Cultura organizacional Brasileira pós globalização: Global ou local
Por: eduardamaia17 • 24/12/2017 • 1.648 Palavras (7 Páginas) • 642 Visualizações
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Homogeneização ou hibridização?
A visão tradicional da globalização está ligada a processos de homogeneização, visão crítica que convida a percepção de um processo impulsionador de heterogeneidade.
Já heterogeneidade está ligado ao processo de hibridização, nesse sentido a globalização e processos de hibridização passam a ser simultâneos, oferecendo a possibilidade de desenvolvimento, e identificação onde se mesclam as culturas, resultando em uma nova configuração cultural a partir do encontro e interação das culturas existentes. É um processo de transformação social em que se verifica o surgimento de novas configurações únicas.
Metodologia
Foi utilizada uma pesquisa qualitativa exploratória, com executivos da cidade de são Paulo. A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas semi- estruturadas com duração de 60 a 90 minutos, o roteiro compreendeu aspectos mais difíceis e mais fáceis da gestão no Brasil, todas as entrevistas foram gravadas e transcritas, os entrevistados foram escolhidos com base na experiência de gestão no Brasil e fora do Brasil, foram entrevistados 16 brasileiros e nove estrangeiros com idade entre 24 e 60 e com no mínimo três anos de experiência, maior parte dos entrevistados, com formação em administração ou engenharia, sexo masculino e trabalhava em empresas de grande porte de origem internacional.
Analise foi das entrevistas foi realizada temática, os textos transcritos foram divididos por temas.
Apresentação dos Resultados
A partir da investigação foi constatado alguns traços marcantes dentro da cultura organizacional Brasileira, e como a forma de gestão é praticada no pais atualmente.
Traços culturais centrais
O jeitinho brasileiro é percebido como algo negativo ao pais, embora seja útil para indivíduos isoladamente, gera ao pais falta de credibilidade.
Os traços de desigualdade, os relatos indicam que há uma grande distância entre níveis hierárquicos, quando indivíduos alcançam um status se acomodam a posições atribuídas.
A questão da flexibilidade, esteve bastante presente nos depoimentos, e se mostram confortáveis diante de mudanças frequentes.
Com os relatos, sugerem-se que as empresas no Brasil se identificam com referências na gestão estrangeiras, e que muitos gestores adotam esses referencias como posturas e visões críticas, outro aspecto notado, foi a questão da valorização nacional.
O traço do personalismo, aparece nos depoimentos, por meio de algumas características, no âmbito profissional e mais levado em conta as relações pessoais do que as competências técnicas, e esses relacionamentos são determinante, na qualificação desse ambiente como bom ou não para se trabalhar.
A característica do formalismo, nos depoimentos demonstra-se que na pratica existe tolerância a mudança de normas, regras e procedimentos. Desta forma essa pouca tolerância a padronização tende a crescer o impacto de mudanças decorrente a abertura comercial e econômica do pais.
Traços culturais Periféricos
Relatos revelam que se tem uma preocupação mais humana, porém percebem que vem crescendo a preocupação em relação a performance de resultados, alegam também que existe uma falta de planejamento decorrente de instabilidade política e econômica, histórica no pais, e comparado com outros países teria muito que evoluir, mas vem melhorando em função da abertura e da internalização, o Brasileiro tem dificuldades em cumprir prazos e foca seu trabalho a curto prazo.
Outra questão é o autoritarismo, onde as pessoas se comportam de maneira submissa, pois há o medo do confronto, não expõem suas opiniões e críticas, revelando a aversão ao conflito.
Existe também um traço de expectador, onde o indivíduo transfere as responsabilidades, existe uma falta de determinação para realização de tarefas e preferência pela tomada de decisão nas instâncias superiores, por fim a cordialidade que está presente, mas que não se traduz em verdadeiras intenções, ligado a dificuldade de dizer não.
Dos depoimentos colhidos ainda existem três características marcantes sobre a mudança na esfera nacional e internacional, que impactaram na cultura organizacional nacional.
- O ambiente institucional é predominantemente instável, complexo e de difícil compreensão.
- O peso da abertura comercial e econômica com a entrada de multinacionais e referenciais estrangeiros e modernização das empresas.
- Diferença existente na composição de gestores nas organizações, por um lado uma geração, antes da abertura econômica e por outro uma geração mais atual e moderna.
Fica claro que o pais e visto, como instável e imprevisível, com pouco planejamento, pouca sistematização e padronizações de ações, muita orientação a flexibilidade e improvisação, esses traços mostram uma estrutura desorganizada e improvisada, as relações são pela desigualdade de poder, autoritarismo ou por medo de conflitos, foca mais nas pessoas do que nos resultados, todas essas características em conjunto nos remete a visão de um estilo paternalista, paroquial e Pré - antimoderno.
Por outro lado as características pós globalização, vem mudando as situações descritas acima, ainda reduzidas comparadas com outros países, mas está internalizando uma gestão mais moderna.
Podemos ver que existem situações de cunho paternalista tradicional, e a gestão de elementos novos que vem do contexto internacional, contudo existe uma posição equilibrada entre eles, porém no Brasil seria mais que uma situação simples de equilíbrio, pois esses referenciais não seriam simplesmente adaptados.
A gestão no pais e praticada por três elementos essenciais:
- Caráter transitório é um sistema em transformação que possui forças para globalização e internalização dos negócios e as condições institucionais e culturais do pais.
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