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O Papel dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento infantil

Por:   •  25/12/2018  •  2.779 Palavras (12 Páginas)  •  500 Visualizações

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A linguagem utilizada no questionário deve ser simples e direta para que o respondente compreenda com clareza o que está sendo perguntado. Outro requisito refere-se ao respeito à referência cultural e ao nível de domínio sobre a informação solicitada para que o entrevistado possa compreender e responder com clareza. Para impedir tendenciosidade ou influência do entrevistador, a pergunta não deve sugerir resposta. Além disso, deve permitir apenas uma interpretação e referir-se a uma idéia de cada vez (MALHOTRA, 2002).

A partir desses conceitos e procurando atingir o objetivo principal deste trabalho – refletir sobre o papel dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento infantil em situação escolar–, foi elaborado um questionário constituído de seis perguntas abertas ou de resposta livre dirigido a 20 educadoras da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I.

Seguem-se as perguntas:

- Em sua opinião, o uso de jogos e brincadeiras no desenvolvimento infantil é importante?

- Em que situações são utilizados os jogos e as brincadeiras no ambiente escolar?

- Qual a sua participação na utilização do lúdico como ferramenta educativa?

- Em sua prática educativa, você procura resgatar as brincadeiras tradicionais e ensiná-las aos alunos?

- Quais brincadeiras e jogos são utilizados na Educação Infantil?

- Quais brincadeiras e jogos são utilizados no Ensino Fundamental I?

Adicionalmente, se propôs discutir a importância do brincar para as crianças no convívio familiar. Com essa finalidade, 20 pais foram questionados sobre a realização de jogos e brincadeiras em casa e sobre sua participação ao lado dos filhos nessas atividades lúdicas.

O questionário constituiu-se de cinco perguntas abertas, a saber:

- Em sua opinião, qual a importância da brincadeira para as crianças?

- Você brinca com seus filhos?

- Quais jogos ou brincadeiras seu filho pratica?

- Quando ele pratica essas atividades?

- Onde ele pratica essas atividades?

Os questionários foram entregues aos respondentes. Ao final de um mês, todos os vinte questionários dirigidos às vinte educadoras foram devolvidos devidamente preenchidos. Em relação aos 20 pais de alunos, apenas 60% deles os devolveram preenchidos.

1 O JOGO E A BRINCADEIRA

Kishimoto (2005) afirma que a criança e todo ser vivo precisam do movimento para viver, expressar e se comunicar. Aspectos motores, cognitivos, sociais e afetivos integram-se no ser humano, em especial nas crianças pequenas nas quais pensamento e ação caminham juntos, sendo fundamental a ação motora. Dessa maneira, envolvendo ações motoras a criança amplia o desenvolvimento cognitivo, até que possa separar a ação motora de sua significação simbólica.

No dicionário Aurélio, tem-se a seguinte definição para jogo: “sm (lat jocu) Brincadeira, divertimento, folguedo. Divertimento ou exercício de crianças, em que elas fazem prova da sua habilidade, destreza ou astúcia. Maneira de jogar”. (FERREIRA, 1999).

Para a palavra brincadeira, o dicionário apresenta a seguinte definição: “sf (brincar+deira) Ação de brincar. Brinquedo. Folgança. Festa familiar. Gracejo, zombaria” (FERREIRA, 1999)

Kishimoto (2009) considera não haver um conceito universal sobre tais termos, uma vez que o brincar tem várias significações. Uma delas refere-se a brinquedo no aspecto material e imaterial (qualquer objeto industrializado, sucata, meu dedo, minha voz, uma idéia), como algo que se destina ao brincar, que se torna um suporte para a ação de brincar.

Já a brincadeira resulta de ações conduzidas por regras, em que se pode usar ou não objetos, mas que tenha as características do lúdico: ser regrado, distante no tempo e no espaço, envolver imaginação, dispor de flexibilidade de conduta e de incerteza, ainda de acordo com Kishimoto (2009).

O brincar é importante, pois permite à criança expressar significações simbólicas. Assim, assumindo papéis e usando objetos com outras finalidades para expressar significações, a criança entra no processo simbólico. A autora exemplifica:

A criança, ao brincar de fazer compras no mercado, desenvolve a linguagem verbal e quando dispõe de um ambiente preparado, com embalagens de caixas de mantimentos, refrigerantes com rótulos que indicam o nome dos produtos, e utiliza dinheiro que constrói como moeda de troca, vai penetrando no mundo letrado e gradativamente avançando no processo de simbolização, conhecido como emergência, no letramento (KISHIMOTO,2009).

Para Huizinga (2005, p.2), o jogo é uma categoria primária da vida, tão essencial para o Homo Ludens quanto o raciocínio para o Homo Sapiens: “O jogo é uma realidade original, uma das noções mais primitivas e enraizadas na realidade humana, sendo do jogo que nasce a cultura. O jogo pode dar-se fora da cultura, pois existe antes da cultura humana, visto encontrar-se também entre os animais”.

Friedmam (1996) analisa o jogo infantil sob diferentes enfoques:

- sociológico: a influência do contexto social no qual os diferentes grupos de crianças brincam;

- educacional: a contribuição do jogo para a educação, desenvolvimento e/ou aprendizagem da criança;

- psicológico: o jogo como meio para compreender melhor o funcionamento da psique, das emoções e da personalidade dos indivíduos; e

- folclórico: o jogo como expressão da cultura infantil através das diversas gerações, bem como as tradições e costumes através dos tempos nele refletidos.

2 O PAPEL DA ESCOLA E DOS PAIS NOS JOGOS E BRINCADEIRAS

Segundo Friedmam, (1996), para pensar o jogo como meio educacional, a escola deve ser um elemento de transformação da sociedade. A escola deve fornecer às crianças a construção de sua autonomia, criatividade, responsabilidade e cooperação. Constata-se que as atividades que as crianças realizam na escola têm como finalidade trabalhar a coordenação motora, expressão plástica e brincar sobre orientação do professor formando a personalidade

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