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Trabalho profissional do assistente social e as expressões da questão social

Por:   •  4/2/2018  •  1.305 Palavras (6 Páginas)  •  453 Visualizações

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profissional, que observa o Homem como sujeito de sua história, respeitado em suas múltiplas peculiaridades, com direitos e deveres, vítima de um sistema desigual que viola o “mínimo” em dignidade humana.

Dessa forma, compreender que através da relação capital x trabalho, que formata as concepções da questão social, é importante afirmar, concordando com Ferreira (2010), que a questão social e suas expressões devem ser observadas através de um panorama que supere a visão reducionista economicista, em que apenas a pobreza é expressão da mesma.

As expressões se configuram nas dinâmicas sociais mais complexas como o trabalho infantil, precarização na educação básica e superior (insere-se aqui a mercantilização e a tecnificação nesta fase de formação), desemprego, automação e perda de espaço de seres humanos nos espaços de trabalho, violência, criminalidade, tráfico e uso de drogas, baixa qualidade dos serviços básicos para a população, favoritismo político no trato com a pobreza, corrupção, condições indignas de moradia, distanciamento de direitos e decesso à recursos tecnológicos, perda de identidade cultural local para a cultura global capitalista, preconceito e discriminação étnico-racial, de gênero, sexual, regional, religioso, criminalização e ridicularização da pobreza pela mídia, baixa participação popular, decadência dos movimentos sindicais, despolitização de movimentos sociais, revolta social e reações bárbaras, fundamentalismos religiosos, dentre outros.

Como possível observar no parágrafo anterior, existe um leque bastante amplo e complexo para a atuação dos Assistentes Sociais. Esta complexidade exige deste profissional além de uma formação superior com embasamento teórico-metodológico e ético-político de qualidade, uma capacidade crítica e reflexiva, que a formação acadêmica oferece (ou deveria oferecer), através do pensamento crítico-dialético de Marx, inserido no Serviço Social no seu projeto de ruptura nos anos 1980.

A capacidade crítica favorecerá os Assistentes Sociais a decifrarem e a compreenderem a realidade em que atuarão, contribuindo na propositura e execução de ações que desafiarão as relações e interesses institucionais e as necessidades da população e também oferecerão recursos para a contribuição teórica a partir da realização de pesquisas que enriquecerá o pensamento do Serviço Social brasileiro.

A educação permanente também é de grande importância na atual conjuntura, considerando a agilidade em que a sociedade vem se transformando e as novas demandas que surgem neste rápido processo. As armas de luta do Assistente Social em face às expressões da questão social são os materiais teóricos e o senso crítico que permitirá a ação do profissional nas arenas de disputas.

É importante que os Assistentes Sociais estejam munidos destes recursos, compreendendo que a realidade social sofre mutações diárias, intensificando as vulnerabilidades e fragilidades, exigindo do profissional, além do conhecimento técnico, a capacidade de trabalhar em equipes multiprofissionais, considerando que o Serviço Social jamais será autosuficiente no trato da questão social.

Assim, lutar por uma formação de qualidade, que proporcione a construção da criticidade para compreender a realidade e as complexas questões que estão em sua volta é um desafio e uma grande necessidade, tendo em vista a precária formação do assistente social, por viés tecnicista, ausente de senso crítico e reflexivo. Este senso se faz presente não somente para decifrar a realidade, mas também para estimular e mobilizar a população a buscar o mesmo, visando superar a alienação, as manobras e manipulações exercidas pelo Estado e pela classe dominante através da mídia.

É um movimento constante e contínuo na luta contra a manutenção do status quo, da alienação social, da manipulação e maquiagem das informações que são levadas até a população, da administração e criminalização da pobreza e de ações de ajustamento do ser humano. É um movimento a favor da emancipação humana, do empoderamento dos sujeitos frente suas realidades, de redução de desigualdades, de maior acesso da população aos direitos e recursos que qualificam as condições de vida na sociedade contemporânea.

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