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TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NO CONTEXTO EDUCACIONAL

Por:   •  25/4/2018  •  3.800 Palavras (16 Páginas)  •  405 Visualizações

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Nesse contexto, quando se fala em desafios que o professor enfrenta em seu cotidiano escolar, tem-se em mente apenas a falta de condições de trabalho e alunos desmotivados para aprender. Porém, na educação da atualidade os alunos chegam à escola com suas peculiaridades em desenvolvimento social, intelectual e emocional, ou seja, apresenta algum transtorno de aprendizagem que precisa ser conhecido pelo professor para que este possa trabalhar adequadamente com esse aluno.

Assim, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno que o aluno apresenta e que o professor, em seu conhecimento, não tem formação e condições de trabalhar com esse aluno, não atingindo resultados positivos na aprendizagem e ensino. Por isso, é importante saber que o TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda sua vida.

Por isso, é importante a observação do professor quando um aluno apresentar algumas das características como distração, impulsividade e hiperatividade física e/ou mental, isto quando em excesso e frequentemente na criança, devendo, pois, ser um diagnóstico de um especialista e o professor ter conhecimento disto para procurar trabalhar de acordo com as necessidades e interesses desse aluno.

2.1 Histórico da TDAH no Brasil e suas definições

A história do TDAH tratava inicialmente a criança com esse transtorno como aquela idiota e imbecil moral, isso na segunda metade do século XIX, momento também que a criança hiperativa era vista como um ser inapto e instável e isto culminava com sua exclusão social, não levando-a a um tratamento específico e não se considerava sua capacidade mental de desenvolvimento, bem como a sua necessidade interação social.

A existência do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, inicialmente, teve como característica principal a hiperatividade em si, que log passou a criar relação com a desatenção. Segundo Caliman (2010), tanto a hiperatividade quanto a desatenção, passaram a ser vistos dentro de um aspecto menor das funções executivas e mais tarde, tais características não eram vistas como aspecto que definisse o transtorno.

Assim, ao longo da história veio se buscando os fatores que impulsionavam o transtorno, partindo-se de uma definição primeira, caracterizando especificamente a pessoa com esse tipo de transtorno, que veio fazendo parte da realidade das pessoas ao longo do desenvolvimento social. Antony e Ribeiro (2005) ressaltam que várias foram as características dadas ao TDAH:

Ao longo de décadas, o meio científico esteve em busca de distinguir a característica primária que define o transtorno. Alguns autores apontaram a inquietação como o elemento central, enquanto outros destacaram a dificuldade em regular a excitação da atenção (ANTONY E RIBEIRO, 2005, p. 05).

Nos anos 50 o TDAH passou a ser descrito como a síndrome do impulso hipercinético, para em anos depois ser redefinido como a síndrome da criança hiperativa. Os estudiosos acreditavam que esse transtorno era causado por uma lesão cerebral e depois por um déficit neurofisiológico.

Considerava-se ainda que o transtorno tinha como causa uma disfunção neurofisiológica branda, sendo a partir do final da década de 70, identificado no sintoma da desatenção, o que antes era apenas na hiperatividade.

O TDAH não era considerado apenas como um transtorno da criança, mas também do adolescente, este era considerado pelos médicos como um ser delinquente e que tenha comportamentos desviados do padrão normal. E também, o adulto com TDAH já na década de 80, fez parte do quadro diagnóstico com o transtorno, o que antes era vista apenas como um transtorno infantil. Caliman (2010) explica que:

A criança com TDAH surgiu na literatura médica da primeira metade do século XX, e, a partir de então, foi batizada e rebatizada muitas vezes. Ela foi a criança com defeito no controle moral, a portadora de uma deficiência mental leve ou branda, foi afetada pela encefalite letárgica, chamaram-na simplesmente de hiperativa ou de hipercinética, seu cérebro foi visto como moderadamente disfuncional, ela foi a criança com déficit de atenção e, enfim, a portadora do transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (CALIMAN, 2010, p. 13)

Observa-se que o TDAH passou por várias formas de se diagnosticar, além de apresentar diversas definições do que seria esse transtorno, tendo a criança como principal fonte de estudo para os especialistas e estudiosos do TDAH. Com a evolução comportamental do ser humano em cada época, veio a aparecer diversas características e tipos de comportamentos que poderiam ou não caracterizar a criança com TDAH, por isso, muitos estudos foram sendo realizados e, aos poucos, conceitos primeiros foram dando espaço a novas definições, diagnósticos e sintomas desse transtorno, tão comum na sociedade da atualidade.

Em 1994, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana, cunhou o termo “transtorno de déficit de atenção/hiperatividade” em substituição a “distúrbio de déficit de atenção por hiperatividade” (DSM-III-R, 1987), considerando a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade como as condições principais (ANTONY; RIBEIRO, 2005)

No Brasil, os estudos sobre TDAH vêm adquirindo destaque, porém há muitas preocupações com diagnósticos errados, pois ainda faltam profissionais preparados para oferecer um atendimento e um diagnóstico adequado.

De acordo com Polanczyk et al (2012), os estudos conduzidos no Brasil indicam que aproximadamente 95% das crianças com TDAH não recebem tratamento, devido a pequena quantidade profissionais treinados para atender a essas crianças. Desse modo, a ausência de um treinamento adequado, o estigma e as opiniões erradas são obstáculos para o reconhecimento e tratamento do TDAH, além de não oferecer à pessoa com o transtorno de ter uma qualidade de vida. A preocupação do TDAH no Brasil ocorre, devido ainda, ter poucos especialistas no assunto, o que resulta em diagnósticos errôneos, fazendo com o transtorno seja camuflado ou uma pessoa sem o transtorno seja diagnosticada com TDAH.

Para Barkley (2008) o TDAH caracteriza-se como um transtorno mental válido, considerado um problema de saúde mundial, e que pode ser diferenciado, em seus principais sintomas, da ausência de deficiência e de outros transtornos psiquiátricos. Sendo por isso, a observação do comportamento da criança, uma das primeiras ações a ser desenvolvida para a

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