O TRABALHO PROFISSIONAL: Instrumentação para a Intervenção
Por: Carolina234 • 9/8/2018 • 2.616 Palavras (11 Páginas) • 345 Visualizações
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de práticas comprometidas com a mudança do contexto e com a qualidade de vida dos cidadãos.
Assim o objetivo geral da pesquisa é analisar qual a percepção da Abordagem com Grupo na intervenção do Serviço Social, a partir da análise do discurso de assistentes sociais que discutem e/ou trabalham com a referida técnica nas áreas da saúde e da assistência.
A instrumentalidade do serviço social, expressa no exercício profissional, demarcando suas dimensões técnico-operativa, teórico-metodológica e ético-política, assim a instrumentação do serviço do serviço social é entendida como uma propriedade constitutiva, da profissão resultado das determinadas determinações histórico- sociais.
Em outras palavras, os instrumentos e técnicas de intervenção não podem ser mais importantes que os objetivos da ação profissional. Se partirmos do pressuposto que cabe ao profissional apenas ter habilidade técnica de manusear um instrumento de trabalho. Os instrumentos são os elementos mediadores e potencializadores do trabalho, ou seja, é a estratégia por meio da qual se realiza a ação. As técnicas dizem respeito a habilidade humana de fabricar, construir e utilizar instrumentos para que ele se torne o mais utilizável possível.
Sabendo-se que o instrumento número um do Serviço Social é a linguagem, pois ela possibilita a comunicação entre os profissionais e aqueles com quem interagem. Podemos elencar 2 tipos de linguagem:
1) Linguagem oral ou direta → Instrumentos de trabalho diretos ou "face a face": Observação Participante; Entrevista Individual ou Grupal; Dinâmica de Grupo; Reunião; Mobilização de Comunidades; Visita Domiciliar; Visita Institucional.
2) Linguagem escrita ou indireta → Instrumentos indiretos ou "por escrito": Atas de Reunião; Livros de Registro; Diário de Campo; Relatório Social; Parecer Social.
Yolanda Guerra (2007) afirma que “a instrumentalidade no exercício profissional se refere” “a uma determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e reconstruída no processo sócio histórico”, e para atingir esses objetivos se faz necessário o uso de instrumentos. Já estes instrumentos referem-se aos mecanismos necessários próprios à execução das finalidades da profissão. Esta distinção feita por Guerra explica o que a instrumentalidade se trata da essência da profissão sua composição objetiva e subjetiva na implementação e intervenção na Questão Social. Por isso a instrumentalidade não se resume nos recursos operativos (instrumentos) da profissão.
O trabalho social requer instrumentalidade, Guerra (2007) afirma que “todo trabalho social” possui instrumentalidade, quando o trabalho está diretamente relacionado com o processo de atendimento às necessidades materiais e espirituais dos homens (por isso trabalho social). Nesta condição o trabalho transforma a realidade e “reproduz material e socialmente a sociedade e com isso possibilita que “na medida em que os profissionais utilizam, criam, adequam às condições existentes, transformando-as em meios/instrumentos para a objetivação das intencionalidades, suas ações são portadoras de Instrumentalidade”.
São aspectos sempre vinculados, no campo instrumentalidade do Serviço Social, Movimentos Sociais e Políticas Setoriais Contemporâneas, às possibilidades de conformação da proteção social, que requerem outros desdobramentos, relacionados tanto ao conteúdo das ações como ao conhecimento acerca do conjunto de instrumentos e técnicas necessários para a abordagem dos sujeitos de intervenção que colocam o projeto profissional em movimento. Para vencer essa luta, requer colaboração de todos, do setor privado, da sociedade civil e do Estado, o que torna essencial um planejamento de ações para que aos atores sociais possam desenvolver um trabalho estratégico para melhor enfrentamento do problema.
De um modo geral, os Assistentes Sociais, no cumprimento das suas atribuições, trabalham com uma série de instrumentos para desenvolver a sua prática, os quais se diversificam conforme a natureza da política social executada nas instituições em que atuam. O reconhecimento da questão social como objetivo de intervenção profissional, demanda uma atuação profissional em perspectiva totalizante, baseada na identificação dos determinantes históricos, sócio econômicos e culturais das desigualdades sociais.
Faz-se necessário que o assistente social tenha uma direção social e política impressa as suas intervenções a fim de desvelar as possibilidades de um fazer profissional crítico e competente. Vale destacar que uma intervenção direcionada neste sentido vai requerer vários elementos que articulados lhe imprimem direção e materialidade. Acerca disso, Mioto e Lima (2009) fizeram uma interessante divisão em que analisam a intervenção profissional agrupando os seus elementos de composição em duas ordens, chamados por elas de elementos condicionantes e elementos estruturantes da ação profissional.
Na prática profissional do Assistente Social desde sua origem foi de intervenção, porém de formas diferenciadas ao longo do processo histórico, sendo neste item a descrição desta trajetória acadêmica, como argumenta Fraga (2010, p.50):
[..] O Assistente Social tem uma ação profissional que se tece no dia a dia dos usuários, na particularidade de suas vidas, conforme a mesma autora explicita, transita entre demandas, carências e necessidades que se constituem de ações múltiplas. Sendo assim, esse profissional é desafiado a superar-se constantemente, reconhecendo a realidade sócio histórica em que vive e trabalha, tornando-se protagonista da construção do projeto ético-político da categoria, que deve assegurar a ampliação da liberdade, ser atuante na consolidação da democracia, garantindo a todos os sujeitos maior equidade e justiça social, enfrentando as contradições e desigualdades socialmente produzidas.
Considerando que desde o surgimento da profissão, o Serviço Social esteve presente nas diversas áreas de intervenção estatal, como mediador e executor das políticas sociais, desenvolvidas e implementadas como estratégia de enfrentamento e principalmente de controle as desigualdades sociais. No âmbito governamental, o profissional sempre foi chamado a intervir junto às manifestações da questão social, nas áreas da saúde, educação, assistência, habitação entre outras políticas sociais.
A partir do conjunto de conhecimentos advindos da formação profissional, do aprimoramento intelectual e da postura investigativa do profissional que se pode alcançar uma intervenção competente. Os métodos de intervenção sobre a realidade social foram considerados
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