AS CONSEQUÊNCIAS DO ASSEDIO MORAL NAS ORGANIZAÇÕES
Por: Jose.Nascimento • 4/12/2018 • 2.912 Palavras (12 Páginas) • 265 Visualizações
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O mundo atual se caracteriza pela imensa competitividade de mercados de trabalhos, cada vez mais instáveis, resultando em uma sobrevalorização da competitividade e flexibilidade. Sobre o tema afirma (FERREIRA, 2004, página 33):
Assim, dentro do contexto globalizado, além da ameaça do desemprego estrutural que assusta o mundo todo, do subemprego, da demissão, da extinção de postos de trabalho, os trabalhadores precisam estar preparados para participarem de uma competição desumana. Nela não existe nenhuma garantia de que sua dignidade, sob o aspecto de ser respeitado como pessoa humana, será observada e conservada, nem por seus superiores hierárquicos, nem pelo Estado, uma vez que a dinâmica do mercado exige uma total flexibilização dos direitos trabalhistas, muitas vezes resumidas a verdadeira renúncia de direitos.
A consequência dos aspectos acima mencionados se fazem existentes no ambiente de trabalho, pois acabam oprimindo os colaboradores, a pressão exercida sobre eles é imensa e acarretam em funcionários com estresse, com uma saúde física e mental debilitada, além de não alcançarem o nível de produção que a organização determina.
A coação moral é considerada um dos maiores problemas a serem encarados pela sociedade. Não há dúvidas de que o constrangimento sofrido pelas vítimas obtém um quadro de ofensa à dignidade do trabalhador e aos seus direitos de personalidade, submetendo-o a dores físicas e mentais.
Consequências do assédio moral para o assediado
O perfil psicológico do assediado determinará seu grau de sofrimento. Danos físicos, mentais e psicossomáticos advêm do aumento gradativo do terror psicológico, causado naquele que sofre o assédio moral.
Estudos demonstram que os sintomas do assédio quando é recente e existe, ainda, uma possibilidade de reação, são semelhantes aos do estresse, onde são classificados pelos médicos como perturbações funcionais: cansaço, nervosismo, distúrbios do sono, enxaquecas, distúrbios digestivos, dores na coluna. É o organismo da pessoa tentando se adaptar para enfrentar uma situação de hiperestimulação, formando assim sua autodefesa. Um estado depressivo pode se solidificar, caso o assédio aumente ou permaneça por um tempo maior. Apatia, tristeza, complexo de culpa, obsessão e, até mesmo, indiferença aos próprios valores. Fica claro que os distúrbios psicossomáticos crescem com o tempo de evolução do assédio.
Podemos citar como principais danos e agravos causados a saúde da vítima, a irritação constante; falta de confiança em si; cansaço exagerado; diminuição da capacidade para enfrentar o estresse; pensamentos repetitivos; dificuldades para dormir; pesadelos; interrupções frequentes do sono; insônia; amnésia psicógena; diminuição da capacidade de recordar os acontecimentos; anulação dos pensamentos ou sentimentos que relembrem a tortura psicológica, como forma de se proteger e resistir; anulação de atividades ou situações que possam recordar a tortura psicológica; tristeza profunda; interesse claramente diminuído em manter atividades consideradas importantes anteriormente; sensação negativa do futuro; vivência depressiva; mudança de personalidade, passando a praticar a violência moral; sentimento de culpa; pensamentos suicidas; tentativas de suicídio; aumento do peso ou emagrecimento exagerado, distúrbios digestivos; hipertensão arterial; tremores; palpitações; aumento do consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas; diminuição da libido; agravamento de doenças pré-existentes, como dores de cabeça; e, notadamente, estresse.
Mulheres e homens tendem a reagir de forma diferente a essa violência moral. Nas mulheres algumas emoções tristes que predominam são mágoas, ressentimentos, vontade de chorar, isolamento, angústia, ansiedade, alterações do sono e insônia, sonhos frequentes com o agressor, alterações da memória, distúrbios digestivos e náuseas, diminuição da libido, cefaleia, dores generalizadas, palpitações, hipertensão arterial, tremores e medo ao avistar o agressor, ingestão de bebida alcoólica para esquecer a agressão e pensamentos repetitivos. Os homens vitimados são tomados por sentimentos de fracasso. Sentem-se confusos, sobressaindo os pensamentos repetitivos, ‘espelho’ das agressões vividas. Envergonhados, se isolam evitando comentar o acontecido com a família ou amigos mais próximos. Sentem-se traídos e têm desejos de vingança. Aumenta o uso das drogas, principalmente o álcool. Sobressai o sentimento de culpa, ele se imagina “um inútil”, “um ninguém”, “um lixo”, “um zero”, “um fracassado”. Sentem-se tristes, depressivos; passam a conviver com precordialgia, hipertensão arterial, dores generalizadas, dispnéia, vontade de ficar sozinho; aborrecimento com tudo e todos. A dor masculina é desesperadora e devastadora, na medida que os homens não expõem suas emoções, não choram em público e se isolam perdendo a interação com o outro. São danos à saúde que acarretam desequilíbrio interno e sofrimento profundo, exigindo, muitas vezes, um longo período de tratamento médico ou psicológico. Ainda se pode somar a esses danos as consequências do desemprego em massa, que aumenta o medo e submissão dos empregados. Tudo somado ao fato de que os homens têm dificuldades em verbalizar a agressão e se obrigam a sofrer em silêncio.
Esse sofrimento moral, trás prejuízos ate mesmo aos relacionamentos sociais dos assediados, como o possível afastamento de colegas de trabalho; retraimento de amigos; casamentos abalados; redução da renda; aumento dos gastos com remédios, psicólogos e exames; depredação do patrimônio para custear tratamento. Consequentemente toda a sintomatologia psico-físico-emocional, causada pelo assédio, o assediado passa a ter pouca concentração, ansiedade, dificuldade no sono, no aprendizado, esquecimento, irritabilidade, indecisão e fadiga, o que torna a vítima um alvo fácil para acidentes de trabalho.
As consequências do assédio são mais fortes quando partem de um coletivo contra um colaborador, do mesmo modo quando vem de um superior hierárquico, pois a vítima tem o sentimento, na maioria justificado, existe na ação, uma chantagem implícita e não há muitos recursos nesses casos.
Seja lá qual for a forma de sofrimento no trabalho, mesmo uma pressão profissional, muito forte, quando cessa o estímulo, o sofrimento também cessa, e o tempo cumpre o seu papel, permitindo que a pessoa possa se recuperar. No caso de assédio moral é fundamental a terapia de apoio ou outras alternativas que potencializem a autoestima, devolvendo a autoconfiança a quem sofreu assédio moral,
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