O PROCESSO DE INCLUSÃO DOS ALUNOS ESPECIAIS NAS CLASSES REGULARES DA ESCOLA ROSINHA BASTOS SAMPAIO, MERUOCA-CE
Por: Kleber.Oliveira • 23/10/2018 • 4.938 Palavras (20 Páginas) • 407 Visualizações
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Atualmente é garantido por lei o acesso e a inclusão dos alunos com necessidades especiais nas salas regulares de ensino, entretanto, o simples fato do aluno especial ir para a escola não garante que ele esteja incluído. Na prática do dia a dia da escola Rosinha Bastos Sampaio, percebemos a defasagem no processo de inclusão dos alunos nas salas regulares, diante disso, surgiu a necessidade de compreender como ocorre esse processo de inclusão na prática das salas regulares dessa escola.
É de extrema importância aprofundar os conhecimentos sobre a inclusão dos alunos especiais, a fim de que esses alunos exerçam seus direitos de estarem na escola e de participarem de todo o processo que a envolve, de forma que os alunos que não possuem especialidades aprendam a conviver com as diferenças dos colegas.
A pesquisa teve como objetivo geral compreender como ocorre o processo de inclusão dos alunos especiais nas classes regulares de ensino da Escola Rosinha Bastos Sampaio.
1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONSTRUÍNDO UMA SOCIEDADE PARA TODOS
Não é de hoje que o tema inclusão vem sendo destacado em nossa sociedade, sendo uma discussão em âmbito internacional. Esse tema vem marcando a história da nossa educação brasileira, onde as crianças viviam reservadas em seus âmbitos familiares, não frequentavam a escola regular, ou eram simplesmente colocadas em convivência com outras pessoas com a sua mesma deficiência e atualmente, tem o direito de frequentar a escolar regular garantido por lei.
A educação inclusiva é um tema polêmico, onde já vem sendo discutido há anos, mas agora está sendo mais requisitado em nossa educação. Uma escola inclusiva pode ser assim considerada quando abre espaços para todas as crianças, independente de possuir alguma especialidade ou não. Um dos grandes desafios da escola inclusiva é desenvolver um trabalho centrado na criança, sendo capaz de educar a todos, sem nenhum tipo de discriminação, sempre respeitando as diferenças, dando apoio às diversidades e sempre trabalhando de acordo com as características de cada uma.
Conforme Bolsanello (2005, p. 15)
O conceito de escola inclusiva advém de um consenso emergente de que alunos com necessidades educacionais especiais devem ser incluídos em arranjos educacionais na escola regular. Inserir tais arranjos nas escolas é um passo crucial no sentido de modificar atitudes preconceituosas e discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras e de desenvolver uma sociedade inclusiva, fazendo com que as diferenças entre as pessoas não se transformem em desigualdade. (BOLSANELLO, 2005, p. 15,Grifo do autor)
Como citado pelo autor acima, a escola para ser considerada inclusiva, precisa abraçar a todos os alunos com necessidades especiais, dentro da própria escola comum que atende a todos os demais alunos, para que sejam desfeitas e amenizadas as situações de preconceitos, trabalhando a harmonia e a coletividade entre todos os alunos, como pessoas que acolhem o diferente e que percebam que o diferente é uma grande oportunidade de aprender através da diferença e particularidade de cada um.
A respeito da inclusão, Mantoan (2015, p.13)
A perspectiva de formar uma nova geração dentro de um projeto educacional inclusivo é fruto do exercício diário da cooperação, da colaboração, da convivência, do reconhecimento e do valor das diferenças, que marcam a multiplicidade, a natureza mutante de todos nós.
A inclusão escolar é um trabalho conjunto entre: alunos, famílias, professores, diretores e profissionais que lidam com crianças que possuem necessidades especiais, como por exemplo, Psicólogo, Psicopedagogo, Fonoaudiólogo, dentre outros. Entendemos que essa mesma inclusão depende de uma mudança de valores da nossa sociedade, com uma reflexão aberta entre todos que a compõe, tendo em vista que inclusão é estar com, interagindo com o outro, para uma verdadeira convivência harmoniosa.
- Conceituando Inclusão
Desde o século XX, a escola especial vem sofrendo importantes mudanças e se adaptando para atender alunos com alguma deficiência. Essas mudanças nas escolas tendem a assegurar uma integração favorável aos alunos especiais. O ensino deve atender às necessidades do aluno, tenha ele pouca ou muita necessidade. Não se deve rotular nenhum aluno, pois cada um, assim como tem sua necessidade, também possui sua habilidade.
Muitas crianças são afetadas por várias deficiências. As categorias confundem o tipo de educação especial que é necessário, já que promove a ideia de que todas as crianças que se encontram na mesma categoria têm necessidades educativas similares. As categorias, quando são a base para a provisão de recursos, não os proporcionam para aquelas crianças que não se ajustam as categorias estabelecidas. As categorias produzem o efeito de rotular as crianças de forma negativa. (MARCHESI, 2004, p.19)
As pessoas com deficiência sempre foram consideradas como alguém que seguem fora dos padrões ditos “normais” da sociedade. E há tempos vem sendo discutido no mundo todo, como essas pessoas devem ser realmente vistas pelos seres humanos que são e não pelas particularidades que possuem. Bolsanello (2005, p. 13) afirma que “[...] as pessoas com necessidades educacionais especiais fazem parte de uma população ampla e diversificada que necessitam de uma atenção mais específica e maiores recursos educacionais [...]”. A educação inclusiva assume um debate em superar a lógica da exclusão, afim de que todos sejam tratados com respeito e igualdade, nos direitos na condição de seres humanos.
Ferreira (2001, p. 410), define inclusão como “6.Estar incluído ou compreendido; fazer parte; inserir-se”. Temos que levar em conta que todos devem fazer parte do sistema de educação, sem discriminação, onde todos tenham as mesmas oportunidades de ensino e aprendizagem. Assim, todos os alunos tem o direito de frequentar a escola regular, fazendo parte, estando inseridos, fazendo parte da escola, considerando que devem ser valorizados de acordo com as suas diversidades, com oportunidades iguais de aprendizagem.
A inclusão pressupõe um processo interativo em que a sociedade e os alunos que possuem necessidades educacionais especiais juntos se reconhecem, constantemente precisam de adaptação e precisam se desenvolver através de novos pactos a fim de que o direito a inclusão seja plenamente exercido por todos. O processo de inclusão significa uma verdadeira revolução na educação, envolvendo o trabalho de uma
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