Historia do Banestes
Por: SonSolimar • 25/4/2018 • 6.661 Palavras (27 Páginas) • 274 Visualizações
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sem limite, garantidas, com juros, sem juros e aviso prévio. Curioso é que todos os cheques eram selados, uma exigência do governo federal. O selo funcionava como imposto.
Mesmo com as dificuldades iniciais, a diretoria começou a vislumbrar a aquisição de uma sede própria, ainda no ano de 1937. Como ponto de partida para o empreendimento, o Governo do Estado concedeu, no ano seguinte, 150 contos de réis para a compra da área onde seria construída a sede do Banco.
2.1. Primeiro aniversário
No desenrolar do processo, surgiu a proposta da Prefeitura de Vitória para que o Banco adquirisse dois imóveis. O terreno estava localizado de frente para o mar e esquina com o Beco do Douto.
3. Década de 1940
A primeira virada de década e o início dos anos quarenta não foram fáceis para o Banco de Crédito Agrícola. "Esse período anormal, de sérios embaraços e de profunda depressão comercial, serviu, porém, para patentear a todos os incalculáveis benefícios que um Banco regional, nos moldes do nosso, pôde conferir, seja assistindo à lavoura, assolada pela seca, seja socorrendo o comercio, desamparado, nesses momentos, pela natural retração do crédito, de auxílios mais prestadios", defendeu-se o presidente do Banco em seu relato.
Em 1940, o cenário não muda: guerra, seca e estagnação. "Como decorrência natural da prolongada estiagem, que, em 1939, crestou severamente a produção agrícola do Estado e da profunda repercussão, que, para o nosso comércio exterior, trouxe o alucinante conflito europeu, teria que ser particularmente difícil, para os negócios em geral, o ano de 1940", publicou a diretoria do Banco em 1941 no seu relato anual das atividades do Exercício anterior.
3.1. Sede própria
Nem só de estagnação viveu o Banco no início da década de 1940. Finalmente, em 1942, o Banco de Crédito Agrícola do Espírito Santo realizou a inauguração da sua primeira sede própria, no local onde atualmente funciona a agência Central do Banco, na Avenida Jerônimo Monteiro.
A novidade veio acompanhada por outra mudança importante nos negócios da Instituição. Neste período, o governo Getúlio Vargas introduziu a reforma monetária, substituindo o mil réis pelo cruzeiro. A medida exigiu um esforço do Banco para realizar tanto a troca da moeda para o cliente como a adaptação de toda a sua contabilidade ao novo sistema monetário.
O governo ditatorial de Punaro Bley chega ao fim em janeiro de 1943, depois de mais de uma década à frente do Executivo do Espírito Santo. Os anos seguintes são marcados por alternâncias de chefes do Executivo, tendo diversos interventores, até a posse do governador eleito Carlos Lindenberg, em 1947.
A agricultura mantinha-se como o carro-chefe da economia do Estado, enquanto as indústrias ainda figuravam modestamente nos quadros da produção e a pecuária atendia basicamente às necessidades internas. Apesar disto, os governantes começavam a vislumbrar a demanda de diversificação da economia.
4. Década de 1950
A história do Estado inicia, em meados do século XX, um período em que os projetos políticos de crescimento alternam prioridade à industrialização e à tradicional agricultura, com reflexos importantes na caminhada do Banestes.
No governo seguinte, de Francisco Lacerda de Aguiar, o Chiquinho, que assumiu o poder em 1955, o setor agrícola voltou ao centro das atenções governamentais. Em outubro de 1957, o Banco obteve a prorrogação do prazo de funcionamento por mais 10 anos. O estatuto original fixava em 20 anos o período de funcionamento da Instituição.
5. Década de 1960
Na década de 1960, o Banco de Crédito Agrícola manteve o seu ritmo de crescimento, apesar de diversos fatores desfavoráveis, como o conturbado período dos governos de Jânio Quadros e João Goulart, o golpe militar e a subsequente ditadura e as políticas de contenção do crédito e combate à inflação.
Em nível estadual, implementou-se a política de erradicação dos cafezais, lavoura que foi exatamente um dos motivos mais fortes para a criação do Banco. A industrialização voltada ao mercado exportador de commodities se tornou o motor da economia capixaba, puxada pelos incentivos estatais.
O governador Christiano Dias Lopes Filho (1967-1971), em sintonia com as forças políticas do regime militar, seguiu à risca esta linha, buscando atrair investimentos nacionais e estrangeiros para a concretização dos projetos industriais ligados ao comércio exterior. No campo da agricultura, o Banco desempenhou um importante papel neste período, com financiamento e orientações para a formação de novos cafezais, já que as velhas lavouras haviam sido erradicadas. Durante a década de 1960, 54% dos cafezais foram extintos, provocando um êxodo de 150 mil capixabas do campo para a Grande Vitória e outros Estados.
5.1. Sede nova, novo nome
Com as novidades da economia e o Banco absorvendo novas atribuições, as instalações físicas de sua sede já não mais atendiam às necessidades da Instituição. Em 1962, na gestão de Mário Augusto Ayres Nicoletti como presidente do Banco, o imóvel da primeira sede própria foi demolido para que um prédio fosse construído no mesmo local.
A segunda sede própria do Banco foi inaugurada no dia 30 de dezembro de 1967, durante a gestão de Luiz Teixeira como presidente da Instituição. Conhecido como Ruralbank (endereço telegráfico do Banco), o prédio de 19 andares era um dos mais modernos do centro de Vitória.
Em franca expansão, o Banco obteve empréstimo de US$ 2 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com vistas ao incentivo agrícola para o Estado, numa ação que se tornou projeto-piloto para a América Latina.
6. Década de 1970
Ainda no final desta década, outro fato marcante. O Banco Central uniformizou a denominação dos Bancos estaduais e, após a assembleia geral de acionistas e a devida alteração do estatuto, em 1969, o Banco de Crédito Agrícola do Espírito Santo (Ruralbank) passou a se chamar Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes). Nada mais coerente com o perfil da Instituição, cujos negócios nunca foram exclusivamente voltados ao campo.
A década de 1970 registra o auge do regime ditatorial imposto pelos militares. Em tempos de "milagre econômico brasileiro", o Espírito Santo também experimentou a sua versão de tempos milagrosos, marcados por um ritmo intenso no processo de urbanização e industrialização.
Rebatizado,
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