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ESCOLA MUNICIPAL CARLOS GOMES PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Por:   •  25/11/2018  •  24.061 Palavras (97 Páginas)  •  383 Visualizações

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HUMANOS

8. RECURSOS FINANCEIROS 74

9. ESPAÇO FÍSICO E RECURSOS MATERIAIS 25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75

1. APRESENTAÇÃO

Considerando que, enquanto cada animal é, por sua natureza, logo e sempre, unilateralmente si mesmo, somente o homem quebrou os vínculos da unilateralidade natural e inventou sua possibilidade de tornar-se outro e melhor, e até onilateral; considerando, outrossim, que esta possibilidade, dada apenas pela vida em sociedade, foi até agora negada pela própria sociedade à maioria, ou melhor, negada a todos em maior ou menor grau, o imperativo categórico da educação do homem pode ser assim enunciado: Apesar de o homem lhe parecer, por natureza e de fato, unilateral, eduque-o com todo empenho para que se torne onilateral. (Mario Aliguiero Manacorda - 2010, p. 432,)

As reformas pelas quais a educação brasileira vem sendo submetida nos últimos anos, implementaram um conjunto de mudanças em todos os níveis de ensino, mas que tiveram maior efeito na educação básica.

Além da proposição dos Parâmetros Curriculares Nacionais que estabeleceram as diretrizes educacionais para o país, mudanças na forma de gestão, formação dos professores, sistemas de avaliação, financiamento da educação, programas de educação à distância e das concepções filosóficas e educacionais a respeito de ensino e a aprendizagem foram implementadas. Dentre todas as alterações propostas, a reforma curricular assumiu uma função essencial na articulação e na justificativa das demais.

Essas alterações curriculares, com a introdução dos temas transversais, interdisciplinaridade e currículo por competências, por exemplo, justificaram ideologicamente a positividade da reforma e a legitimaram sem contestações, questionamentos ou grandes resistências. Negando o que se fazia anteriormente, sob a égide do neoliberalismo, foi construído o discurso de que os novos currículos vinham para atualizar a escola brasileira no contexto da nova conjuntura econômica mundial, - sociedade globalizada, sociedade tecnológica, sociedade do conhecimento -, vinculando a reforma educacional à defesa de ideias de progresso e prosperidade nacional ou inserção social dos cidadãos no mercado de trabalho, ao mesmo tempo que resolveria ou solucionaria seus problemas educacionais.

Além de submeter à educação aos interesses do mercado, a referida reforma educacional, ainda em curso, adotou modelos sugeridos pelo Banco Mundial, sem a participação dos professores, pedagogos, cientistas ou filósofos da educação, nem considerando a realidade educacional brasileira, assumindo o paradigma produtivista e utilitário que o ideário neoliberal procura disseminar não apenas no campo econômico, mas também no campo social, político, cultural e educacional.

Concomitantemente a este processo homogeneizante, a implementação de tais reformas, encontrou encaminhamentos diversos, condicionados pelo histórico de cada instituição escolar, pelas limitações no entendimento ou capacidade reflexiva e crítica do conteúdo de tais propostas em cada comunidade escolar ou ainda pela resistência a mudanças.

No entanto, de um modo geral, os projetos e as práticas pedagógicas da maioria das escolas evidenciam o desvirtuamento da especificidade da escola, tanto no que se refere à implementação de programas assistencialistas governamentais quanto pelo esvaziamento dos conteúdos a que vem sendo submetida, atendendo às últimas políticas públicas educacionais brasileiras, tanto pela necessidade de revolucionar a superada organização do trabalho didático, quanto pela agregação dessas novas funções ao seu fazer.

É inegável a determinação dos condicionantes materiais, econômicos e políticos sobre a organização e o trabalho pedagógico nas instituições de ensino. Porém, faz-se pertinente e necessária uma outra reflexão, a análise do trabalho desenvolvido dentro das instituições escolares, através da apreciação da atividade dos sujeitos que promovem e realizam de fato a educação: a equipe pedagógica escolar e os professores.

Esta reflexão se justifica pelo fato de que a ação humana sempre está relacionada com uma determinada teoria ou visão de mundo e a reflexão sobre esta teoria nos permite definir melhor nossos objetivos, as estratégias e encaminhamentos adotados. Se não temos suficiente clareza e segurança acerca dos fundamentos teóricos que nos orientam, se não pararmos para refletir sobre eles, corremos o risco de agir contrariamente a nossos objetivos.

A prática das equipes pedagógicas escolares e dos professores, de modo geral, embasadas superficialmente em diferentes tendências pedagógicas, manifestam-se fundidas num ecletismo conceitual e prático que aponta vários caminhos e direções, o que dificulta o trabalho educativo escolar e o processo de ensino e aprendizagem, porque desarticulado de suas matrizes teóricas, tornam-se fragmentados, evasivos e muitas vezes, ingênuos.

Todavia, é imprescindível, pois, que todos os sujeitos envolvidos no trabalho escolar conheçam profundamente conteúdos relacionados à história da educação brasileira, tendências e perspectivas pedagógicas, gnosiologia e epistemologia, relação educação e sociedade, produção e apropriação do conhecimento histórico, perspectivas contemporâneas educacionais, os limites da educação na sociedade capitalista, concepções de aprendizagem, prática pedagógica, encaminhamentos metodológicos, organização dos conteúdos, articulação dos saberes, utilização de materiais de apoio pedagógico, uso do livro didático, dificuldades de aprendizagem, defasagem de conhecimento, avaliação, enfim, de todos os elementos relacionados ao seu trabalho ou que incidem sobre o mesmo.

A compreensão clara dos elementos constitutivos da conjuntura educacional e dos que inferem decisivamente na mesma, ampararão a construção de um Projeto Político Pedagógico coeso, coerente, articulado e fundamentado, o que lhe garantirá embasamento, fundamentação e segurança nas diretrizes e metas que orientam a ação docente.

Esse trabalho sistemático permitirá a elaboração de um projeto educacional que supere a desarticulação e fragmentação sobre o entendimento teórico, o encaminhamento metodológico dos conteúdos, a heterogeneidade de tendências pedagógicas, ou o abandono do professor à própria sorte, sem

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