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O Plano Real e o Primeiro Governo FHC

Por:   •  21/10/2018  •  1.053 Palavras (5 Páginas)  •  414 Visualizações

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A apreciação cambial foi justificada pelo risco corrente da passagem, caso a moeda fosse desvalorizada, do alto preço das importações para os preços domésticos, comprometendo o índice de preços e a volta da indexação da economia (pois sua memória ainda era muito recente) e, com ela, a inflação que acabara de ser controlada. Também havia a expectativa de que o mundo iria continuar a financiar o Brasil e os ajustes internos, tanto fiscais quanto estruturais, seriam graduais, mesmo que em curto prazo. Para que esses investimentos externos ocorressem, o governo utilizou da política monetária de modo a ajustar o BP, aumentando a taxa de juros para atraí-los e evitar a fuga dos mesmos.

Como não havia possibilidade de se utilizar de políticas cambiais, o governo se torna refém da política monetária e tenta encontrar uma solução na política fiscal, que apresenta déficit primário a partir do segundo ano. A política de privatizações continua e com a crise na Ásia, o governo lança o chamado “Pacote 51”, em 1997, que foi um conjunto de medidas visando o corte de gastos em diversos setores a fim de amenizar a dívida externa.

Devido ao cenário de crises financeiras mundiais, principalmente após a crise na Rússia, em 1998, o governo recorre ao FMI como um “colchão” de divisas para sustentar a crise no balanço de pagamentos. Desse modo, além de se tornar refém da política monetária, acaba por se tornar dependente de empréstimos do Fundo Monetário Internacional.

O dilema que se instaurou foi de se a estabilidade econômica por si só bastava ou se era necessário também a busca pelo crescimento econômico, pois apenas estabilidade não gerava este, nem emprego e renda. Com a recente inflação controlada, o governo preferiu não arriscar a volta da inflação devido à recente memória da indexação. Porém, este modelo é insustentável a longo prazo, sendo apenas o meio para a volta do crescimento econômico. O próprio câmbio mostrou-se flutuante, porém com mínimas variações em torno do dólar, não muito significativas e a inflação continuou controlada.

Por Gabriel Barbosa de Oliveira

Economia Brasileira Contemporânea

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