Historia do magistério
Por: Jose.Nascimento • 19/4/2018 • 5.263 Palavras (22 Páginas) • 288 Visualizações
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Em 1876, em Portugal, foi publicada a Cartilha Maternal ou Arte da Leitura, escrita por João de Deus, um poeta português. O conteúdo dessa cartilha ficou conhecido como “método João de deus” e foi bastante difundido principalmente a partir do início da década de 1880. O “método João de deus”, também chamado de “método da palavração”, fundamentava-se nos princípios da linguística moderna da época e consistia em iniciar o ensino da leitura pela palavra, para depois analisá-la a partir dos valores fonéticos.
Na primeira década republicana foi instituído o método analítico que diferentemente dos métodos de marcha sintética, orientava que o ensino da leitura deveria ser iniciado pelo “todo” para depois se analisar as partes que constituem as palavras. Ainda nesse momento, já no final da década de 1920, o termo “alfabetização” passou a ser usado para se referir ao ensino inicial da leitura e da escrita.
A partir da segunda metade da década de 1920, passa-se a utilizar métodos mistos ou ecléticos, chamados de analítico - sintético, ou vice-versa. Esses métodos se estendem até aproximadamente o final da década de 1970.
Já no início da década de 1980, foi introduzido no Brasil, o pensamento construtivista de alfabetização, fruto das pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky sobre a Psicogênese da Língua Escrita. O Construtivismo não se constitui como um método, mas sim como uma desmetodização em que na verdade, propõe-se uma nova forma de ver a alfabetização, como um mecanismo processual e construtivo com etapas sucessivas e hipotéticas.
Nessa mesma época, foi constatado um número enorme de pessoas “alfabetizadas”, mas consideradas como analfabetos funcionais, que são as pessoas que decodificam os signos linguísticos, mas não conseguem compreender o que leram. Surge então o termo “letramento”. Estar letrado seria então, a capacidade de ler, escrever e fazer uso desses conhecimentos em situações reais do dia-a-dia. Alfabetizar letrando é de fundamental importância, pois garante uma aprendizagem muito mais significativa, afinal como afirma Soares (2004):
Atualmente vivenciamos uma crise de paradigmas, os métodos de abordagem tradicional e/ou tecnicista, já não dão conta do contexto atual e o Construtivismo, na maioria das vezes, continua sendo mal interpretado, incompreendido e utilizado de forma equivocada, isso quando utilizado.
Também ocorreu mudanças na formação profissional do docente, pois até pouco tempo atrás os professores tinham formação de magistério no ensino médio, o qual permitia atribuir aulas na educação infantil e nos primeiros quatro anos do ensino fundamental. Com a LDB passou a se exigir a formação de docentes para atuar na educação básica o nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental.
Outro ponto importante foi a feminização do magistério no Brasil, onde no século XX as mulheres passaram a se tornar maioria em salas de aula e os homens passaram a ocupar cargos superiores e burocráticos.
Avanços da Profissão e Metodologia
Antiga Pedagogia
Em 1937, formaram-se os primeiros professores do ensino secundário, no magistério. Era o início da ditadura de Getúlio Vargas período conhecido como Estado Novo e que durou até 1945. Foi nessa época que se conheceu de perto a desigualdade social.
*Tempos de Estado Novo e expansão da escola secundária
-1930 Criação do Ministério da Educação e Saúde.
-1932 Publicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, liderado por Fernando de Azevedo (1894-1974) e assinado por 26 educadores, entre eles, Anísio Teixeira (1900-1971). O documento defende o ensino integral, público, laico e obrigatório.
-1934 A nova Constituição Federal institui pela primeira vez a educação como um direito de todos. Os saberes escolares se voltam para conhecimentos científicos e comportamentais, baseados em valores morais. Os currículos privilegiam os temas relacionados à higiene e aos cuidados com a saúde.
-1937 O golpe do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) interrompe as mudanças educacionais que vinham sendo discutidas desde 1932. Há um impulso na formação do magistério, com a reorganização de algumas escolas secundárias.
-1938 Criação da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Instituto Nacional de Estudos de Pedagogia (Inep).
-De 1942 a 1946 O curso secundário passa a ser constituído do ginásio, de quatro anos, e do colegial, de três, dividido em curso clássico e científico. É estabelecido o ensino profissionalizante mantido pelo Estado e pelas indústrias. A legislação recomenda que as mulheres frequentem escolas exclusivamente femininas.
As mulheres começam a ocupar cargos no magistério. Pela primeira vez, as moças que moram nos grandes centros urbanos saem de casa para trabalhar em escolas fora de suas cidades. Essas professoras têm uma postura formal e distante das crianças(foto). Nesta época ser um bom professor significava ser rígido. Anos 1960, durante a ditadura a rede cresce, porém sem qualidade de ensino.
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*Tempos de Educação popular e revolta estudantil
1950 Lançamento da cartilha Caminho Suave, de Branca Alves de Lima.
1959 Divulgação do Manifesto dos Educadores, assinado por mais de 190 pessoas, entre elas, o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995). O documento critica o discurso conservador da Igreja Católica sobre o ensino e a lei que defendia o apoio à escola privada.
1961 Promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educacão Nacional (LDB), que determina o fim dos exames de admissão para o colegial, tornando a escola aberta, mas não obrigatória para os concluintes do 4º ano primário.
1962 Surge o método Paulo Freire. Para o educador pernambucano (1921-1997), a valorização da cultura do aluno é o caminho para a conscientização política e a aprendizagem. 1967 A nova Constituição estabelece pela primeira vez a obrigatoriedade do ensino até os 14 anos. Para combater o analfabetismo é criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). 1968 A revolta estudantil acontece em vários
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