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Os Males Sociais e Econômicos do Consumo de Carne na Atualidade

Por:   •  4/5/2018  •  2.906 Palavras (12 Páginas)  •  379 Visualizações

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No documentário “A Engrenagem” aborda bem o consumo exagerado da carne, os malefícios e consequências da mesma, mas peca no aspecto de apenas focar na indústria alimentícia da carne em geral, bem como os maus tratos e condições péssimas para os animais, se esquecendo das outras industrias que também utilizam os animais como lucro e tem certos apelos desnecessários. Primeiro, há uma grande crítica em relação ao marketing utilizado pelas empresas, mas adota a mesma estratégia no vídeo, ao mostrar a matança (bonecos tristes, cores tristes, musica triste) e ao mostrar a não matança (bonecos alegres, tudo feliz, colorido, musica bonita), essa é uma jogada conhecida pelas empresas... Segundo, ele afirma ser fácil parar de consumir pensando no micro. Mas para se ter uma ideia, apenas um boi é utilizado em mais de 40 atividades econômica. Praticamente em tudo tem uma participação direta ou indireta, assim como o petróleo... Mesmo se o mundo não se alimentasse do boi, ainda estariam consumindo shampoos, sabonetes, detergentes, cremes, carros, roupas, sapatos, etc, etc... No fim acabam sendo informações despercebidas como estas que deixam este documentário a desejar neste aspecto, mas é valido sua intenção.

Já no “Terráqueos” retrata de forma nua e crua a violência, humilhação e uso abusivo dos animais em geral, destacando todas as industrias que os utilizam, bem como as outras ações errôneas do homem com o meio ambiente e a constante utilização sem limites dos recursos naturais, destaca e nos mostra como funcionam as fazendas industriais e relata a dependência da humanidade sobre os animais para obter alimentação, vestuário e entretenimento, além do uso em experimentos científicos. Também mostra de forma detalhada e clara a realidade no mercado animal, como lojas de animais, das fábricas de filhotes, dos abrigos para animais, maus tratos e eliminação das superpopulações dos mesmos em certos países, esta por sua vez feita com armas de fogo, assim também como das fazendas de pecuária em geral, do comércio de peles, das indústrias de entretenimento, esportes, e finalmente, do uso médico e científico.

Por fim em "A melhor palestra que você irá ouvir na sua vida - Gary Yourofsky" Gary Yourofsky um jornalista da Universidade de Oakland e graduado em Radio Broadcasting pela escola Specs Howard of Broadcast Arts, da uma inspiradora palestra abordando os direitos dos animais e veganismo, realizada na Universidade Georgia Tech - EUA, ele desmitifica vários mitos, mostra como a indústria aliena a população com comerciais alegres e bonitos no intuito de mostrar ao telespectador que nada de ruim acontece a eles, ou seja uma lavagem cerebral, nos programando a não se importar com os animais quando de fato deveríamos e nos induzindo a sempre consumir mais e mais carne e outros derivados dos mesmos, também aborda a preocupação com o meio ambiente.

A Relação do homem com o animal

Pergunte a qualquer um na massa de gente obscura: qual o propósito da existência das coisas? A resposta geral é que todas as coisas foram criadas para nosso auxílio e uso prático! [...] Em resumo, todo o cenário magnífico das coisas é diária e confiantemente visto como destinado, em última instância, à conveniência peculiar do gênero humano. Dessa forma, o grosso da espécie humana arrogantemente se eleva acima das inumeráveis existências que o cercam. G. H. Toulmin, The antiquity and duration of the world [A antiguidade e duração do mundo, 1780, ed. de 1824] pp. 51-2.

Na Inglaterra dos períodos Tudor e Stuart, a visão tradicional era que o mundo fora criado para o bem do homem e as outras espécies deviam se subordinar a seus desejos e necessidades. Tal pressuposto fundamenta as ações dessa ampla maioria de homens que nunca pararam um instante para refletir sobre a questão. Entretanto, os teólogos e intelectuais que sentissem a necessidade de justificá-lo podiam apelar prontamente para os filósofos clássicos e a Bíblia. A natureza não fez nada em vão, disse Aristóteles, e tudo teve um propósito. As plantas foram criadas para o bem dos animais e esses para o bem dos homens. Os animais domésticos existiam para labutar, os selvagens para serem caçados. Os estoicos tinham ensinado a mesma coisa: a natureza existia unicamente para servir os interesses humanos.¹

Foi com esse espírito que os comentadores Tudor interpretaram o relato bíblico da criação. Se bem que os especialistas modernos localizem relatos conflitantes incorporados na nar- 22 rativa do Gênesis, os teólogos do início do período moderno, de modo geral, não viam dificuldades para chegar a uma síntese razoavelmente aceita.² O Jardim do Éden, afirmavam, era um paraíso preparado para o homem, no qual Deus conferiu a Adão o domínio sobre todas as coisas vivas (Gênesis, I, 28). No princípio, homem e bestas conviveram pacificamente. Os homens provavelmente não eram carnívoros e os animais eram mansos. Mas com o pecado e a Queda a relação se modificou. Ao rebelar-se contra Deus, o homem perdeu o direito de exercer um domínio fácil e inconteste sobre as outras espécies. A terra degenerou. Espinhos e cardos nasceram onde antes existiam apenas frutos e flores (Gênesis, III, 18). O solo fez-se pedregoso e árido, tornando necessário um trabalho árduo para o seu cultivo. Apareceram pulgas, mosquitos e outras pestes odiosas. Vários animais livraram-se da canga, passando a ser ferozes, guerreando uns com os outros e atacando o homem. Até mesmo os animais domésticos deviam agora ser forçados à submissão. Então, após o Dilúvio, Deus renovou a autoridade do homem sobre a criação animal:

Temam e tremam em vossa presença todos os animais da terra, todas as aves do céu, e tudo o que tem vida e movimento na terra. Em vossas mãos pus todos os peixes do mar. Sustentai-vos de tudo o que tem vida e movimento (Gênesis, IX, 2-3).

Doravante, os homens seriam carnívoros e os animais poderiam ser abatidos e comidos legitimamente, guardando-se apenas as restrições de dieta vigentes. Nesta lei do Antigo Testamento o domínio do homem sobre a natureza se fundou.³ O advento de Cristo reforçou-a, sendo visto por alguns comentadores como uma confirmação dos direitos humanos sobre o mundo natural; embora também fosse possível argumentar que tais direitos se reservavam aos cristãos verdadeiramente regenerados.4

É difícil, hoje em dia, ter noção do empolgante espírito antropocêntrico com que os pregadores das dinastias Tudor e 23

Stuart interpretavam a história bíblica. Eles não hesitavam em representar os atributos físicos do mundo como uma resposta direta ao pecado de

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