Inserção de criança com down no ensino regular
Por: YdecRupolo • 14/2/2018 • 4.876 Palavras (20 Páginas) • 456 Visualizações
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O aprendizado para as crianças com SD é um trabalho lento e específico, pois elas levam um tempo a mais para adquirir a linguagem, essa sendo uma das características mais evidentes, necessitando assim de uma estimulação própria para ela. E o processo de desenvolvimento cognitivo se dá de forma mais rápida quando a criança é integrada a atividades diárias concretas, sem abstrações, podendo, desse jeito, desenvolver habilidades e usar seu potencial.
Alves diz que,
[...], a Síndrome de Down é classificada como uma deficiência mental, a qual não podemos preestabelecer o limite do indivíduo, mas existe a grande possibilidade de desenvolvimento cognitivo. (2007, p. 38)
Cada um tem seu limite e seu tempo de aprender. Isso também acontece com a criança com síndrome de down. Seu desenvolvimento vai depender também do estímulo recebido, além disso, algumas se desenvolverão mais rápido, outras, de maneira mais devagar.
As crianças com SD necessitam de profissionais preocupados com o seu bem estar, com a sua aprendizagem e com todo o processo que envolve o seu desenvolvimento, para que possam ser atendidas adequadamente e para que suas necessidades sejam supridas.
2.1 A CRIANÇA COM SINDROME DE DOWN E O BRINCAR
Pelo fato do desenvolvimento da criança com SD se dar de forma mais lenta que o das crianças “normais”, são necessárias atividades de estimulo. Brincadeiras e os brinquedos são imprescindíveis no desenvolvimento delas, facilitando muito a sua interação.
Segundo Milani,
“por meio das brincadeiras, as crianças reproduzem cenas oriundas de sua própria vida. E em algumas situações, elas modificam tais situações nas brincadeiras para que estas se tornem mais agradáveis. Esse mesmo processo é facilmente detectado também em crianças portadoras da SD”. (2006, p.92)
As crianças reproduzem em suas brincadeiras a sua realidade, o que facilita muito o desenvolvimento tanto social como motor, por estar exercitando as situações reais, e isso traz a independência nas suas práticas diárias de vida.
Segundo Milani, a brincadeira dá à criança a chance de resolver problemas não resolvidos ainda, simbolicamente. Assim, ela consegue enfrentar diretamente o presente e ao mesmo tempo se preparar para o futuro. As brincadeiras que exigem perseverança da criança lhe ensinam a confiar, e a partir da confiança a criança desenvolve paciência, aplicação e preservação, o necessário para tornar as aprendizagens consideradas complexas possíveis.
Em relação aos tipos de brincadeiras, Milani diz que
“no começo a brincadeira da criança é em sua maioria solitária, por ela atribuir vida aos objetos por meio do animismo, mas ao passar do tempo a brincadeira sofre um efeito descentralizador e a criança começa a brincar coletivamente. O convívio social dessas brincadeiras é imprescindível para desenvolver a criança afetivamente e cognitivamente. Junto com a coletividade da brincadeira a criança desenvolve a noção de respeito as regras visando a aceitação do grupo, e mais tarde nos jogos de regras ela desenvolve a competitividade e a colaboração.” (2006, p.99)
É a partir das brincadeiras que as crianças, independente da condição da SD ou não, aprendem a viver em grupos sociais, a respeitar regras, a impor normas e a ter limites. E ainda aumenta sua agilidade mental e tem um desenvolvimento melhor nas atividades de lateralidade e orientação espacial.
É durante o ato do brincar que a as crianças colocam para fora suas vontades, fantasias, energias, emoções e suas personalidades, deixando visíveis as suas características próprias.
Na maioria do tempo, as brincadeiras não são levadas em consideração nem por pais nem por professores, que muitas vezes julgam como perda de tempo que não leva a lugar algum, porém, principalmente em situações como a SD, as brincadeiras são de importância imensa, porque é através delas que a criança começa a melhorar o atraso no desenvolvimento.
É importantíssimo que a criança tome conhecimento de que não é obrigada a manusear apenas um brinquedo, ou fazer um único tipo de brincadeira, mas também é necessário que os adultos verifiquem quais os melhores brinquedos e quais se adaptam melhor a criança ou vice-versa.
2.2. A FALA NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM SINDROME DE DOWN
A criança com S.D. tem um atraso no seu desenvolvimento devido a hipotonia, o que implica na aquisição da fala.
De acordo com Saboya,
“O atraso na aquisição da fala é um dos maiores problemas dessas crianças. A hipotonia muscular (espécie de flacidez), provoca um desequilíbrio de forças entre os músculos orais e faciais, alterando a arcada dentária, parecendo projetar o maxilar (arcada inferior) e contribuindo para que a língua assuma uma posição inadequada (para fora). A respiração incorreta, pela boca, além de deixar a criança mais suscetível a infecções respiratórias, altera seu palato e dificulta a articulação dos sons. O retardo mental, por sua vez, dificulta a memorização das seqüências de sons e a linguagem (organização do pensamento, elaboração e abstração).” (1995, p. 146)
A maioria das crianças com down possui a fala prejudicada, não se comunicando com clareza. Isso faz com que as famílias e as crianças passem a utilizar outras formas de comunicação, deixando de lado a verbal e não incentivando seu desenvolvimento.
Saboya diz que,
“Antes de falar, a criança já se comunicou com as pessoas que a cercam através de olhares, pequenos gestos de afeto e brincadeiras, sentindo-se amada, respeitada e parte do ambiente familiar.” (1995, p. 146)
Vale lembrar que além do ambiente estimulador em casa, a família deve participar de atividades ligadas ao cotidiano e desenvolvimento da criança. Isso estimula e traz apoio à criança, ela se sentirá mais segura e consequentemente, se desenvolverá melhor.
Além disso, se faz necessário estimular a linguagem o quanto antes, investindo num apoio profissional, como uma fonoaudióloga, que poderá criar meios de desenvolver melhor a linguagem.
Saboya ressalta que,
“[...]. Esse trabalho de base torna-se importante devido à hipotonia dos órgãos fonoarticulatórios (lábios, língua e bochecha) nas crianças com síndrome
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