PRODUÇÃO DE APRENDIZAGEM UTA – DIVERSIDADE CULTURAL

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Ensinar é um desafio permanente. Implica refletir sobre as praticas e as concepções por nos adotadas ao iniciarmos nossos alunos no mundo da escrita, analisarmos e recriarmos nossas metodologias de ensino, a fim de garantir, o mais cedo e da forma mais eficaz possível, o direito de não apenas ler e registrar autonomamente palavras numa escrita alfabética, mas de poder ler e compreender e produzir os textos que compartilhamos socialmente como cidadãos.

Portanto estamos num momento que se faz necessário questionar o papel da escola na sociedade atual. Assim a escola não pode mais ficar comprometida apenas com a instrução (nos referimos à transmissão de conteúdos) apartados da situação e dos conflitos cotidianos. Um meio para alçar essa abertura na escola é o contato com a comunidade na qual se insere.

Esse é um trabalho conjunto, que pressupõe articulação, entre o conhecimento cientifico e as necessidades da sociedade. As pessoas da comunidade passam a ser incluídas na escola, participam através de suas competências e saberes. A realidade dos descentes passa a ser incorporada à escola, sua cultura, suas formas de conhecer e explicar o mundo, suas crenças e valores são pontos de partida para o desenvolvimento dos conteúdos escolares e a cultura da comunidade passa a ser valorizada.

Nesse aspecto podemos observar que a Escola Estadual Professor Osvaldo Elci está no caminho certo, um exemplo está o Projeto o Dengue onde os alunos colocaram o que fazem (incluindo seus familiares) para combater o mosquito da Dengue e que atitude devem ser tomadas para evitar a proliferação do mosquito.

Entrevistaram as pessoas da comunidade e fizeram cartazes informativos baseados nessas entrevistas; a comunidade também é chamada para participarem da reunião da APM (que é aberta à comunidade) onde são colocado no mural da escola avisos e cartazes com relação aos eventos (apresentações, show, bazar da pechincha, ação comunitária); com os alunos da EJA foi um projeto sobre reciclagem e reaproveitamentos de alimentos onde eles trouxeram receitas e ensinaram artesanatos, para o fechamento do projeto houve uma exposição dos trabalhos realizados e degustação de pratos feitos com o reaproveitamento de talos e cascas de alimentos para os jovens e adultos que estudam na escola.

Também houve uma excursão ao teatro com os alunos do Ensino Fundamental e da EJA onde assistiram uma peça sobre a necessidade da preservação da natureza e sobre a reciclagem.

Quando falamos em Educação o que sempre nos ocorre é uma associação com educação escolar, mais sabemos que a Educação compreende processos bem mais amplos. Em uma sociedade que está, a todo o momento, inventando coisas novas. Cientifica e tecnologicamente, estamos bem avançado. Sem dúvida a educação é fortemente afetada por todas essas mudanças. A educação escolar vai se confrontando com exigências que não existiam antes. Há muito conhecimento que o aluno precisa incorporar, mas informações só não bastam. O processo de aprendizagem tem que ir além do desenvolvimento cognitivo e intelectual, mas sim o desenvolvimento de habilidades e atitudes sociais, culturais e emocionais.

Crianças e adolescentes precisam conhecer e reconhecer os símbolos e significados da cultura local e universal, entender a função social das instituições, a língua e outros instrumentos de comunicação, interpretar e compreender a vida prática, estabelecer e manter as relações sócio efetivas, enfrentar conflitos aprender a situar-se no mundo como pessoa e como cidadão. Tudo isso acontece simultaneamente e junto nos caminhos de aprendizagem de sua vida cotidiana, em seu bairro, e sua casa, e na sua escola especialmente.

Não podemos negar também as mudanças que chegam pelo avanço tecnológico. As crianças e os jovens estão alerta para essas novidades, incorporando-as rapidamente á vida prática e os educadores tem uma questão séria para refletir: em que medida essas informações produzem conhecimento que faça sentido para os alunos e mobilizem sua emoção e sua potencialidade? Ou o avanço tecnológico resume-se apenas ao consumismo?

Alguns recursos tecnológicos que testemunhamos estarem como aliados na aprendizagem dos alunos são os computadores (laboratório de informática) onde os programas estão de acordo com o conteúdo trabalhado, mas não engessa a capacidade do aluno, o DVD, a TV e o aparelho de som também ajudam a deixar as aulas mais atraentes para as crianças e os jovens.

O jornal como fonte de pesquisa e de produção histórico social também está presente na escola, trata –se de um trabalho que, a partir das necessidades de desenvolvimento das práticas de letramento, buscando articular a pesquisa, a interdisciplinaridade.

O jornal é um importante elemento na construção das capacidades leitora e escrita o que faz dele um recurso didático. O privilegiado a ser explorado em sala de aula é um valioso produtor social historicamente contextualizado, o que faz dele um instrumento repleto de valores, idéias, concepções e divulgador de distintas visões de mundo. O que o coloca como um portador de texto e como uma produção histórica e provocador de reflexões e ações para alunos e professores.

Esse trabalho com jornal também foi feito com os alunos da EJA e foi significativo tanto no aprimoramento da leitura quanto em torná – los mais críticos, interpretar o texto ajudou a se exporem para emitir opiniões sobre o tema tratado.

Os textos jornalísticos têm como função primordial informar sobre acontecimentos da atualidade. Jornais são recursos didáticos fundamentais, certamente as matérias escritas de mais fácil acesso aos jovens e adultos fora da escola. Neles encontramos diversos recursos visuais, diferentes tipos e tamanho de letras, fotos, títulos, colunas, quadros, mapas, diagramas, tabelas e gráficos, cuja função é chamar a atenção do leitor, hierarquizar a importância dos assuntos, orientar a leitura, complementar a informação. É importante que os alunos se familiarizem com essa configuração dos jornais e por isso devemos levar para a sala de aula.

A escola realiza todos os anos a festa junina com apresentação de danças, comidas e brincadeiras típicas, o que com certeza promove uma grande integração com a comunidade uma vez que uma festa aberta (toda a comunidade pode participar, consumindo, prestigiando o evento ou mesmo solicitando uma barraca para vender seu produto). É um momento também de integração entre os alunos de diversas séries e período visto ser responsabilidade deles a decoração da escola. A APM decide como será gasto o lucro obtido através da festa,