O JOGO SIMBÓLICO E SUA IMPORTANCIA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Por: Evandro.2016 • 25/4/2018 • 3.674 Palavras (15 Páginas) • 570 Visualizações
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2 O QUE É O FAZ DE CONTA?
Segundo Vygotsky (1998) o faz de conta é uma prática importante para a evolução mental da criança, pois instrui no objetivo da imaginação, a possibilidade de planejar e inventar situações lúdicas, a criança transmite o controle das situações imaginárias para o comando das regras.
A brincadeira cria zona de aumento proximal da criança que nela se permite além do comportamento tradicional para sua idade, o que vem inventar uma composição simples para as alterações da necessidade e da consciência, ocasionando um novo tipo de atitude em relação a realidade. Na brincadeira, aparecem tanto a ação no campo imaginativo em uma situação de faz de conta, como a criação das intenções voluntárias e as formações dos planos da vida real, constituindo-se assim, no mais alto nível do desenvolvimento pré-escolar. (Vygotsky, 1984, p.117).
O essencial da brincadeira de faz de conta é a formação de uma nova associação entre o conceito e a assimilação, ou seja, entre a concepção e o real. A criação do real se inicia do social (do convívio com outros), quando a criança reproduz o adulto e é direcionada por ele, e aos poucos é assimilada pela criança. Ela se inicia com um contexto imaginário, que é uma representação da situação real; no entanto a brincadeira é a memória de algo que realmente aconteceu, e não uma circunstância completamente nova. No brinquedo, atender as regras é uma fonte de encanto, por exemplo, não colocar na boca uma bala de brinquedo que, pelos princípios, é proibido comer, uma vez que foi produzida com algum material não comestível. As brincadeiras que abrangem a coletivização de uma fantasia necessitam da concordância recíproca dos regulamentos e procedimentos implícitos.
O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer e ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo. (VYGOTSKY, 1998, p. 130)
À medida que a brincadeira se desenvolve, ocasiona uma proximidade com a realidade em seu meio social, sem que ela perceba. Nesta situação, o autor ressalta o componente como a base da brincadeira e que ao brincar de faz de conta, a criança imagina papéis e afinidades do mundo adulto. A criança passa a administrar o seu comportamento pelo mundo imaginário, sendo assim, o pensamento está desprendido dos objetos e a ação nasce das ideias, passando a combinar reais situações com base na sua fantasia.
Segundo Vygotsky (1998) A fantasia nasce da vontade da criança em representar a rotina da vida do adulto que ela ainda não pode interagir completamente. No entanto, esta representação requer experiências prévias da realidade externa, sendo assim, quanto mais farta for a bagagem da criança, maiores serão as ferramentas disponíveis para a criação que irão realizar em seus jogos. Segundo o autor, não há um limite fechado entre a fantasia e a realidade; ele defende que existem diferentes meios de conexão entre estas esferas da vida humana, fato que é, basicamente, observado nos jogos e brincadeiras das crianças, que admite reordenar o real em novos acordos. Esta atividade é assinalada pela cultura, inicialmente feita à criança, por meio das pessoas com quem se relaciona, especialmente a mãe. Algumas ocasiões levam a criança ao auto avaliação, quando ela observa como se saiu no jogo. Outras condições admitem o desenvolvimento moral pró-social, por exemplo, quando a criança procura ajudar um companheiro. Ainda para o autor os jogos com normas levam a criança à dependência de seus impulsos, ao autocontrole e desenvolvem sua autodeterminação. O brinquedo, também, dá procedência a circunstâncias imaginárias, que desprendem a criança das limitações perceptivas das circunstâncias concretas em que se depara.
Para o autor, a essência de uma união entre um estipulado nível de evolução e a capacidade de aprendizagem. Protege o conceito de que, para averiguar o nível de desenvolvimento da criança, temos que decidir pelo menos, dois níveis de evolução. O primeiro deles seria o nível de desenvolvimento efetivo, que ocorre entre os testes que estipulam a idade mental, isto é, a criança já está apta de realizar por si mesma, no segundo deles se constituiria na área de desenvolvimento potencial, que se refere a tudo aquilo que a criança é capaz de fazer com a ajuda dos demais, seja por imitação, demonstração, entre outros. O que a criança pode fazer hoje com a ajuda dos adultos ou dos iguais certamente fará amanhã sozinha. Assim, isso significa que se pode examinar, não somente o que foi produzido por seu desenvolvimento, mas também o que se produzirá durante o processo de maturação.
3 O ESPAÇO LUDICO
O termo lúdico vem da origem do latim, o significado quer dizer jogo. O lúdico tem um papel de suma importância na aprendizagem, o lúdico passou a ser reconhecido pelo marco fundamental da psicofisiologia do comportamento humano, com isso a definição deixou de ser um simples significado de jogo. As interferências da necessidade lúdica ultrapassarão as demarcações do brincar espontâneo.
Um dos espaços para o brincar é a brinquedoteca, que através de atividades lúdicas proporciona um espaço para a construir um ser social e histórico, um local onde as crianças expõem suas ideias, expressando sua cultura, interagindo com outras crianças, e com os próprios brinquedos.
De acordo com CUNHA Brinquedoteca “é um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico” (CUNHA, 1998, p. 40).
Segundo Oliveira (2002), o progresso pessoal que a ludicidade possibilita, associado aos motivos culturais e sociais, favorece para uma boa saúde mental e física, proporcionando o processo de, comunicação, construção de conhecimento e socialização, além de um desenvolvimento amplo e integral dos indivíduos incluídos no processo de ensino aprendizagem. Através das atividades lúdicas a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, respeita a presença dos outros, determina relações sociais, constrói conhecimentos, progredindo integralmente.
A atividade lúdica oferece às crianças um melhor desenvolvimento,
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