As Biografias Não-Autorizadas: Direito ou Proibição

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Dois dos integrantes mais notáveis do movimento “Procure Saber”, Caetano Veloso e Gilberto Gil, são também tidos como os mais contraditórios por terem sido os lideres do Movimento Tropicalista, que teve sua gênese no final dos anos 60 e que, ironicamente, foi um movimento subversivo que lutou, entre outras coisas, pelo direito à liberdade de expressão.

Em 65 procurava-se meios de gritar “abaixo a ditadura” e, bem antes de começarem a crescer os movimentos estudantis que levaram multidões às ruas, a produção cultural tomava a si a responsabilidade de veicular o protesto (VELOSO, 2008, p.77).

Conclusão:

Tendo sido expostos os fatos anteriores, é possível observar a contradição de opiniões por parte dos biografados no que diz respeito à exposição de suas vidas por meio de biografias sem a devida autorização.

É assegurado pela Constituição Federal a liberdade de expressão. O público deve ter acesso integral às informações contidas em biografias e quaisquer outros documentos, pois as vidas dessas personalidades públicas mesclam-se com a história do país de uma forma indissociável, suas trajetórias e a evolução de nossa sociedade convergem. Suas grandes contribuições culturais e intelectuais são fundamentais para a compreensão do contexto histórico aos quais pertenciam, as histórias de suas vidas são também histórias de toda uma geração.

Então, a liberdade de expressão, como direito fundamental precisa ser exercida em sua totalidade. Como foi dito pelo artista Ivan Lins: “ninguém é dono da verdade”.

Referências:

BRASIL. Lei, 10.406, de 10 de janeiro de 2002. VADE MECUM. Vade Mecum Saraiva 2014. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

BRASIL. Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988. SENADO FEDERAL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 2013/2014.

GE ATUALIDADES. Questões Sociais. Guerra das Biografias. GE Atualidades. São Paulo, ed. 19. 1º s 2014.

VELOSO, C. Verdade Tropical. São Paulo: Companhia das letras, 2008.