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AS DIFICULDADES NA FORMAÇÃO DO HÁBITO DE LEITURA EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL, ESPECIALMENTE NO 6º ANO SÃO UM DESAFIO PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM O QUE FAZER PARA ENFRENTÁ-LAS?

Por:   •  18/8/2018  •  6.049 Palavras (25 Páginas)  •  418 Visualizações

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e treze anos, foi o diferencial para entender as principais causas da dificuldade de ler. Na maioria das vezes, percebe-se que aluno não compreender e nem tem consciência que está com alguma dificuldade sendo necessário que haja apoio e orientação, para tal detecção.

Se o sujeito da aprendizagem e segundo Dolle (1993), uma combinação de sujeito bi fisiológico, racional, social e afetivo, não podemos considerar nem a aprendizagem, nem a dificuldade de aprendizagem isolando apenas uma destas dimensões. Em toda a ação humana este ser inteiro precisa ser considerado em interação com as situações de aprendizagem. (BARBOSA, 2006,p.60)

1.2 CONCEITO E NATUREZA DA LEITURA

Todo indivíduo ao nascer está capacitado para o ato aprender uma língua e, também, suas regras em nível de fala e de escrita. Neste último, está intrínseca a capacidade de ler. Logo nos primeiros dias de vida ele inicia sua “leitura do mundo”, consegue discernir entre o calor do berço ao aconchego dos braços da mãe; é capaz de inebriar-se com belas canções de ninar, bem como se irritar com sons estridentes, enfim, desde a mais tenra idade se processam os primeiros passos da leitura. O ensino da leitura deveria corresponder à percepção que se consegue da natureza da leitura. Processo complexo, a leitura compreende várias fases de desenvolvimento.

Segundo Antunes (2009, p. 23), “[...] antes de mais nada, é um processo perceptivo durante o qual se reconhecem símbolos”. Sendo assim, a percepção dos símbolos impressos ocorre durante as pausas de fixação das letras à medida que os olhos prosseguem seu trabalho, ou seja, representa a prática de visualizar as letras e as pausas nesse processo.

A leitura então, é entendida “[...] como um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem” (MARTINS, 1986, p.30) é uma habilidade que independe da alfabetização.

Entretanto, com o advento da escrita, relegou-se um papel fundamental à leitura enquanto decodificação de signos gráficos. Daí, surge à história da leitura. O homem da Pré-história, iniciou o processo de escrita e leitura, através de seus sinais pictográficos, conforme se comprova “[...] o homem lê desde sempre e lê não só o verbo” (YUNES, 2002,p.181).

Por volta de 400 a.C. surgiram os primeiros tipos de escrita através de símbolos gráficos. No segundo milênio a.C. aquele que dominasse a técnica da escrita dispunha de considerável diferença junto à corte. A necessidade da escrita se expandir entre os povos, como uma forma de suprir certas dificuldades de ordem econômica. Porém, é no século IV a.C. que se introduz a literatura, generalizando, assim a utilização da escrita.

No Período Medieval, exalta-se a oratória conferindo à leitura um caráter de escrita decifração, ou seja, o que importava era ler, independente do entendimento do que se lê, conforme afirma Yunes (2002, p. 18): “[...] A palavra, mesmo que incompreensível vai sendo ensinada aos meninos e aos jovens [...] importava saber recitar Ovídio, mesmo não sendo capaz de entender o que se recitava. ” No século XVIII a Revolução Industrial e a invenção da imprensa propagam uma gradativa revolução cultural, que estimula o acesso à leitura e à escrita, bem como a escolaridade. Porém, o incentivo à alfabetização nesta época ocorre com a finalidade de se formar indivíduos semialfabetizados que tenham condições de operar as sofisticadas máquinas daquela era.

Na sociedade moderna, a leitura tornou-se obsoleta e anacrônica, em virtude do poder das imagens e do som. A informática e a televisão expandiram-se assustadoramente, em detrimento aos livros e mantendo os indivíduos passivos e inoperantes. “[...] Na década de 60, já Machuhan profetizava a morte do livro em face do poder da imagem” (CHIAPPINI, 1988, p. 57). Porém, a contemporaneidade, apresenta a volta do texto. Cada vez mais, os indivíduos se conscientizam da necessidade da leitura como um meio de atingir sua livre cidadania e desenvolver um antídoto ao autoritarismo e à passividade, concebendo a leitura como contra poder e resistência.

Desde a Antiguidade, saber ler e escrever significava possuir base de uma educação adequada para a vida. Safady (1959, p. 42-43), relata que:

[...] o leitor curioso e interessado é aquele que está em constante conflito com o texto, conflito representado por uma ânsia incontida de compreender, de concordar de discordar, conflito enfim, onde quem lê não somente capta o objeto da leitura, como transmite ao texto lido as cargas de sua experiência humana e intelectual.

Numa definição de leitura escrita por Ângelo (1978, p. 73), ele diz:

“Ler é um ato libertador. Quanto maior vontade consciente de liberdade, maior índice de leitura. Um dos efeitos da leitura é o aprimoramento da linguagem, da expressão, nos níveis individual e coletivo. Uma sociedade que sabe se expressar, sabe dizer o que quer, é menos manobrada [...] essa liberdade, traduzida em responsabilidade, não interessa, nunca interessou aos governos; aqui sempre se achou melhor decidir pelo povo, escolher para ele os caminhos e os princípios”.

Tudo que Ângelo (1978) expõe sobre leitura, é bastante interessante à medida que vincula o problema da leitura ao problema social. Essa vinculação é necessária e significativa, porque não podemos discutir o processo da leitura sem remetê-lo ao social. Agradável ou não, prazerosa ou não, a leitura é necessária e indispensável quando se trata de aprendizagem na escola ou em outros lugares; só ou em grupo, a leitura é parte importantíssima do trabalho e da vontade de aprender.

A leitura é, na sua essência, um ato eminentemente social. Ela leva ao desenvolvimento das capacidades intelectuais e espirituais, possibilitando ao cidadão integrar-se à sociedade, no caso, a classe dos senhores, dos homens livres. É também um dos meios mais eficazes de desenvolvimento da linguagem. E trabalhar com a linguagem é trabalhar com o homem. “[...] A capacidade de ler qualifica os indivíduos para práticas sociais mais conscientes e valorizadoras de sua condição de cidadão” (YUNES, 2002, p. 10).

Sabe-se que a primeira motivação para ler é simplesmente a alegria de praticar habilidades recém descobertas e do domínio de uma habilidade mecânica, mas a leitura não pode ser confundida com mera decodificação de sinais e reprodução mecânica de informações. Esta confusão nada mais faz do que desmotivar o leitor, transformando-o num consumidor passivo de mensagens não significativas e irrelevantes, “[...] ao povo permite-se que se aprende a ler, não

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