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O BULLYING COMO ESPÉCIE DE VIOLÊNCIA

Por:   •  20/12/2018  •  5.016 Palavras (21 Páginas)  •  214 Visualizações

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A forma indireta, compreende atitudes de difamações, boatos cruéis, rumores degradantes que podem ter como parte não só a vítima, mas sua família também, fofocas, intrigas e atitudes de indiferença que quase sempre levam ao isolamento da vítima, e tal isolamento pode acarretar maiores prejuízos do que as agressões de formas de bullying direta. Pois esse isolamento pode causar traumas irreversíveis a vítima.

O bullying virtual ou cyberbullying é um dos maiores meios para o uso da forma indireta. Pois os comentários cruéis hostis propagam-se de forma muito mais rápida pelos meios de comunicação como as redes sociais. Os agressores que utilizam-se desse meio, costumam mascarar-se pelas identidades anônimas, provocando sérios danos intencionais e repetitivos contra a vítima por mensagens, e-mails, telefones celulares, chats, blogs e tantos outros dispositivos eletrônicos.

No cyberbullying, a tecnologia é usada para humilhar, intimidar e ameaçar alguém, não sendo diferente das características do bullying, inclusive tendo repercussões físicas reais. Tendo as consequências esperadas para todos aqueles que sofrem bullying, como depressão.

SUJEITOS PRESENTES NO FENÔMENO BULLYING

Os sujeitos envolvidos na prática de bullying podem ser divididos em agressor, vitima e espectador.

Os agressores soa os chamados Bullies, costumam ser populares, e todos aqueles que o ajudam também são considerados Bullies. Eles acabam por humilhar, degradar e intimidar, fazendo de alguém vitima de tantas formas de agressões, sendo que não há nenhum motivo real e condizente para essa ação direcionada a certa pessoa.

Os Bullies, tendem a tornarem-se infratores no futuro, envolvendo-se com drogas, álcool, roubo, vandalismo e brigas. Esses agressores costumam de dificuldade com limites e aceitar ordens e normas. Sua personalidade geralmente é caracterizada pela agressividade, impulsividade e irritabilidade.

Há várias formas de vítimas, sendo elas, a vítima típica, a vítima provocadora e a vítima agressora.

A típica, é normalmente aquela que é muito insegura, tímida, sensível, passiva, submissa, aparência física frágil, pouco sociável e baixa autoestima.

A vítima provocadora pode ser inquieta, dispersiva e hiperativa. Geralmente é imatura, boba e quase sempre gera motivos para tensão nos lugares onde se encontra. É caracterizada por atrair e provocar as reações agressivas e não conseguir lidar com elas, ou mesmo em tentativa de se defender também não tem êxito em tal prática.

E por fim a vítima agressora. Ela é vítima de agressões, e como uma forma de compensar, esta procura alguém mais fraca que ela mesma transformá-la em vítima e tornar a si mesma em uma agressora. Portanto é aquela que reproduz a violência sofrida.

A outra parte nos relacionamentos desencadeados pelos bullying é o espectador. São aqueles que apenas assistem as práticas de violência, mas não se manifestam de nenhuma forma, assim, nem para defender a vítima, denunciar o agressor ou apoiá-lo.

No caso do bullying nas escolas, os alunos testemunhas, ficam inertes geralmente por medo de serem a próxima vítima do Bullie. Para aqueles que assistem e não fazem nada, costumam futuramente tornar-se ou já ser, pessoas que aceitam ou legitimam as injustiças sociais, e não somente o bullying, mas outras formas de violência.

BULLYING NO TRABALHO

O Direito do Trabalho tem evoluído sistematicamente, é um ambiente dinâmico que sofre alterações a todo tempo, isto se dá pela própria evolução da vida corporativa, empresários buscam a todo momento, melhores forma de otimização de custos de fabricação, isto inclui máquinas, insumos e também a mão de obra humana, ainda muito presente em organizações de pequeno a grande porte, ainda é uma peça importante da engrenagem.

A grande revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, mostra as condições precárias do trabalho, carga horária excessiva, sem nenhuma condição digna no ambiente de trabalho como: banheiros, refeitórios, segurança em caso de acidente, trabalho infantil, com mulheres, situações extremamente análogas escravas, estas condições fizeram despertar nos trabalhadores o interesse a causas melhores de trabalho, exigiam-se as mínimas condições humanas de trabalho, surgem então os primeiros focos de movimentos sindicais, no Brasil, estes movimentos na indústria vieram com os Italianos e até hoje é fortemente realizado pelos sindicatos, este movimento tem seu lado positivo, ele garante o equilíbrio do capital com o social e permite avançar em garantias que beneficiam a saúde do trabalhador.

Nos anos 80 e 90 um dos principais problemas que levavam trabalhadores á justiça do trabalho eram as doenças conhecidas como LER (Lesão por esforço Repetitivo) e DORT (Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho), o trabalhador era estigmatizado como uma “coisa” que atrapalhava a produtividade, porém, nada se podia fazer em razão de muitas estabilidades geradas, todo tipo de interesse real ou material era atribuída a estas doenças, o trabalhador se sentia ameaçado e para não ser demitidos falava que estava com LER/DORT, os tempos mudaram, a indústria iniciou um ciclo de automação fortíssima com investimentos em tecnologias, países como a China desenvolveram máquinas capazes de substituir 10 homens e produzir o dobro, exames médicos de imagem também tiveram evolução e os resultados periciais ficaram mais preciso, em muitos casos começou-se então a descaracterização de muitos casos levados à justiça, isto parecia uma solução definitiva para os casos de doenças ocupacionais, então inicia-se um novo momento, este é contemporâneo, os casos agora na justiça do trabalho ganharam força com o Assédio Moral, provido de agressões psíquicas geradas por comportamentos como bullying.

Conforme Margarida Maria Silveira Barreto (2000), Médica do Trabalho, o bullying no trabalho pode ser definido como:

“A exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego”.

Este

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