ARTIGO HISTORIA CULTURA AFRO BRASILEIRA
Por: Salezio.Francisco • 16/3/2018 • 4.326 Palavras (18 Páginas) • 492 Visualizações
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- A TRILHA DA PESQUISA
Esta pesquisa, cujos objetivos, métodos e resultados são apresentados neste artigo, foi desenvolvida com a comunidade interna e externa da escola Estadual Leopoldo Neves. Participaram 69 alunos da 7ª série e 86 do Avançar.
Seu objetivo principal é fazer com que o educando tome conhecimento das diferenças étnicas existentes no Brasil através da integração de diferentes materiais didáticos em uma abordagem sistemática e com atividades complementares: artes plásticas, oficinas teatrais, oficinas de histórias em quadrinhos (gibiteca), música e dança, ao longo do ano letivo. Concomitantemente, buscou-se construir a autoestima dos afro-brasileiros e dos indígenas por meio de relações mais humanitárias, conscientizando-os de que cada etnia, por meio de sua cultura, contribui para a formação de um povo único. Assim, é importante valorizar a cultura e os costumes trazidos da África e incorporados à cultura brasileira, bem como os costumes dos indígenas brasileiros; e preservar, incentivar e valorizar as manifestações culturais dos descendentes da imigração Africana e das populações indígenas.
A pesquisa pretende alcançar resultados práticos e teóricos, assim os conteúdos disciplinares foram trabalhados concomitantemente à análise bibliográfica. Ao mesmo tempo em que se buscou aprender, conhecer e assimilar a diversidade cultural que envolve a unificação dos povos poderemos levar nossos alunos, do ensino fundamental e médio, a gerenciar novos conhecimentos e a transformá-los em conceitos inovadores. Dessa forma, acreditamos que os mesmos possam tornar-se agentes transformadores do meio em que vivemos; também procurou-se ajudar na integração dos alunos do ensino fundamental com a comunidade em geral através de um processo de construção de conhecimentos envolvendo os alunos, para que se alcance uma maior sensibilidade em relação aos problemas discriminatórios enfrentados pelos negros e indígenas. O que se quer é que nossos alunos passem a repudiar práticas discriminatórias e se conscientizem sobre a necessidade da igualdade de direitos.
Para alcançar os nossos objetivos, a pesquisa não poderia ser desenvolvida de forma completamente independente e não-reativa. Por essa razão, adotou-se a “pesquisa-ação” como a metodologia adequada para esta investigação.
A pesquisa-ação é uma metodologia na qual a investigação teórica e a realização prática mantêm-se estreitamente integradas, de tal modo que a compreensão sobre o problema de pesquisa é uma parte da prática. Segundo Engel (2000, p. 184-185), a pesquisa-ação apresenta uma série de características:
a) Nesse método é preciso superar a dicotomia entre sujeito e objeto de pesquisa. O processo de pesquisa é, ao mesmo tempo, o processo de aprendizagem dos envolvidos.
b) Os resultados alcançados pela pesquisa tornam-se relevantes na medida em que os envolvidos são capazes de apreender a sua situação e a modifica-la:, “o pesquisador parece-se, neste contexto, a um praticante social que intervém numa situação com o fim de verificar se um novo procedimento é eficaz ou não” (ENGEL, 2000, p. 184).
c) O problema a ser pesquisado é abordado a partir do ponto de vista dos envolvidos construídos sobre as representações que os alunos, professores, diretores etc. têm em relação à situação investigada.
d) O objeto da pesquisa são as situações que são percebidas pelo professor como inaceitáveis e que precisam ser modificadas através de uma ação.
e) Nessa metodologia busca-se apreender o problema de forma específica às circunstâncias locais e, como isso, obter resultados com uma relevância prática para a situação.
f) O processo da pesquisa é auto-avaliativo na medida em que as modificações introduzidas no decorrer do processo de intervenção são constantemente reavaliadas e modificadas.
g) Os resultados alcançados são utilizados para o aperfeiçoamento dos resultados anteriores focando os benefícios que trazem para o próprio processo.
Na sua etapa preliminar, este trabalho foi realizado no ambiente natural dos sujeitos da pesquisa, havendo uma preocupação maior com aspectos qualitativos dos fenômenos, evidenciando a complexidade da vida humana. Ludke e André (1986, p. 13) apoiadas em Bogdan e Biklen (1982) afirmam que este tipo de pesquisa
“envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes”.
A pesquisa qualitativa preocupam-se com o contexto e com o ponto de vista do investigado, assim os dados obtidos permitem uma compreensão mais aprofundada da realidade estudada a partir de suas circunstâncias características, isso faz com que alcancemos a grande riqueza de significados e a dinâmica que possuiu nosso problema. .
Como instrumentos foram utilizados a observação e o questionário para coletar as informações necessárias ao desenvolvimento da pesquisa. É mister ter clareza dos critérios de escolha do instrumento, bem como das informações que se pretende obter, não devendo ser concebida apenas como “quero usar tal instrumento”.
A técnica de observação permite a descrição e a compreensão do comportamento como ocorre, de forma natural, pois obtém as informações considerando a realidade do sujeito da pesquisa. Segundo Lakatos e Marconi (2006, p.88), a observação
“Ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Desempenha um papel importante nos processos observacionais, no contexto da descoberta, e obriga o investigador a um contato mais direto com a realidade”
O questionário é uma técnica composta por uma série de perguntas ordenadas, devendo ser respondidas por escrito, pois é uma interlocução planejada. Para Chiozzotti (2005, p. 55) esse instrumento:
“consiste em um conjunto de questões pré-elaboradas, sistemática e sequencialmente dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, com objetivo de suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre assunto que os informantes saibam opinar ou informar”.
Para a organização dos dados, fez-se inúmeras leituras e releituras, na busca de detectar focos recorrentes, levando-nos a construção de categorias confrontando teoria e dados coletados. Após examinar o material recolhido, partiu-se para a análise dos dados, considerando
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