ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE DESEMPREGO E A INFLAÇÃO NO PRIMEIRO MANDATO DO GOVERNO FHC

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desemprego será apresentada a fixação de salários e fixação de preços. A fixação de salários (FS) pressupõe a seguinte equação,

W=Pe F(u,z) , onde:

W é o salário nominal;

Pe é o preço esperado;

u é a taxa de desemprego que afeta a fixação de salário negativamente;

z é uma variável abrangente que afeta a fixação de salário positivamente.

A equação mostra que quanto maior a taxa de desemprego menor é o poder de negociação dos salários. A fixação dos preços (FP) pressupõem a seguinte equação,

W=P, onde:

µ é a margem (markup) no mercado com poder, mostrando que quanto maior o poder de mercado menor seriam os salários.

Com o equilíbrio entre a FP e FS, onde , encontramos a taxa natural de desemprego (un) como pode-se ver no gráfico a seguir.

Gráfico 1: Desemprego Natural.

2.4 Cenário de inflação e desemprego no Brasil no período de 1995-1998

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assume a presidência em 1995 com um cenário de alta inflação e com o Plano Real já em curso, no início do período a inflação era de 631,54% no acumulado de 12 meses e em dezembro de 1995 fechou em 22,41%, enquanto a taxa de desemprego fechou o ano de 1995 em 6,7%. Durante os anos do primeiro mandato observa-se a queda da inflação e o aumento da taxa de desemprego que chegaram a 1,65% e 9,7% respectivamente no final de 1998. Os dados foram retirados do site do IBGE.

Tabela 1: Série Histórica – IPCA.

Fonte: IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Tabela 2: taxa de desemprego.

Fonte: IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Gráfico 2: Inflação ao longo do primeiro mandato de FHC

Fonte: IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Gráfico 3: Desemprego ao longo do primeiro mandato de FHC

Fonte: IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

5. Políticas Econômicas tomadas no Primeiro Mandato do Governo FHC

Itamar Franco, cria o Plano Real com ajuda do seu então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso (FHC) já em 1994, é eleito presidente da republica. Utilizando-se de políticas liberais seu principal objetivo era o controle de preços.

Sua política macroeconômica tinha como base o controle da inflação, uma política fiscal rígida, a continuação da alta taxa SELIC de juros e valorização da moeda brasileira perante o dólar (Bresser-Pereira, 2003).

5.1 Política Fiscal

A política fiscal, durante o primeiro mandato no governo FHC, ocorre em três vertentes: a redução das despesas governamentais, aumento dos impostos e por fim a diminuição da transferência do governo federal. Transformando o sistema fiscal mais efetivo do que equitativo. Esse movimento conhecido como “ancora fiscal” deixa claro que o governo não ira gastar mais do que se arrecada, assim proibindo a emissão de títulos ou moeda com fim de cobrir gastos maiores do governo. (REZENDE, 2009 apud FILGUEIRAS, 2000).

3.2 Política Monetária

O capital externo era essencial para manter a política cambial, logo para atrair este capital eram necessários juros altos. E para controlar a inflação era preciso a redução de moeda em circulação. Juntando esses fatos foi feita uma política monetária contracionista. Ao presenciar a estabilidade monetária a população voltou a consumir, consequentemente o Banco Central teve que colocar mais moeda em circulação. Essa política causou uma má expectativa no mercado internacional o que fez que estes retirassem seus investimentos do Brasil, para que isto não aconteçesse, os juros foram elevados.

3.3 Politicas Cambiais

O governo utiliza o cambio fixo, isto é, quando o cambio é fixado a um valor favorável ao estado. Pareando o real ao dólar – um real compra um dólar – a moeda nacional tornou-se supervalorizada. Essa política tinha o objetivo de diminuir a compra de produtos nacionais, assim reduzindo a inflação. Ao ancorar o real ao dólar houve uma maior facilidade de importação, fazendo com que os preços nacionais se igualem aos internacionais (REZENDE, 2009).

(COLOCAR GRAFICO DA BETTY)

6. Resultados das Políticas do Primeiro Mandato do Governo FHC – Inflação e Desemprego

O Plano Real basicamente possuía dois pontos principais: um ajuste fiscal e um sistema de indexação, o qual levaria aos poucos a uma nova moeda. O ajuste fiscal foi criado para equacionar o desequilíbrio orçamentário da União. Nesta fase, foi criado então o IPMF – Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira, como também o FSE - Fundo Social de Emergência.

O IPMF foi um imposto criado em caráter temporário, com alíquota de 0,25% sobre as movimentações financeiras. Já o FSE corresponde a uma diminuição nas transferências da União, liberando parcela das receitas que eram legalmente vinculadas a determinados fins, possibilitando assim aumento dos recursos livres que dispõe o Governo Federal. (VASCONCELLOS, GREMAUD e TONETO JÚNIOR, 1999:288).

O sistema de indexação, consistia na introdução de um indexador chamado de URV – Unidade Real de Valor, criado em Fevereiro/1994, na tentativa de eliminar a inércia inflacionaria, promovendo todos os ajustes de preços relativos de acordo com esta nova moeda, com objetivo de acomodar a participação dos diversos agentes na renda, eliminando consequentemente o conflito distributivo. Em Julho/1994 ocorreu a transformação da URV em Real.

A condução do Plano Real foi dividida em duas etapas: primeiramente houve a combinação de uma âncora cambial com crescimento econômico, e, em seguida houve a combinação da âncora cambial com a diminuição das taxas de crescimento econômico, como também aumento das taxas de desemprego.(VASCONCELOS, GREMAUD e TONETO JÚNIOR, 1999).

Quanto aos resultados iniciais do Plano Real, foram observados como positivos, uma vez que houve queda da inflação, de 47% em Julho/1994 para 0,6% em Dezembro/1994 (BAER, 1996).

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