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A REALIDADE DO BULLYING

Por:   •  3/4/2018  •  4.425 Palavras (18 Páginas)  •  267 Visualizações

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não se tem estudos bem delineados acerca do tema. A ABRAPIA – Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência dedica-se ao estudo sobre o bullying, e tem desenvolvido aqui um projeto trazido da Inglaterra no ano de 2001, que visa principalmente estudar e divulgar a temática.

Silva (2010) cita que cada vez mais o judiciário tem recebido denúncias de bullying nas varas da Infância e da Juventude, grande parte dessas denúncias provém de estudantes das redes públicas de ensino, o que causa grande alarde, pois supostamente essas crianças deveriam estar protegidas pela tutela do Estado, mais grave ainda é que se percebe que as escolas tentam a todo modo abafar esses casos, evidenciando o despreparo de educadores e gestores em relação a este fenômeno.

Fica claro assim, que há uma necessidade urgente de que haja um trabalho sistemático para abordar o tema de forma séria, para que vítimas e agressores conscientizem-se sobre o problema e busquem ajuda, não permitindo que as agressões sejam reiteradas e escondidas por professores ou diretores das escolas.

Na obra de Silva (2010, p. 26), a autora traz a classificação das formas de bullying mais comumente encontradas no meio infanto-juvenil, podendo ser:

•Verbal (insultar, ofender, xingar, fazer gozações, colocar apelidos pejorativos, fazerpiadas ofensivas, “zoar”)

•Físico e material (bater, chutar, espancar, empurrar, ferir, beliscar, roubar, furtar oudestruir pertences da vítima)

•Psicológico e moral (irritar, humilhar e ridicularizar, excluir, isolar, ignorar, desprezar, aterrorizar e ameaçar, chantagear, perseguir, difamar)

•Sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar)

•Virtual ou cyberbullying (bullying realizado por meios de ferramentas tecnológicas: celulares, internet, máquinas fotográficas, filmadoras, etc.) (grifo nosso).

Existem basicamente três tipos de protagonistas no bullying: o agressor, a vítima e os espectadores, é o que se busca relatar no tópico seguinte.

2.2 Agressores, vítimas e testemunhas

O autor ou agressor é aquele que comete a agressão contra o indivíduo mais fraco, estes podem ser tanto homens quanto mulheres, que se utilizam da fraqueza do outro para vitimizá-los.

Sobre o perfil dos autores do bullying, Lopes Neto (2005, p. 167) nos traz que:

O autor de bullying é tipicamente popular; tende a envolver-se em uma variedade de comportamentos antissociais; pode mostrar-se agressivo inclusive com os adultos; é impulsivo; vê sua agressividade como qualidade; tem opiniões positivas sobre si mesmo; é geralmente mais forte que seu alvo; sente prazer e satisfação em dominar, controlar e causar danos e sofrimentos a outros. Além disso, pode existir um "componente benefício" em sua conduta, como ganhos sociais e materiais. São menos satisfeitos com a escola e a família, mais propensos ao absenteísmo e à evasão escolar e têm uma tendência maior para apresentarem comportamentos de risco (consumir tabaco, álcool ou outras drogas, portar armas, brigar, etc). As possibilidades são maiores em crianças ou adolescentes que adotam atitudes antissociais antes da puberdade e por longo tempo.

Em sua obra Silva (2010), fala também sobre o perfil destes agressores, afirma que estes são desrespeitosos e maldosos, sendo muitas vezes confundidos com o sentimento de liderança, a qual é conquistada através de assédio psicológico e violência física. Esses agressores podem agir sozinhos ou em grupos, e quando estão acompanhados seu poder de destruição é amplificado, podendo atingir mais vítimas com suas ações. Os bullies, como são também chamados, também tem por característica a completa aversão a normas, cometem delitos sem a preocupação de sofrerem uma possível repreensão. Outro fato notável a respeito desses indivíduos é que tendem a não sentir remorso, não tem um bom desempenho escolar, culpam a família por seu temperamento, geralmente iniciam as suas atividades de violência dentro do próprio lar tendo como primeiras vítimas irmãos, colegas, animais de estimação, empregados domésticos. Suas ações que desde muito cedo causam transtornos dentro da própria família. É importante ressaltar, entretanto, que este indivíduo deve ser humanizado, e merece tratamento tanto quanto suas vítimas.

Quanto às vítimas de bullying, estas são visivelmente mais frágeis que seus agressores, e normalmente tem um comportamento distinto, o que facilita a sua distinção dentre os demais colegas de escola, por exemplo.

Ainda na obra de Silva (2010, p.37), podem-se identificar três tipos distintos de vítimas:

Vítimas típicas são os alunos que apresentam pouca habilidade de socialização. Em geral, são tímidas ou reservadas, e não conseguem reagir aos comportamentos provocados e agressivos dirigidos contra elas. Geralmente são mais frágeis fisicamente ou apresentam “marca” que as destaca da maioria dos alunos: são gordinhas ou magras demais, altas ou baixas de mais; usam óculos; são “caxias”,deficientes físicos; apresentam sardas ou manchas na pele, orelhas ou nariz um pouco mais destacados; usam roupas fora de moda; são de raça, credo, condição socioeconômica ou orientação sexual diferentes... Enfim, qualquer coisa que fuja ao padrão imposto por um determinado grupo pode deflagrar o processo de escolha da vítima do bullying. Os motivos (sempre injustificáveis) são os mais banais possíveis. Normalmente essas crianças ou adolescentes “estampam” facilmente as suas inseguranças na forma de extrema sensibilidade. Passividade, submissão, falta de coordenação motora, baixa autoestima, ansiedade excessiva, dificuldades de se expressar.

As vítimas provocadoras são aquelas capazes de insuflar em seus colegas reações agressivas contra si mesmas. No entanto, não conseguem responder aos revides deforma satisfatória. Elas, em geral, discutem ou brigam quando são atacadas ou insultadas. Nesse grupo geralmente encontramos crianças ou adolescentes hiperativos e impulsivos e/ou imaturos, que criam sem intenção explícita, um ambiente tenso na escola. Sem perceberem, as vítimas provocadoras acabam “dando tiro nos próprios pés”, chamando a atenção dos agressores genuínos. Estes por sua vez, se aproveitam dessas situações para desviarem toda a atenção para a vítima provocadora. Assim, os verdadeiros agressores continuam incógnitos em suas táticas de perseguição.

Já a vítima agressora faz valer os

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