Direito à Educação
Por: Evandro.2016 • 29/3/2018 • 61.877 Palavras (248 Páginas) • 267 Visualizações
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moderno” firmou-se na necessidade de discutir, no ambiente acadêmico, o verdadeiro
significado e os fundamentos do ensinar e do edificar, para além da instrução.
Hodiernamente, os jovens não estão mais incluídos no discurso sobre a promessa de
um futuro melhor. Em lugar disso, agora são considerados parte de uma população
dispensável. Pensa-se sobre a juventude e logo se presta atenção a ela como um dado,
como um mercado a ser comodificado, penetrado e explorado usando a força educacional
de uma cultura que comercializa todos os aspectos da vida de crianças e jovens. Servindo-
se da internet, das várias redes sociais, e das novas tecnologias de mídia, como telefones
celulares, as instituições empresariais buscam imergir os jovens num mundo de consumo
em massa, de maneira mais ampla e direta que qualquer coisa que possamos ter visto no
As diversas teses e argumentos que aqui apresentamos têm como marco de
inspiração a célebre frase de Pitágoras (570 a.C a 496 a.C): “Educai as crianças e não será
preciso punir os homens”, preceito que também inspirou as diversas pesquisas por mim
desenvolvidas e que serviriam de alicerces para a publicação de artigos científicos e,
principalmente, da presente obra.
Evidentemente, o problema que nos ocupa encerra o seguinte dilema: “educar” ou
“punir”, este é o conflito que transcenderá na leitura deste livro que, como hão de
constatar, realça a necessidade da concretização do Direito à Educação em face da justiça,
da dignidade, da ordem, da paz e, enfim, da Cidadania.
Meu primeiro escrito sobre o assunto remonta a 2000, ano em que decidi expor as
minhas modestas experiências sobre a “Excelência Universitária e o Ensino do Direito” na
América Latina, obra da qual posteriormente, em 2003, derivou a “Metodologia do Ensino
e da Pesquisa Jurídica”, ambas as obras publicadas em Brasil. Nesses escritos, foram
discutidos problemas de cunho metodológico, especialmente, visando a orientar os
processos de ensino e de pesquisa científica nas universidades.
Mas, nesta nova obra espero ir além, tentando responder diversas questões: “o que é
Educação?”, “quais são os fundamentos da Educação?”, “como há de ser orientada a
Educação moderna?” e “de que forma algumas áreas importantes do saber humano,
especificamente a Filosofia moral (a Ética) e o Direito podem contribuir para um novo
modelo de Educação edificante e socializante?”.
Obviamente as respostas para essas e outras questões relevantes dependem da
investigação do funcionalismo dessas áreas do saber humano, objetivando a caracterização
do “diálogo” entre as ciências sociais e colocando em uso um conjunto de conceitos
fundantes do caráter epistemológico (e funcional), especialmente, da Educação no contexto
de uma convivência social que se sabe em crise.
BAUMAN, Zygmunt. Sobre Educação e juventude: conversas com Ricardo Mazzeo. Trad. Carlos Alberto
Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013, p. 52.
Importa, assim, discutir o significado do funcionalismo jurídico-educacional em
face da edificação da “consciência social”, assunto que exprime a preocupação comum de
juristas e educadores em torno do visível aumento da criminalidade: da corrupção e da
violência: social, familiar e escolar, fenômenos que se revelam como os grandes males das
Tem-se discutido muito acerca dos fatores que incitam o aumento da desobediência
dos jovens (crianças e adolescente). Sabe-se de um problema que socialmente “incomoda”
sua caracterização e não à indicação dos métodos ou caminhos para resolvê-lo.
Por esse motivo, o principal objetivo do presente estudo é abrir um espaço para a
investigação dos possíveis caminhos para a resolução do problema em estudo, indicando a
Educação como o “elo que comunica a conduta com a consciência”
empenhamos em significar a “consciência social: jurídica e moral” numa área de
investigação que inclui noções relativas a fatores sociais, educacionais, jurídicos e morais
que, modernamente, influenciam a conduta de crianças e adolescentes.
Desenvolve-se, ainda, um estudo crítico e investigativo dos princípios que hão de
balizar a Educação moderna, aqui concebida como instrumento para a inclusão social e
para o consequente exercício da Cidadania. A propósito de uma discussão sobre o tema, na
presente obra usaremos o termo “Educação” para significar o conjunto de ações edificantes
exercidas pela família, a sociedade
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