno ou externo, os stakeholders, ou seja os parceiros da organização. Este ato pode não ser intencional e, sim, resultado de aspectos culturais da sociedade em que estão inseridos ou da organização da qual fazem parte. Provavelmente, esta seja uma das causas que têm provocado uma série de problemas éticos nas organizações quanto à tomada de decisões; negociações realizadas; postura moral nos negócios; ou, nos relacionamentos humanos, pois há uma série de culturas e de formas de educação. (MASSARUTTI, 2003).

2 ÉTICA EMPRESARIAL NA AMÉRICA LATINA

Esforços isolados estavam sendo empreendidos por pesquisadores e professores universitários, ao lado de subsidiarias de empresas multinacionais em toda a América Latina, quando o Brasil foi palco do 1° Congresso Latino Americano de ética, negócios e economia, em julho de 1998, nessa ocasião foi possível conhecer as iniciativas no campo da ética nos negócios, semelhanças e diferenças entre vários Países, especialmente da América do Sul.

Da troca de experiências acadêmicas e empresariais, da identificação criada entre vários representantes de países latinos presente, da perspectiva de se dar continuidade aos contratos para aprofundamento de pesquisas e sedimentação dos conhecimentos específicos da região em matéria de ética empresarial e econômica, emergiu a ideia de formação de uma rede então fundada a Associação Latino-americana de Ética, Negócios e Economia. (ARRUDA et.al, 2005).

“Especialmente para países de língua espanhola, uma efetiva contribuição para ética nas organizações veio do Peru, onde os dois primeiros livros na área foram publicados em 1993 e 1995”. (ARRUDA et.al 2005, p.58).

Em Buenos Aires (Argentina), o intituto para el Desarrolo de empresários em la Argentina (IDEA) vem desenvolvendo desde a década de 80, atividades de formação em ética para executivos; cursos, seminários, publicação, consultoria, treinamentos. Mais recentemente foi criado o instituto de Altos Estudios Empresariales (IAE) da universidad Austral. Destaca-se pelo ensino da ética a estudantes universitários de Administração, a univerdidad Agertina de la empresa

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