A Escala e Geografia Escolar
Por: eduardamaia17 • 23/4/2018 • 4.389 Palavras (18 Páginas) • 485 Visualizações
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Salientamos que acrescentaremos nossas concepções do que seria mais coerente no que se refere aos propósitos da ciência geográfica e aquilo que é trabalhado nas escolas, de modo que, concordando com Souza (2013) acreditamos que não se pode haver um monopólio de uma escala a priori privilegiada de análise, afim de se garantir o respeito a diversidade e complexidade do espaço geográfico de uma forma ampla.
- Escalas e o ensino de geografia nas escolas:
Conforme discutimos ao longo de nosso semestre dentro da disciplina, o problema da escala curiosamente ocorre em “diversas escalas”, devido a ocorrência de jogos sobre o modo que deveríamos usa-las para analisar, estudar, explicar ou ensinar fenômenos, e com a falta de distinção entre escala cartográfica e escala iremos agora analisar como dentro dos ensinos fundamental e médio a Geografia se comporta com este problema que está inserido até hoje na formação Universitária.
O texto SOUZA (2007) que fala sobre diferenciação de áreas e diferenciação sócio espacial, aborda um assunto muito importante que é a visão de sobrevôo, que é um tipo de analise realizada a distância, sem se aprofundar demais em certos assuntos e causas. Isso é semelhante ao caso citado anteriormente, quando o professor, possui algum tipo de deficiência em determinado assunto, deficiência literária, ele busca alternar a sua rota apenas para concluir este assunto. E nos fica a pergunta, será que o trabalho foi realizado de maneira correta?
O papel do professor é de extrema importância dentro da formação, porque ele é o responsável direto pela forma de ensino e aprendizagem do seu aluno, tendo que adaptar o seu modo de ensino a diferentes faixas etárias, realidades sociais em que a escala possa estar inserida, etc. É muito comum ocorrer de o professor ser lançado dentro de uma sala de aula, apenas com o seu livro didático, orientado à seguir o conteúdo pragmático do currículo mínimo, o que, ao final, limita a forma como o professor desempenha seu trabalho. Mas, o problema não é só a perda de autonomia docente. Quando olhamos com um pouco mais de atenção, prestando atenção à escolha e a forma como são apresentados os conteúdos, podemos observar nitidamente a opção escalar feita pelo Estado, pela escola ou pelo próprio professor – a depender da instituição escalar em que este se encontra. Dessa forma, comecemos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM ).
- Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM)
No documento referente aos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), localizamos a tendência de utilização do termo “escala” compreendendo-o como um artifício intelectual. Escala é aqui entendida como níveis de análise. A ver:
“ (...) a Geografia se concentra e contribui, na realidade, para pensar o espaço enquanto uma totalidade na qual se passam todas as relações cotidianas e se estabelecem as redes sociais nas referidas escalas [local, regional, nacional e global].”.
(Brasil, 2000, p.29)
De acordo com Andrew Jonas (1994), essas categorias são muitas vezes naturalizadas e utilizadas como abstrações que não sofrem nenhum trabalho analítico, de modo que a escala é, então, tomada como um dado não problematizado e fixo. Em casos como esses, são utilizadas diversas representações metafóricas de escala para caracterizar políticas socioespaciais, hierarquias de escala e estruturas hierárquicas de escala, o que provoca uma confusão analítica: a “utilização de conceitos espaciais como abreviação de processos sociológicos complexos”.
Nesse mesmo documento – O PCNEM – estabece-se que : “No Ensino Fundamental, o papel da Geografia é “alfabetizar” o aluno espacialmente em suas diversas escalas e configurações, dando-lhe suficiente capacitação para manipular noções de paisagem, espaço, natureza, Estado e sociedade”. Já com relação ao Ensino Médio, o PCNEM estabelece que deve-se garantir que o aluno construa “competências que permitam a análise do real, revelando as causas e efeitos, a intensidade, a heterogeneidade e o contexto espacial dos fenômenos que configuram cada sociedade.” (BRASIL, 2000 p. 29 -30).
O mesmo documento – o PCNEM – atenta para a questão da diferenciação entre as escalas cartográfica e o geográfica, entendendo que esta última é a escala de análise que enfrenta e procura responder os problemas referentes à distribuição dos fenômenos Compreende-se a escala como uma estratégia de apreensão da realidade e, portanto, fundamental de ser compreendida “não apenas como problema dimensional, mas também fenomenal(...).”(BRASIL, 2000, p.33).
Esta posição é defendida por Iná Elias de Castro (2008), que é citada nas referências bibliográficas do referido documento. Contudo, quando pensamos na mediação deste conhecimento produzido na academia para o universo escolar, sobretudo, nos materiais didáticos, encontramos alguns problemas que serão agora centro de nosso estudo.
- Currículo e pensamento escalar:
Dentro dos elementos que nortearam a análise do currículo da geografia , temos: analise escalar e as representações gráficas e cartográficas como um instrumental para a compreensão de fenômenos e processos geográficos em todos os níveis de ensino; a visão de globalização como processo; a análise ambiental permeando todo o currículo ; as possibilidades de estabelecer diálogo entre as diferenças, valorizando a diversidade cultural; problematização das questões geográficas referentes ao estado do Rio de Janeiro.
Ao ler a carta a respeito do currículo escolar estabelecido pela Secretaria de Educação, que está disponível no site do SEEDUC, acreditamos que os alunos do estado podem ter uma educação de qualidade, inclusive conforme o quarto ponto fala, com um tipo de estrutura que fornece o aluno assuntos de difícil entendimento e discussão, como o primeiro que é a análise escalar, onde muitas pessoas que fazem curso de nível superior, encontram dificuldade para definir tal questão. Porém quando olhamos a divisão de matéria desde o 6° ano até o 9° ano, e no ensino médio do 1° ao 3° ano, vemos que que o filme ocorre de uma forma totalmente diferente da forma que é proposta. Percebemos que o assunto de escala é abordado no 6° ano, com uma apresentação sobre o que é “ escala cartográfica” debaixo do foco do bimestre “Alfabetização Cartográfica”. Após essa “apresentação” o assunto só é
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