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O MÉTODO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS E SEUS USO PARA O SISTEMA COOPERATIVO.

Por:   •  19/11/2018  •  6.883 Palavras (28 Páginas)  •  293 Visualizações

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As cooperativas são classificadas conforme a área de atuação dos associados: agropecuária, consumo, crédito, educação, habitação, infraestrutura, produção, saúde, trabalho, transporte turismo e lazer, etc. Todas elas são representadas pela OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) na esfera federal e nos Estados por uma organização das cooperativas.

2.2 Inserção nas cadeias globais de valor

Diversas análises acerca das cadeias de valor apontam que a produção e a distribuição capitalista estão ocorrendo, de forma crescente, processando-se em nível global. A dispersão da divisão do trabalho, em vários territórios, tem possibilitado a participação dos países periféricos na cadeia de valor. No Brasil, a indústria de móveis participa da cadeia global de valor. No Estado de Santa Catarina, a região produtora localiza-se na região Nordeste com mais de 90% das empresas moveleiras destinando a produção para o mercado externo. Enquanto os produtores locais de móveis se responsabilizam pela produção, os agentes de exportação intermediam as relações de venda para grandes compradores internacionais. Estes últimos determinam as especificidades dos produtos e processos adotados, as normas de segurança e sociais e possuem poder de negociação na determinação dos preços. Nas negociações sobre as condições de produção e vendas, as empresas locais propõem alterações nas especificações dos produtos e dos processos, porém não têm obtido melhores preços para os produtos comercializados. As empresas produtoras locais ficam subordinadas às determinações de preços dos compradores internacionais.

2.3 Upgrading industrial em Cadeias Produtivas Globais

O Upgrading industrial é o processo de melhoramento da habilidade da firma ou de uma economia demover-se para nichos econômicos mais lucrativos ou mais sofisticados tecnologicamrnte. Gereffi afirma que o upgrading industrial opera em vários níveis de análises: i) Em fatores – upgrading envolve a mudança do mix de produtos, de baixo valor para alto valor, de simples para complexos; ii) Dentro da rede de empresas – envolve mudar de produção em massa de produtos padronizados para produção flexível de bens diferenciados; iii)Dentro da economia local ou regional – envolve a mudança de meros montadores de insumos importados para formas de produção mais integrada, com muitas ligações para frente e para trás da fase produtiva, em nível local ou nacional; iv)Dentro de regiões – envolve a mudança de um fluxo de comércio inter-regional bilateral e assimétrico para um modelo mais completo e desenvolvido da divisão do trabalho intrarregional, incorporando todas as fases da cadeia de valor, a saber: fornecimento de matéria-prima, processo produtivo, distribuição, marketing, entre outros.

Existem muitos obstáculos para as firmas saírem de uma posição da cadeia de valor que envolva atividades intensivas em mão-de-obra para formas mais integradas de produção, assim como para funções mais lucrativas e intensivas em habilidades, tais como inovações de bens e serviços, desenvolvimento de design, marketing e marcas próprias. Muitos compradores exigem termos de contratos de seus fornecedores proibindo a venda direta em determinados mercados, como forma de garantir o retorno de seus investimentos efetuados, pois, em muitos casos, as habilidades transmitidas são genéricas e podem ser replicadas em vários mercados com diferentes compradores. Humphrey e Schmitz explicam os limites e as possibilidades para o processo de upgrading a partir de relações com compradores externos. Eles distinguem os tipos de upgrading que podem ocorrer dentro da cadeia global de valor:

“Upgrading de processo – firmas o realizam tornando a fase produtiva mais eficiente através da reorganização do sistema de produção, como, por exemplo, na introdução de técnicas just in time, kanban, redução do prazo de entrega e adoção de práticas ambientais e sociais adequadas às exigências dos mercados. Assim como, através da introdução de tecnologias superiores a partir da aquisição de novas máquinas e equipamentos.

“Upgrading de produto – introduzir novos produtos com maior valor agregado ou aperfeiçoar os antigos deforma mais rápida e eficiente que os demais competidores. Isso envolve a alteração da posição das firmas nos mercados consumidores, por meio da mudança de foco de mercado ou de um reposicionamento na cadeia de valor.

“Upgrading funcional – aumentar o valor adicionado a partir da mudança no conjunto de atividades assumidas no nível da firma, como, por exemplo, deter a responsabilidade por funções de logística e qualidade, ou assumir novas atividades na cadeia de valor, como o desenvolvimento de design, marketing e marcas próprias, alterando, dessa forma, a divisão do trabalho entre as empresas da Cadeia de Valor.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS- estudo de caso:

Procura-se primeiramente verificar o nível de conformação das interações de empresas com os demais integrantes da cadeia global de valor. Descrevem-se, de forma sintética, as particularidades da estrutura organizacional, termos contratuais, relações comerciais, sistema de logística, conteúdo produtivo exportador, como também nível de exigência dos compradores internacionais quanto à qualidade de produto e processo e tipos de governança.

Em segundo lugar, devem ser discutidas as possibilidades de as empresas realizarem upgrading de processo, produto e função, pois busca-se identificar se os conhecimentos transmitidos pelos compradores internacionais e conferem capacidade para os produtores locais efetuarem inovações de produto e processo e identificar os fatores que inibem ou estimulam o avanço a estágios da cadeia de maior valor agregado.

Para atender os objetivos propostos, recorre- se à pesquisa de campo utilizando como instrumental roteiro de entrevistas para ser aplicado nas empresas produtoras e agentes de exportação. As empresas produtoras devem ser selecionadas com base em uma amostra intencional, cuja definição deve se dar pela representatividade das vendas externas no faturamento anual. Deve-se obter respostas sobre as principais características das demandas de mercado; nível de exigência dos clientes externos no âmbito de produtos e processos produtivos adotados; dinâmica do processo inovativo das empresas; entendimento do padrão de produção, certificação e normas técnicas e as razões de adoção; e as relações das empresas produtoras com os demais atores participantes da cadeia global de valor.”

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