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PROBLEMAS SOCIO-CULTURAIS QUE INTERFEREM NO TRABALHO DOCENTE

Por:   •  12/4/2018  •  5.686 Palavras (23 Páginas)  •  424 Visualizações

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A partir destas concepções, compreendemos que os estudantes da área educacional, devem conhecer os problemas do entorno e interior da escola para que a partir das suas causas e consequências definir quais embasamentos teóricos poderá utilizar em sua caminhada profissional.

1Homofobia na escola.

Um dos problemas enfrentados no entorno e no interior da escola é a homofobia, grupos são formados com a ideia de combate ao homossexualismo, como se o ser homossexual fosse como uma doença que precisa ser combatida. Esse preconceito não é exclusivo do ambiente escolar, mas sim uma questão social.

Segundo o programa Conexão Repórter, transmitido pela emissora SBT, só no ano de 2014 foram assassinados 65 jovens homossexuais brutalmente nas ruas, por grupos que se intitulam exterminadores do homossexualismo. A sociedade impõe aos indivíduos certo moralismo e a partir disso o preconceito é instalado.

que ficariam incomodados “se tivessem como parente ou colega de escola uma pessoa homossexual”. Os pais de alunos também não fogem deste quadro, muitos também não concordam que seus filhos tenham colegas que se interessem pelo mesmo sexo. Diante destes dados, considera-se a educação vinda de casa, onde os pais possuem o preconceito, que tem influência no que é imposto pela sociedade, e passam para seus filhos. Infelizmente nas escolas também existem professores com tal posicionamento, desejam não ter em suas salas de aula, alunos que sejam homossexuais.

Considerando a seriedade do tema, torna-se necessária uma defesa pela compreensão das práticas pedagógicas e das relações interpessoais e intersociais dominantes no cotidiano escolar. É direito de todo cidadão ser aceito na sociedade da forma que é, e é na escola que se pode combater este tipo de violência, usando a razão, a inteligência e a ciência, promovendo o respeito e a tolerância, onde os professores devem se preocupar com seus alunos e suas necessidades.

2Discriminação Racial na escola.

A discriminação racial é um problema proveniente de tempos antigos, onde os negros eram tidos como sujos desprovidos de inteligência e eram escravizados, não eram considerados cidadãos. Atualmente a realidade mudou, os negros conquistaram seu espaço, porém ainda existe o preconceito e esse preconceito não está longe da escola.

Segundo Silva Jr.

“As manifestações da discriminação racial na escola conformam um quadro de agressões materiais ou simbólicas, de caráter não apenas físico e/ou moral, mas também psíquico, em termos de sofrimento mental, com consequências ainda não satisfatoriamente diagnosticadas, visto que incidem cotidianamente sobre o alunado negro, alcançando-o já em tenra idade.” (SILVA, 2002, p.14)

O site www.em.com.br publicou:

“Quero saber por que deixaram uma negra e preta horrorosa e feia dançar quadrilha com meu neto.” Foi assim, segundo o que já foi apurado pela polícia, que a avó de um aluno de uma escola infantil particular em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, se referiu a uma menina de 4 anos, em um caso de crime de racismo que revoltou funcionários do Centro de Educação Infantil Emília e levou a mãe da criança a denunciar a mulher à polícia. A diretora da escola foi acusada de não ter feito nada para impedir as ofensas racistas e ainda ter tentado abafar o caso. (FEREIRA, 2012).

A partir de casos como estes, pode-se ver que o preconceito não ficou na antiguidade, além de casos de racismo contra professores, alunos também são alvos e por vezes, alvos de seus próprios professores e colegas, ou seja, no local onde o indivíduo é levado para ter educação de qualidade e vencer seus preconceitos, acontece o contrário.

É necessário mostrar na escola que a suposta diversidade racial é uma invenção histórica recente e mostrar os objetivos dessa invenção histórica para que aos alunos não considerem isso como uma diferenciação de raças. A escola precisa ser o ambiente que leva informações e esclarece que todos os indivíduos são iguais, independentes de raça, cor, classe social e mostrar que todos merecem respeito.

3Indisciplina escolar.

A indisciplina na escola é um das dificuldades enfrentadas no mundo contemporâneo pelos profissionais da educação, que em sua maioria, não receberam durante sua formação, uma capacitação específica para lidar com este problema. Segundo De La Taille:

A indisciplina em sala de aula não se deve essencialmente a falhas psicopedagógicas, pois está em jogo o lugar que a escola ocupa hoje na sociedade, o lugar que a crianças e o jovem ocupam, o lugar que a moral ocupa. (1998, p.22)

Conforme De La Taille, a indisciplina é causada principalmente pela quebra de valores e o não cumprimento de regras na sociedade em geral. Fatores de ordem familiar, desigualdade social, influência das massas de comunicação dentre outros, também são considerados justificativas para o problema da indisciplina, porém o que faz como que este fenômeno cresça é mesmo o despreparo dos educadores profissionais.

Segundo Paulo Freire (1986, p. 115) “o professor democrático nunca, realmente nunca, transforma a autoridade em autoritarismo”. Freire nos leva a uma reflexão acerca da postura do professor na sala de aula, especialmente quando se depara diante de alunos indisciplinados. Além disso, as pessoas não são destinadas a ser indisciplinadas, por isso o cuidado do professor ao lidar a indisciplina não pode ser confundido com autoritarismo. Conforme Alves (2006),quando consideramos que a disciplina é exterior ao indivíduo e, portanto fundamentada em normas e hierarquias, podemos entender o motivo pelo qual alguns professores acreditam que para controlar a indisciplina devem agir por meio do autoritarismo. O que deve ser feito para buscar a solução para este tipo de problema é a investigação da origem da indisciplina associada a uma aplicação metodológica adequada a cada tipo especifico da situação.

De acordo com Alves a complexidade da indisciplina recebe influências de várias outras ciências e está inserida em um campo amplo interdisciplinar. Para ela:

À medida que se lança um novo olhar para a escola e para as relações que ali se estabelecem, adotando como princípios pensamentos complexos, passa-se a ter outra perspectiva sobre os acontecimentos [...] cada indivíduo é um sujeito com características particulares que o distinguem e o diferenciam de outros indivíduos.

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