Crimes de grande repercussão na mídia
Por: Lidieisa • 27/12/2017 • 2.381 Palavras (10 Páginas) • 244 Visualizações
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O principal suspeito de ter sido o autor desses crimes é um homem de cerca de 30 anos de idade, vindo de família modesta, porém estruturada e sem qualquer envolvimento com a polícia ou com a justiça.
Foram 49 dias de veiculação ininterrupta nos jornais de maior prestígio de São Paulo e em várias edições da principal revista semanal de informação do Brasil, recebendo a matéria de capa quando o suspeito confessou os crimes.
Após a ênfase no aspecto sexual, o caso passou a ter características de mistério, pois não se sabia quem havia assassinado as moças e nem o motivo. Começaram a levantar suspeitas sobre a existência de um maníaco sexual que atuaria nas matas do Parque do Estado. Ao mesmo tempo, vítimas que sobreviveram ao ataque do assassino começam a aparecer e contar histórias sobre terem sido convidadas para servir de modelo a um catálogo de cosméticos por um"jovem legal e atraente". Entretanto, esse rapaz se transforma quando entra com as mulheres na mata e passa a agredi-las e estuprá-las enquanto afirma que fez isso devido a uma desilusão amorosa.
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Disponível em: . Acesso em: 02 abr. 2016.
FIGURA 01 – Francisco de Assis Pereira, o “maníaco do parque”, serial killer nacional mais conhecido. Construindo a ilusão de que as mulheres tornar-se-iam modelos fotográficas, o motoboy conseguiu atrair 14 vítimas, sendo que apenas cinco delas fugiram depois de estupradas e mordidas. As outras tiveram um fim trágico, estranguladas por uma corda ou cadarço. Pelos crimes, Francisco foi condenado a 274 anos de prisão. Perguntado sobre o motivo, assim respondeu: "Eu tenho um lado ruim dentro de mim. É uma coisa feia, perversa, que eu não consigo controlar. Tenho pesadelos, sonho com coisas terríveis. Acordo todo suado. Tinha noite que não saía de casa porque sabia que na rua ia querer fazer de novo, não ia me segurar. Deito e rezo, pra tentar me controlar".
Com tantos indícios contra, é estranho, mas Francisco é um boa-praça. Tem o rosto sardento como à mãe, Maria Helena, o que lhe dá um ar de garotão. Vesteroupas joviais. Quando foi preso, estava com uma camisa colorida, de um time de hóquei. É o tipo que passa despercebido na rua ou no elevador, mas que,quando puxa assunto, atrai simpatias. É conversador, gosta de falar e responde atenciosamente às perguntas que lhe são feitas. Desde que sua vida começou a ser devassada, são comuns as descrições do “Francisco gente fina”. É o que dizem seus chefes, seus pais, algumas ex-namoradas.
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A PRISÃO E A CONFISSÃO
Em um dos primeiros dias de Francisco de Assis Pereira, 30 anos, no prédio da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa, DHPP, no centro de São Paulo, Francisco, na presença de três pessoas, confessou ser o maníaco do Parque do Estado, o suspeito mais procurado pela polícia brasileira. O assassino não de oito mulheres, como acreditava a polícia, mas de nove. O homem que estuprou e enforcou suas vítimas e depois largou seus corpos em clareiras de uma das maiores áreas verdes de São Paulo. Apesar do clima dramático em que foi feito, era um relato informal.
Pouco tempo depois, no primeiro depoimento oficial que deu ao delegado Sérgio Alves, responsável pelo caso, Francisco estava mais calmo. O interrogatório durou sete horas. Durante todo esse tempo, ele negou qualquer relação com os oito assassinatos e cinco estupros dos quais é suspeito. A opção de Francisco tinha uma lógica. No caso de uma confissão, ele poderia ser considerado um psicopata e ficaria trancafiado no Pavilhão Dois do Manicômio Judiciário por, pelo menos, trinta anos. Negando, poderia ser condenado por apenas um homicídio e pegar uma pena menor.
No momento de sua confissão extraoficial, Francisco ainda não sabia das firulas jurídicas que envolviam o seu inquérito. Com voz pausada, relatou uma complicada teia de namoradas, traumas e rancores que, segundo ele, formaram seu "lado negro". Falou de uma tia, irmã de sua mãe, que o teria molestado sexualmente na infância ("por causa dela, tenho fixação em seios"). Falou de um ex-patrão, com quem teria um relacionamento homossexual ("sempre que ele chegava perto, eu virava o rosto"). Falou de uma companheira de patinação, Silvia ("uma menina gótica, curtia cemitérios"), que mordera e quase lhe arrancara o pênis. E falou que, de fato, sente dores durante as relações sexuais, como dizem as mulheres que denunciam ter sido atacadas por ele.Depois do relato, o desfecho: "Sou ruim, gente. Ordinário". A conversa durou pouco mais de duas horas.
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A DEFESA
Segundo a advogada de defesa, Maria Elisa Munhol, que dividiu a tarefa de defender o maníaco do parque com o seu sócio, Ubiratan Alencar, diz o seguinte: "Eu não sou psiquiatra, mas a minha experiência indica que o Francisco deve ter o que os especialistas chamam de 'transtorno de personalidade'. Não descarto a hipótese de ele ter feito essa confissão como uma forma de aparecer mais, de se tornar uma grande estrela, de virar um grande astro. A confissão que vocês têm em mãos não é digna de confiança, nem de crédito. Aliás, esse exibicionismo pôde ser facilmente verificado por ocasião da entrevista coletiva que Francisco deu em sua chegada a São Paulo. Ele falou sem parar e estava evidentemente muito à vontade nessa atuação. É claro que tem um enorme desejo de aparecer, de ser valorizado”.
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AS VÍTIMAS
Elisângela, 21 anos.
Elisângela Francisco da Silva tinha 21 anos.Paranaense, filha de uma família pobre de Londrina,vivia em São Paulo, com a tia Solange Barbosa, desde1996. Por causa das dificuldades financeiras,abandonou a escola na 7ª série. Às 6 horas da tarde de 9 de maio, ela foi deixada por uma amiga no Shopping Center Eldorado, na Zona Oeste de São Paulo. Nunca mais foi vista. Seu corpo foi encontrado em 28 de julho, no Parque do Estado. Ela estava nua. O corpo já decomposto exigiu um árduo trabalho de identificação. Elisângela era conhecida pela timidez excessiva. Diante do olhar mais detido de um desconhecido, sempre abaixava o rosto.
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