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A Geografia no Currículo como Disciplina Escolar

Por:   •  25/3/2018  •  2.391 Palavras (10 Páginas)  •  359 Visualizações

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TEMA 02

Educação Geográfica e os PCNs

Assim, entender a geografia é entender o que e como vivemos, bem como nossas diferentes formas de ação no espaço geográfico. Transportando essa condição para a sala de aula, nos deparamos com as possibilidades de trabalhar de forma interdisciplinar e contribuir com a formação de novas relações de aprendizagem.

Contrariamente ao que muitos profissionais da educação possam refletir ou mesmo defender, a Geografia em sala de aula traz consigo as melhores possibilidades de oferecimento do conhecimento aos alunos, pois expressa a praticidade e a utilidade prática deste de forma inquestionável.

Alfabetizar é “letrar”, fornecer ao indivíduo acesso às informações presentes em uma sociedade que é fundamentada em duas principais formas de informação: uma caracterizada pela leitura e pela escrita e outra que se caracteriza pelas imagens.

Um mundo assim criado é um mundo que tem uma vasta gama de informações a serem transmitidas, observadas, discutidas e, a cada instante, reorganizadas. Vivemos, então, em uma realidade que se assemelha a um grande mosaico criado, recriado, construído e reconstruído a partir de grande número e acúmulo de informações. Participamos ativamente desse processo de criação originando resultados pelos quais também somos afetados.

Para uma primeira contextualização das afirmações até aqui apresentadas, podemos tomar como referência algumas condições básicas para o trabalho com a disciplina de Geografia, expressas nos PCNs nos objetivos gerais para o trabalho com a disciplina Geografia no ensino fundamental:

- compreender a cidadania como a participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;

- posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;

- conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou de outras características individuais e sociais;

- perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;

- desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;

- conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;

- utilizar as diferentes linguagens – verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações e comunicação;

- saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;

- questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. (BRASIL, 1998, p. 7-8).

A educação geográfica deve ser compreendida como um elemento de análise que ultrapassa os limites da compreensão que uma leitura de símbolos gráficos nos propõe, pois as imagens que caracterizam as paisagens e, obviamente, o meio em que vivemos, trazem as mesmas e outras informações que os registros escritos. É por esse motivo que a Geografia da Percepção traz consigo tantos seguidores, pois valoriza o contato, a experiência e tem em seu objeto de estudo uma forma de valorização ainda mais significativa: o que sentimos não é esquecido, e, portanto, vivemos e aprendemos a cada instante.

Economia, política, valores, ética e muito da história mundial analisada sob a ótica da filosofia são elementos presentes na ciência Geografia. Assim, compreender a importância de uma sociedade em relação a aspectos como o consumo sem lógica e também como os cuidados com o meio ambiente implica necessariamente a compreensão dos aspectos geográficos gerais do conhecimento e também das particularidades do espaço geográfico.

Nesse sentido, alfabetizar geograficamente nossos alunos é nada mais que compreender, considerar e realizar ações pedagógicas que permitam o desenvolvimento de atitudes adequadas que venham a fundamentar as diferentes relações estabelecidas entre as pessoas e que, além disso, fundamentem também as relações nossas com o meio ambiente.

Novamente fundamentando o estudo deste conteúdo nos Parâmetros Curriculares Nacionais, encontramos como fatores de indefinição e confusão expressos nas escolhas de conteúdos os seguintes elementos:

- abandono de conteúdos fundamentais da Geografia, tais como as categorias de nação, território, lugar, paisagem e região, bem como do estudo de sua natureza;

- são comuns modismos que buscam sensibilizar os alunos para temáticas mais atuais, sem a preocupação real de promover uma compreensão dos múltiplos fatores que delas são causas ou decorrências, o que provoca um “envelhecimento” rápido dos conteúdos. Um exemplo é a adaptação forçada das questões ambientais em currículos e livros didáticos que ainda preservam o discurso da Geografia Tradicional e não têm como objetivo a compreensão processual e crítica dessas questões, vindo a se transformar na aprendizagem de slogans;

- há uma preocupação maior com conteúdos conceituais do que com os procedimentais e atitudinais. O objetivo do ensino fica restrito, assim, à aprendizagem de fenômenos e conceitos, desconsiderando a aprendizagem de procedimentos e atitudes fundamentais para a compreensão dos métodos e explicações com os quais a própria Geografia trabalha;

- as propostas pedagógicas separam a Geografia Humana da Geografia da Natureza em relação àquilo que deve ser apreendido como

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