INCLUSÃO, EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: MÚLTIPLOS OLHARES
Por: Hugo.bassi • 26/9/2018 • 2.270 Palavras (10 Páginas) • 256 Visualizações
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A expressão necessidades especiais dirige-se a todas as pessoas que são portadoras de necessidades ou dificuldades de aprendizagem. As escolas como ambientes formadores tem o encargo de transmitir e formar opiniões, independente das dificuldades dos alunos, a instituição deverá auxilia-los no processo de construção do conhecimento.
No entanto, durante esse processo, é possível que encontremos inúmeras barreiras e obstáculos, que devemos juntos eliminar as barreiras do preconceito, da discriminação e da desigualdade. Neste contexto, Dussel (2001) citado por Oliveira (2006) afirma:
Aceitar o argumento do outro supõe-se o aceitar o outro como igual, e esta aceitação do outro como igual é uma posição ética, é o reconhecimento ético ao outro como igual, quer dizer, aceitar o argumento não é somente uma questão de verdade, é, também uma aceitação da pessoa do outro (p.70).
Diante do complexo processo de inclusão escolar entendemos que devemos focar em princípios como: a aceitação das diferenças, a valorização de cada pessoa, como um ser único, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da cooperação.
O principal problema é que o sistema educacional atual não ocorre à inclusão, mas sim o foco em dogmas autoritários que alguns professores e/ou gestores da educação insistem em manter, distorcendo assim o objetivo geral da educação, tecendo linhas equivocadas sobre as diversidades individuais.
Lima (2006), diz que:
Normalidade exprime-se por sua sincronicidade histórica, regional, social, etc. Exprime-se por interesses e por atos excludentes. Considerar-se normal é considerar a existência de outros, cujos atributos diferem dos que você elegeu para a normalidade, ao fazê-lo, promoveu a exclusão dos que desses atributos não partilham, ou apenas não são considerados capazes de partilhar (p.61).
As escolas têm como um dos maiores objetivos a priorização das diversidades, as diferenças humanas, a inclusão e a integração das necessidades, em distinção, não importando raça, etnia, cultura, orientação sexual ou deficiência.
Neste sentido, Mantoan (2003) diz:
A escola, para muitos alunos, é o único espaço de acesso aos conhecimentos. É o lugar que vai proporcionar-lhes condições de se desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com uma identidade sociocultural que lhes conferirá oportunidades de ser e de viver dignamente (p.53).
A nossa reflexão acerca da sociedade que não observa o outro, destaca e menospreza o diferente, o estranho, que não respeita a diversidade, cria estereótipos que nos levam a preconceitos e discriminações que prejudicam os próprios membros, sejam eles no ambiente escolar ou não, deixando a desejar a qualidade de vida em sociedade, reduzindo nossas oportunidades de evoluir e crescer como educandos e seres humanos.
Em nossa reflexão nesse estudo entendemos que o processo de inclusão escolar deve ocorrer em todo sistema de ensino. Analisamos também a ideia de que a inclusão é a forma pela qual todas as pessoas, deficientes ou não, devam ser incluídas no ensino regular. (SASSAKI, 1997)
No entanto, temos a clareza de que a educação inclusiva por se tratar de um processo novo na nossa legislação educacional, configura-se como um projeto de educação em construção, portanto, inconcluso, que ainda não está pronto e acabado. Seu fracasso ou o seu sucesso depende de nós para que a educação se torne verdadeiramente inclusiva, nesse sentido, libertadora. (SASSAKI, 1997)
3. APROXIMAÇÕES CONCEITUAIS: PROBLEMATIZAÇÃO DO TERMO DIVERSIDADE E INCLUSÃO
As grandes transformações culturais observadas na sociedade e na educação produziram mudanças profundas na percepção e modo de atuar no mundo. Esse evento se intensificou ainda mais com a chegada da globalização, (suas diversidades, culturas e flexibilidade de atividades políticas, sociais e econômicas), levando todos os envolvidos a profundas reflexões e revisões de suas práticas.
Segundo Gadotti (2000, p. 03) essas profundas mudanças identificadas são de diferentes origens: “tanto no campo socioeconômico e político quanto no da cultura, da ciência e da tecnologia”. Na visão do autor “ainda não se tem ideia clara do que deverá representar para todos nós, a globalização capitalista da economia, das comunicações e da cultura” sendo um caminho ainda em aberto.
Entre as mudanças e transformações constatadas no campo social e educacional, encontra-se a prática da visão humana para adoção de uma reflexão mais ampla do ser Humano; alterando os paradigmas até então existentes para uma concepção de mundo, no qual as pessoas adotam atitudes e comportamentos mais integradores de diversidades.
Com isso, aos poucos os discursos excludentes e estereotipados do “ser humano” passaram a perder espaço, permitindo surgir em diferentes setores da sociedade um dialogo reflexivo em prol do respeito à diversidade social, cultural, gênero, raça, etnia, religião e a inclusão de todos, de forma integra.
Refletindo sobre o termo “inclusão” indica-se que este é termo amplo, utilizado em diferentes contextos, em referência a questões sociais variadas (PACIEVITCH, 2012). No entanto, de modo geral, corresponde à integração social de pessoas que passam por algum tipo de exclusão, seja da escola, e/ou qualquer outro espaço social, devido sua condição socioeconômica, politica, gênero, raça ou por possuir algum tipo de deficiência.
Analisando a questão da deficiência e sua relação com o termo “diversidade” e “inclusão”, observamos que estes termos fazem parte da longa trajetória de movimentos mundiais e sociais, pela luta em favor da melhoria de condições, aceitação e integração social e educacional das pessoas com deficiências.
Este fato acontece porque ao longo da história esses indivíduos têm sido vítimas de processos excludentes praticados pela sociedade e os termos em questão, contemplam aspectos ligados a lutas pela integração das pessoas discriminadas.
Lília Lobo (1992, pag.113), confirmando essa ligação histórica da deficiência com processos de exclusão, indaga: “o que é a deficiência senão uma característica valorada negativamente em função de uma norma de eficiência que lhe serve de padrão?”. Já Omote (1994, p.69) salienta que a “deficiência (...) portanto, são determinadas diferenças as quais foram atribuídas determinadas significações de desvantagens e
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