IMPORTÂNCIA DO USO DE EPI’S EM EMPRESAS DE ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS
Por: Rodrigo.Claudino • 16/1/2018 • 2.972 Palavras (12 Páginas) • 611 Visualizações
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- REFERENCIAL TEÓRICO:
Para sobreviver num mundo cada vez mais competitivo as empresas precisam implementar constantes mudanças nos diversos setores existentes. Uma das mudanças mais importantes é a que esta relacionada às melhorias nas condições de trabalho e também às questão ambientais da empresa, assuntos estes que estão em alta atualmente (HENZEL, 2009).
Sendo este um assunto de suma importância no ramo alimentício, como o caso dos frigoríficos e abatedores, pois com o mercado em alta cresce a demanda por produtos de qualidade, característicos de ambientes legalizados e de acordo com as normativas e leis cabíveis (AGUIAR, 2013).
Como explica Marra (2014) o processo de modernização no setor produtor de carne e seus derivados, se deu a partir da Segunda Guerra Mundial, quando começou a se intensificar o uso de maquinários para otimizar o trabalho e aumentar a produção, porém com tal processo os acidentes de trabalho também aumentaram. Como confirma Mendes e Leite (2004) quando diz que a tecnologia veio para facilitar a vida das pessoas, diminuindo o tempo das tarefas a serem realizadas, porém podendo a mesma determinar uma sobrecarga aos funcionários, como os movimentos repetitivos, e apresenta-se como consequência disso o aumento da ocorrência de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.
Em 1993 Rigotto afirmou que o surgimento da tecnologia minimizou a carga de trabalho como um todo, porém trouxe diversas consequências à saúde dos trabalhadores, pois possibilita que um mesmo funcionário realize o trabalho de dois, sobrecarregando o mesmo e caracterizando várias horas de trabalho repetitivo, alta intensidade do ritmo de trabalho e alta exigência de produtividade.
Delwing (2007) explica que as empresas frigoríficas e abatedoras apresentam uma forma de organização de trabalho composta de máquinas, equipamentos e dispositivos de corte que possuem risco considerável de acidentes do trabalho para com os seus trabalhadores, principalmente naquelas atividades que exigem operações manuais. Nestes lugares os funcionários são expostos a facas, serras, instrumentos cortantes, alto ritmo de produção, jordanas de trabalho exaustivas e ambientas asfixiantes e sob baixas temperaturas, além que de os mesmos permanecem por muito tempo em pé.
O mesmo autor ainda relata que este ramo historicamente é o que possui as maiores taxas de incidência de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. Justificando assim a importância e a necessidade de implantar uma gestão de segurança, visando oferecer melhores condições de saúde e segurança dos trabalhadores.
“Abatedouros são instalações industriais que sacrificam bois, aves, suínos, ovinos e outros animais, abatendo-os por meio de processos manuais ou mecânico aéreo e câmara de conservação para abastecer o mercado consumidor do município e/ou determinada região. Já frigoríficos, são instalações industriais, que geram, produzem, conduzem e conservam o frio, submetendo substâncias alimentícias a baixas temperaturas e dispondo-as em câmaras de conservação – resfriamento e congelamento” (HENZEL, 2009).
Para Araújo et al. (2012) os acidentes de trabalho nestes setores constituem o principal agravo à saúde dos trabalhadores, e o abate constitui uma das mais importantes atividades econômicas do mercado brasileiro, e devido ao crescimento populacional o consumo de carne passou a ter maior valor, que resultou num aumento da atividade do setor.
Deste modo, cabe-se dizer que a segurança do trabalho é importante nesses lugares, devido ao fato de a mesma ser, segundo Netto (2014), um conjunto de ações que tem como princípio minimizar a ocorrência de acidentes e doenças dentro do ambiente de trabalho, ou seja, é uma ciência que atua prevenindo acidentes de trabalho decorrentes dos fatores de risco encontrados nas empresas, sendo a mesma definida por diversas normas e leis.
No que diz respeito a frigoríficos a principal norma regulamentadora que se enquadra neste setor é a NR-36, que trata de segurança e saúde em empresas de abate e processamento de carnes e derivados (SZABÓ JR. 2015). Segundo o mesmo autor, a mesma tem por finalidade estabelecer parâmetros para que seja possível a avaliação e o monitoramento dos riscos existentes no que é desenvolvido dentro da empresa.
Portanto, o principal foco de tal norma regulamentadora é a ergonomia, ou seja, enfatiza que a empresa precisa se adequar e organizar os postos de trabalho, adotar pausas para os funcionários, gerenciar os riscos existentes no meio de trabalho, disponibilizar equipamentos de proteção para todos os funcionários, fazer rodízio de atividades, entre outras providências necessárias para reduzir ao máximo os acidentes de trabalho, doenças e até mesmo óbitos que ocorrem no setor (GUEIROS, 2013).
Entretanto, como cita Pinheiro (2014), a NR – 36 não deve ser operacionalizada sem que a empresa de maior atenção as NR: 5, 6, 7, 9, 10, 12, 15, 17 e 35, que tratam de assuntos como a CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, EPI’s, Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, Prevenção de Riscos Ambientais, Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, Atividades e Operações Insalubres, Ergonomia e Trabalho em altura respectivamente, as mesmas estão interligadas e devem trabalhar lado a lado nas empresas.
Como explica Aguiar (2013) os equipamentos de proteção individual – EPI são obrigatórios em atividades que caracterizam riscos de acidentes ou possivelmente possam ser prejudiciais a saúde, como nas áreas de engenharia, construções e frigoríficos, e estão previstos em todas as normas e leis de gestão de segurança de diferentes empresas.
Visando diminuir a ocorrência de acidentes a Justiça do Trabalho responsabiliza a empresa em alguns casos, pois a mesma é quem deve fiscalizar o uso de EPI’s e minimizar riscos. Ação esta que visa a redução dos gastos com aposentadorias e pensões à funcionários afastados do serviço por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Porém os empregados também podem ser responsabilizados caso se recusem a utilizar os equipamentos disponíveis, sendo muitas vezes demitidos por justa causa (AGUIAR, 2013).
Portanto, quando se visa evitar ou minimizar os impactos ocorridos nos ambientes de trabalho, referentes a acidentes ocasionados pelas condições do ambiente de trabalho e por inadequação às normas, as empresas devem implantar programas de prevenção para os seus trabalhadores. Para isso é necessário que se faça um estudo de fenômenos
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