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Ciclos político-econômicos: uma análise do comportamento dos gastos públicos nos estados brasileiros no período de 1995 a 2008

Por:   •  26/2/2018  •  1.105 Palavras (5 Páginas)  •  441 Visualizações

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Já o modelo oportunista com expectativas racionais, como o próprio nome já indica os eleitores são racionais e aprendem com experiências passadas, e esse aprendizado contribui para a restrição de manipulações eleitorais excessivas. Além de incorporar a assimetria de informação entre eleitores e governos, a preocupação dos eleitorado na competência do governo e a capacidade de sinalizar essa competência.

O modelo partidário de Hibbs acrescenta interesses ideológicos às decisões políticas, logo, partidos comprometidos com ideologias diferentes se comportam de forma distinta, buscando atender os interesses dos grupos aos quais possuem maior ligação ideológica (ARAÚJO; LEITE FILHO, 2010). A causa do comportamento cíclico da econômica é o posicionamento ideológico do governo, pois é em função dele que o mesmo irá tomar suas decisões. Sendo esse comportamento já conhecido/esperado em função da ideologia.

Por fim, o modelo racional partidário de Alesina considera a “existência de um viés partidário no comportamento dos formuladores de políticas”, mas também considera um comportamento racional o eleitor. As eleições são fontes de incertezas e os eleitores não sabem que partido irá ganhar as eleições, dessa forma sempre o partido eleito será uma surpresa e consequentemente as políticas a serem tomadas.

O objetivo dos autores era analisar o comportamento do gasto público dos estados brasileiros utilizando todo esse arcabouço teórico da teoria da escolha pública (public choice). Além da abordagem de ciclos, tocam também em outro objeto de estudo da TEP, os grupos de interesse, conjunto de indivíduos, empresas ou qualquer outro coletivo que tem interesses em comum se unem para exercer influência sobre o governo, para aprovações de leis favoráveis aos seus objetivos, por exemplo.

As considerações que faremos a seguir não são apenas ao trabalho acima apresentado, mas a alguns pontos que criam dificuldades à teoria de ciclos político-econômicos. Uma grande dificuldade, também apontada pelos autores, é falta de clareza ideológica dos partidos, consequentemente a dificuldade de classificação entre esquerda, centro e direita. Na atual conjuntura brasileira essa tarefa fica ainda mais difícil, pois se observa mais um comportamento pessoal e/ou partidário auto interessado do que a prevalência ideológica, que por sua vez não é constante até mesmo dentro dos partidos. Outro ponto importante é a dificuldade de tratar as alianças políticas dentro da teoria dos ciclos, pois pode haver coalizões entre partidos com ideologias tão distintas que se torna quase impossível prever as ações ou políticas públicas a serem adotadas. De forma geral, mesmo em meio a alguns entraves políticos ou econômicos conjunturais a teoria da escolha pública contribui consideravelmente no entendimento do processo de decisões políticas.

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