OS JOGOS E O LÚDICO NO ENSINO DA MATEMATICA: UM CAMINHO PARA A APRENDIZAGEM
Por: Hugo.bassi • 5/10/2018 • 4.299 Palavras (18 Páginas) • 447 Visualizações
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Durante as brincadeiras, a criança consegue separar pensamento, ou seja, significado de uma palavra de objetos, e a ação surge das ideias, não das coisas.
Conforme afirma Oliveira (2000, p. 19):
O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e até quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura materna, mas realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser uma mãe boa, forte e confiável.
Nesse caso, a brincadeira favorece o desenvolvimento individual da criança, ajuda a internalizar as normas sociais e a assumir comportamentos mais avançados que aqueles vivenciados no cotidiano, aprofundando o seu conhecimento sobre as dimensões da vida social.
De acordo com os relatos de vários autores, ao realizarem essas atividades de seu tempo, os adultos e crianças de cada comunidade estavam aprofundando-se na cultura que permeava sua sociedade, um caminho para a compreensão do mundo em viviam. Atualmente, as atividades lúdicas, mesmo não sendo exclusividade dos adultos, também correspondem ao papel de prática cultural e compreensão do mundo.
O brincar, tanto para educadores como para as crianças, constitui uma atividade humana promotora de muita aprendizagem e experiências de cultura.
Brincar é muito importante porque, enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também ensina os hábitos necessários ao seu crescimento. O brincar é fazer em si, um fazer que requere tempo e espaços próprios; um fazer que se constitua de experiências culturais, que é universal e próprio da saúde, porque facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo mesmo (a criança) e com os outros. (WINNICOTT, 1975, p. 63).
Também os jogos e brincadeiras no trabalho psicopedagógico muito podem contribuir na prática pedagógica, atingindo diferentes faixas etárias. Variando desde brincadeiras já conhecidas da criança até a criação de novos jogos.
Vale afirmar que os recursos possibilitam às crianças manifestarem curiosidades sobre os conhecimentos já adquiridos, bem como a exploração de vários materiais que são colocados a sua disposição, pois jogando e brincando, a criança assimila conhecimentos, experiências e valores, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo.
Segundo ARAÚJO (1992, p. 14),
É de fundamental importância o jogo na vida da criança, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos e mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade e satisfação pelo que faz, dando, portanto, real valor e atenção às atividades vivenciadas naquele instante.
Valorizando o valor educativo contido nos jogos e brincadeiras, o educador poderá alcançar um desenvolvimento globalizado, atingindo necessidades de seu aprendiz, de forma que este seja um sujeito ativo na construção de seu conhecimento, pois o encanto natural das crianças de todas as idades e realidades sociais pelo brincar, nos fez pensar na importância dos jogos e brincadeiras como parceiros do processo de ensino-aprendizagem.
“Os brinquedos são suporte para a mediação do professor que desafia o raciocínio das crianças, tornando possível que o aprender-descobrindo aconteça dentro de um contexto.” (CHÂTEAU, 1996, p. 7).
É importante que as crianças brinquem, transformando os brinquedos, reelaborando-os criativamente. Combinando os dados da própria experiência, elas constroem uma nova realidade e quando as crianças brincam entre si, ou sozinhas, não estão “perdendo tempo”, mas sim construindo uma série de conhecimentos e de habilidades importantíssimas, ao mesmo tempo em que podem reviver e resolver uma série de conflitos emocionais, brincando na presença de adultos que se interessam por seus jogos. (RISCHBIETER, 2000, p.98)
O ato de brincar, jogar, criar e imitar é um meio para que as crianças se apropriem da cultura corporal na qual estão inseridas, contribuindo assim para o desenvolvimento de relações interpessoais na sala de aula e fora dela. Em um ambiente organizado os jogos e brincadeiras auxiliam as interações, o desenvolvimento cognitivo e a autonomia das crianças.
De acordo com MOYLES,
O brincar é o principal meio de aprendizagem da criança… [e esta] gradualmente desenvolve conceitos de relacionamentos causais, o poder de discriminar, de fazer julgamentos, de analisar e sintetizar, de imaginar e formular. (2002, p.37).
É importante brincar, a brincadeira leva naturalmente à criatividade, porque em todos os níveis do brincar as crianças precisam usar habilidades e processos que proporcionam oportunidades de ser criativo.
Desde os primeiros anos de vida os jogos e brincadeiras são nossos mediadores na relação com os elementos do mundo. Por este motivo o jogo tem um papel de destaque na educação, pois ele é à base do desenvolvimento cognitivo e afetivo do ser humano (HAETIMGER, 2005 p. 82).
Nota-se que o jogo tem um aspecto mágico em sua relação com o educando, na qual eles estão sempre prontos para pegar e brincar. Talvez este fato seja um dos mais importantes do jogo, onde promove a motivação, e gera uma maior participação, relação e interação entre alunos e o conhecimento, proporcionando, assim uma aprendizagem de qualidade e adaptada a cada educando.
Para HAETINGER (2005) “O jogo tem outro aspecto, as vivências, as experiências acontecem de forma coletiva em relação ao que é conquistada em interação com os outros colegas e individual, coisa dos diferentes papéis vividos em cada brincadeira”. É percebido que o jogo é um fato importante para conhecer os povos e seus costumes, pois através da educação, os jogos ultrapassam a linha do tempo e permeiam muitas gerações. E apesar de toda modernidade, os jogos e brincadeiras do passado, ainda são de suma importância para o universo infantil, além de resgatar a cultura, instiga a criatividade, ou seja, a arte de criar.
Segundo KAMÜ (1998 p. 13) “O número e construído pela criança a partir de todos os tipos de relações que ela cria entre os objetos’’”. Assim sendo, pode se dizer que a formação da ideia de número é interna e individual, o sujeito a constrói a partir das relações
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